Hoje, total de habitantes é de mais de 208 milhões
e idade média é de 32,6 anos. Piauí, Bahia e Rio Grande do Sul serão os
primeiros estados a apresentar redução da população.
Por
Carlos Brito e Darlan Alvarenga, G1, Rio de Janeiro e São Paulo
25/07/2018 10h00 Atualizado
há menos de 1 minuto
A população
brasileira continuará a crescer até 2047, quando atingirá 233,2 milhões de
pessoas. No entanto, a partir de 2048, haverá uma queda gradual até 2060,
quando recuará para 228,3 milhões, segundo estudo divulgado nesta quarta-feira
(25) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Hoje, o total de
habitantes no Brasil é de mais de 208 milhões.
Número de brasileiros
Evolução da projeção da população do Brasil
Fonte: IBGE
A revisão 2018
da Projeção da População do Brasil detalha a dinâmica de crescimento da
população brasileira, acompanhando variáveis como fecundidade, mortalidade e
migrações, e projeta o número de habitantes para as 27 unidades da federação.
Doze estados –
Piauí, Bahia, Rio Grande do Sul, Alagoas, Minas Gerais, Paraíba, Rio de
Janeiro, Ceará, Pernambuco, Maranhão, Paraná e Rio Grande do Norte – deverão
ter sua população reduzida antes de 2048 por conta de fluxos migratórios
negativos. Ou seja, maior saída do que ingresso de habitantes.
Por outro lado,
para 8 estados não há previsão de diminuição da população até 2060. São eles:
Goiás. Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Santa Catarina, Amapá, Roraima,
Amazonas e Acre.
Piauí, Bahia e
Rio Grande do Sul deverão ser os primeiros estados a apresentar redução da
população, impactados tanto pela perda de moradores para outros estados como
também pela queda das taxas das taxas de fecundidade.
Em relação à
migração internacional, o IBGE projeta a vinda de cerca de 79 mil venezuelanos
para Roraima entre 2015 e 2022.
Potenciais eleitores
O estudo do IBGE
aponta que, em 2018, o Brasil tem 160,9 milhões de pessoas com 16 anos ou mais
de idade que seriam potenciais eleitores. Esse número cresceu 2,5% em relação a
2016, quando havia 156,9 milhões de pessoas aptas a votarem em eleições.
Taxa de fecundidade
A taxa de
fecundidade no país tem se mantido relativamente estável nos últimos anos, mas
com tendência de queda. Em 2018 chegou a 1,77 filho para cada mulher. Em 2010,
estava em 1,75 e chegou a 1,8 em 2015.
Segundo o IBGE,
em 2060, o número médio de filhos por mulher deverá cair 1,66.
Roraima é hoje o
estado com maior taxa de fecundidade (2,31 filho a cada mulher), seguido por
Amazonas (2,28) e Acre (2,22). As menores são as de Minas Gerais (1,62) e Rio
Grande do Norte (1,65).
Já em 2060,
Roraima deverá continuar com a maior taxa de fecundidade (1,95), seguido por
Pará, Amapá, Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, todos com 1,80. As
menores deverão ser Distrito Federal (1,50), Goiás, Rio de Janeiro e Minas
Gerais, os quatro com 1,55.
A pesquisa
mostra ainda que, em 2018, as mulheres brasileiras têm filhos, em média, aos
27,2 anos. Em 2060, essa idade aumentará para 28,8 anos.
Expectativa de vida
Já a projeção
para a expectativa de vida do brasileiro ao nascer – atualmente de 72,74 anos
para homens e 79,8 anos para mulheres – é alcançar 77,9 anos para homens e
84,23 anos para as mulheres em 2060.
A revisão de
2018 estendeu a projeção de vida da população para as unidades da federação até
2060. O estudo mostrou que Santa Catarina – estado que já possui a maior
expectativa de vida para ambos os sexos (79,7 anos) – deverá manter a
liderança, chegando aos 84,5 anos em 2060.
O Maranhão tem a menor expectativa de vida para os nascidos em 2018 –
71,1 anos. Em 2060, esse posto deverá ser ocupado pelo Piauí – naquele ano, a
expectativa de vida do estado será de 77 anos.
Envelhecimento da população
Em 2018, a idade
média da população é de 32,6 anos. Nove estados apresentam idade média abaixo
dos 30 anos. Desses, o estado mais jovem é o Acre, com idade média de 24,9
anos.
Já os estados
das regiões Sul e Sudeste apresentam média de idade da população acima da
projetada para o Brasil – o Rio Grande do Sul, onde a média é de 35,9 anos, é o
mais envelhecido da federação.
População com mais de 65 anos
em % do total
Fonte: IBGE
Segundo a
projeção, o percentual de idosos chegará a um quarto da população até 2060. A
fatia de pessoas com mais de 65 anos passará dos atuais 9,2% para 20% em 2046,
chegando a 25,5% em 2060.
O estudo mostra
que também é possível medir o envelhecimento populacional comparando a
população com 65 anos de idade ou mais e os menores de 15 anos. Para o Brasil
em 2018, esse índice mostra que há 43,2 crianças de até 14 anos para cada grupo
de 100 idosos com 65 anos ou mais.
Em 2039, haverá mais pessoas idosas que crianças vivendo em território
brasileiro, projeta o IBGE.
RS, RJ e MG devem ser os primeiros
estados a ter mais idosos do que crianças (Foto: Divulgação/IBGE)
O Rio Grande do
Sul como o primeiro estado que experimentará uma proporção maior de idosos que
crianças de até 14 anos - isso deverá ocorrer em 2029. Apenas quatro anos
depois, tanto o Rio de Janeiro quanto Minas Gerais também deverão ter mais
idosos que crianças.
Estados mais
jovens, como Amazonas e Roraima, continuarão com mais crianças que idosos até o
limite desta projeção, em 2060.