Jogadores que cabeceiam muito também podem ter problema de memória.
Pesquisa foi publicada no periódico 'Radiology' desta terça-feira (11).
Jogador da França tenta cabecear a bola em partida amistosa contra o Brasil (Foto: Lucas Uebel/AFP)
Pesquisadores do Instituto de Medicina Albert Einstein da Universidade
Yeshiva, em Nova York, nos Estados Unidos, fizeram um estudo que aponta
que jogadores de futebol que cabeceiam a bola com frequência podem
apresentar danos cerebrais e ter problemas de memória. A pesquisa foi
publicada nesta terça-feira (11) no periódico científico "Radiology".Para chegar à conclusão, os pesquisadores utilizaram uma técnica avançada baseada em ressonância magnética para mapear o cérebro de 37 jogadores de futebol amador com idade média de 31 anos, que jogavam desde a infância. Os voluntários declararam praticar o esporte por pelo menos 22 anos e ter jogado por cerca de 10 meses no último ano.
"Os resultados apontam que os que cabeceiam com maior frequência no estudo tiveram alterações similares às que encontramos em pacientes com concussão [cerebral]", disse o pesquisador Michael Lipton, um dos responsáveis pelo estudo, ao site do instituto de medicina. Ele é diretor do centro de pesquisa em ressonância magnética da mesma instituição.
Jogadores de futebol que cabeceiam a bola entre 885 a 1,5 mil vezes por ano apresentaram problemas em áreas cerebrais, e os que cabeceiam mais de 1,8 mil vezes por ano estavam mais propensos a ter resultados piores em testes de memória, na comparação com os que pouco realizavam a técnica futebolística.
"Nosso estudo apresenta evidências preliminares de que cabecear a bola com frequência em jogos de futebol, por muitos anos a fio, está associado com alterações cerebrais relativas a danos no cérebro", disse o médico ao site do instituto.
"Apesar de ser necessário fazer mais pesquisas, nossa descoberta sugere que controlar a quantidade de cabeçadas em um jogo pode ajudar a prevenir danos cerebrais", ponderou Lipton. Em partidas de campeonatos, jogadores cabeceiam a bola de seis a 12 vezes por jogo em média, de acordo com os cientistas.
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