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terça-feira, 26 de novembro de 2013

Francisco afirma estar 'aberto a sugestões' para reformar o papado

Papa publicou 'Evangelii Gaudium', sua primeira Exortação Apostólica.

Pontífice pediu a Estados muçulmanos que deem liberdade aos cristãos.

Do G1, em São Paulo
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O Papa Francisco nesta segunda-feira (25) no Vaticano (Foto: AFP)O Papa Francisco nesta segunda-feira (25) no Vaticano (Foto: AFP)











O Papa Francisco reconheceu nesta terça-feira (26), em sua primeira Exortação Apostólica, que está "aberto a sugestões" para reformar o papado. Ele convidou a Igreja Católica a realizar uma "reforma profunda" de suas estruturas.
"Cabe a mim, como Bispo de Roma, estar aberto às sugestões que se orientem a um exercício de meu ministério que o torne mais fiel ao sentido que Jesus Cristo lhe quis dar e às necessidades atuais da evangelização", escreveu o Papa no documento de 142 páginas chamado de "Evangelii Gaudium" ("A Alegria do Evangelho"), primeiro texto pessoal de seu pontificado.
Muçulmanos
No texto, o pontífice argentino também "suplicou" aos Estados muçulmanos que garantam a liberdade religiosa aos cristãos, "levando em conta a liberdade gozada pelos islâmicos nos países ocidentais".


O Papa Francisco se mostrou preocupado com os "episódios de fundamentalismo violento", mas também clamou pelo fim das "odiosas generalizações", "porque o verdadeiro Islã (...) se opõe à toda violência".
A declaração ocorre sete anos após a tensão no mundo muçulmano causada pelas declarações do então Papa Bento XVI em Regensburg (Alemanha) relacionando o Islã à violência.
Aborto
Francisco também afirmou que "não se deve esperar que a Igreja mude sua postura" sobre a questão do aborto, pois o assunto não está sujeito a "supostas reformas ou modernizações. Segundo ele, "não é progressista pretender resolver os problemas eliminando uma vida humana".

No entanto, Francisco reconheceu que "fizemos pouco para acompanhar as mulheres que se encontram em situações muito duras, onde o aborto se apresenta como uma rápida solução para suas profundas angústias, particularmente quando a vida que cresce nelas surgiu como produto de um estupro ou em um contexto de extrema pobreza".
"Quem pode deixar de compreender essas situações de tanta dor?", perguntou.
Segundo o Papa, "a Igreja quer cuidar com predileção das crianças por nascer, que são os mais indefesos e inocentes de todos, a quem hoje se quer negar sua dignidade humana para se fazer com eles o que se deseja, tirando-lhe a vida e promovendo leis para que ninguém possa impedir".
Ele acrescentou que "frequentemente, para ridicularizar a defesa que a Igreja faz de suas vidas, procura-se apresentar sua postura como algo ideológico, obscurantista e conservador".
A defesa da vida por nascer "está intimamente ligada à defesa de qualquer direito humano", sustentou.
"Ela representa a convicção de que um ser humano é sempre sagrado e inviolável, em qualquer situação e em cada etapa de seu desenvolvimento."
Exclusão social
Ele advertiu que a desigualdade e a exclusão social "geram violência" no mundo e podem provocar "uma explosão".

"Até que não se revertam a exclusão e a iniquidade dentro de uma sociedade e entre os distintos povos será impossível erradicar a violência", escreveu.

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