Foto Mancos Souza
Acúmulo de débitos de gestões anteriores, queda nos
repasses do Fundo de Participação dos Municípios (FPM) e aumento das obrigações
federais estão entre os principais motivos dos prefeitos sul baianos ao realizarem
“cortes” na Folha de Pagamento. Os índices já ultrapassam o limite estipulado
pelo Tribunal de Contas dos Municípios, de 54 % para gastos com pessoal. Entre
os municípios associados à Amurc, é esperada uma média de 1.200 demissões até o
final do ano de 2013, a fim de evitar rejeição de contas.
Entre
os prefeitos que compõe o Território Litoral Sul as dificuldades são as mesmas,
e eles relatam que estão realizando cortes de vantagens, gratificações e até
diminuindo os salários, e, em último caso realizar as demissões. O problema,
segundo sinaliza o presidente da Amurc, Lenildo Santana é que esses ajustes
deverão ser feitos em atendimento a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), mas irão
prejudicar os serviços públicos, “porque na medida em que demito para, em
partes, atender a um indicador, eu vou deixar de prestar o serviço que é oferecido
com qualidade”, declarou.
As
áreas de Assistência Social e da Saúde, no qual todas as estruturas físicas e a
equipe de trabalho são custeadas pelo município, estão concentradas as
principais demandas da população que serão afetadas. A redução dos custos do
funcionamento dessas estruturas acarretará na diminuição do quadro de
funcionários, no qual, segundo o presidente da Amurc, “aonde tínhamos dois
técnicos de saúde, por exemplo, teremos que reduzir para um, ao mesmo tempo em
que as especialidades médicas serão retroagidas para o atendimento básico”,
completa.
Antigamente,
os municípios não tinham muitas especialidades como existem nos dias atuais, a
exemplo de psicólogos, nutricionistas, odontólogos, dentre outros, que exigem
um incremento maior nas receitas. Pensando nisso, Lenildo ressalta que “o Governo
Federal precisa entender que a situação econômica do país mudou, as pessoas
demandam por mais serviço público, por mais atendimento e isso repercuti na
questão do indicador de pessoal, na necessidade de ter mais pessoas
trabalhando”, explica o gestor.
Na
avaliação do advogado Mateus Santiago Santos Silva, que é especialista em
Gestão Pública Municipal, além de atuar a muito tempo na modalidade de
contratação de pessoas, as prefeituras possuem uma grande quantidade de
servidores que acumularam, ao longo dos anos, benefícios legais. O não
planejamento dessa estrutura vem impactando a Folha de Pagamento, que
atualmente responde pela metade do orçamento municipal. “Com isso, os gestores
são pressionados a tomar medidas politicamente impopulares, mas legalmente
corretas”, analisou.
Fonte ASCOM AMURC
Fonte ASCOM AMURC
Nenhum comentário:
Postar um comentário