Em Poço Redondo (SE), encontramos a “bala que matou Lampião”. Calma, não se trata de um achado arqueológico. Na verdade, é um doce servido em um restaurante instalado na entrada da trilha que leva até a Grota de Angicos, local onde Lampião e Maria Bonita foram mortos, em 28 de julho de 1938.
A “bala que matou Lampião” nada mais é que bolinhas feitas de doce de leite. “É um dos mais pedidos aqui”, disse Luiza Rodrigues, dona do restaurante. O doce, por mais familiar que possa parecer ao nosso paladar, tem uma característica diferente: é macio por dentro e tem uma casquinha suave por cima.
Além da bala que matou Lampião, Luiza também serve o doce de coroa-de-frade, que é um cacto típico da caatinga nordestina. Para quem não faz ideia do sabor, pode-se dizer que tem alguma semelhança com doce de mamão e coco ralado.
“Isso até provoca alguma desconfiança em alguns turistas que duvidam que é doce de cacto mesmo. A diferença do doce de cacto para o de mamão está na textura. O cacto precisa de muito mais tempo de cozimento para ficar amolecido. Já o mamão vira papa se for cozido pelo mesmo tempo. São quatro horas na panela.”
A receita foi guardada por anos em segredo, e até hoje a família de Luiza não revela todos os ingredientes para fazer o doce de cacto. Já o doce de Corisco (cangaceiro do grupo de Lampião), que também tem boa saída, conta com uma receita bem conhecida, segundo Luiza. “É o famoso quebra-queixo, feito de coco.”
No local, ainda é possível viajar pela história do Cangaço com pratos que levam o nome de personagens do movimento, como "Carneiro à Lampião", feito com carne guisada, arroz, salada e farofa.
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