Por Vercil Rodrigues
Neste 4 de abril de 2021, a Academia Grapiúna de Letras (AGRAL), sediada na cidade de Itabuna e sob a recém presidência do professor universitário Samuel Leandro Oliveira de Mattos, que sucede o jornalista e autor do livro “De Tabocas a Itabuna 100 anos de Imprensa” (Agora Editora, 1999), Ramiro Soares de Aquino, completa dez anos de existência.
Até o ano de 2011, Itabuna lamentavelmente cometia um descaso com a cultura grapiúna, que detém nomes nacionais em suas diversas vertentes, não dispondo de uma academia de letras que os imortalizassem no seio de suas origens, mas que foi corrigida por um grupo de abnegados intelectuais dessa urbe, em 4 de abril, quando fundaram a AGRAL.
A propósito, o Sul da Bahia é uma das únicas regiões brasileiras que tem uma literatura própria, com identidade diferenciada. A chamada Civilização do Cacau, pois, produziu expressões idiomáticas, adjetivos e substantivos peculiares, a exemplo dos encontrados na obra “Dicionareco das Roças de Cacau e Arredores”, de Euclides Neto (1925-2000). Por sua vez, as temáticas abordadas nas obras de Adonias Filho (1915-1990), Sosígenes Costa (1901-1968), Jorge Medauar (1918-2003), Jorge Amado, dentre outros, difundiram um expressivo imaginário cultural sulbaiano, já reproduzido na dramaturgia, teledramaturgia e no cinema.
A AGRAL, que tem como patrono o escritor Jorge Amado (1912-2001), reverencia grandes literatos sulbaianos e brasileiros, como um todo, e objetiva o cultivo da língua e da literatura, sobretudo a regional, inclusive nas áreas das ciências e das artes.
O seu estatuto diz que os membros efetivos, serão escolhidos preferencialmente entre os destacáveis em sua atuação cultural, científica e artística em Itabuna, ou seja, privilegiará intelectuais ou artistas que tenham atuação ou trabalhos em quaisquer meios escritos ou falados de informação e arte etc., acolhendo-se, também, alguns residentes nas cidades que compõem a Região Grapiúna, sob essas mesmas condições.
A AGRAL, que inspirou-se no formato da Academia Brasileira de Letras (fundada em 1897), é composta por 40 acadêmicos e/ou imortais efetivos (e perpétuos) e 20 correspondentes, tem como fundadores e historicamente membros de sua primeira diretoria, Ivan Krebs Montenegro, cadeira 10, presidente; Vercil Rodrigues, cadeira 1, vice-presidente; Washington Farias de Cerqueira, cadeira 3, secretário-geral; Antônio da Silva Costa, cadeira 8, tesoureiro; Jorge Ribeiro Carrilho, cadeira 7, 2º tesoureiro; Ramiro Nunes de Aquino, cadeira 9, diretor de eventos e José Carlos Oliveira, cadeira 4, diretor de biblioteca.