Ministro da Comunicação Social comentou paralisação pelo país.
Segundo PRF, grevistas fecharam trechos de rodovias em vários estados.
O ministro Edinho Silva, da Comunicação Social, afirmou em entrevista coletiva nesta segunda-feira (9) que a greve de caminhoneiros pelo país tem o objetivo único de desgastar o governo politicamente.
No fim da manhã, a paralisação fechava trechos de várias estradas do país, segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF).
"No nosso entender, essa greve é uma greve pontual, que atinge pontualmente algumas regiões do país. E infelizmente é uma greve que tem se caracterizado como uma aspiração única de desgaste político do governo", afirmou o ministro a jornalistas no Palácio do Planalto, após participar de reunião de coordenação política com a presidente Dilma Rousseff e outros ministros.
Edinho Silva disse que o ato dos caminhoneiros não foi debatido na reunião, mas ele ressaltou que o governo espera dos grevistas uma postura de colocar os interesses da população acima de outras questões.
"Esperamos efetivamente que aqueles que estão envolvidos nessa mobilização, que têm único objetivo de desgaste político, que possam colocar acima de qualquer outra questão os interesses da população brasileira", continuou Edinho Silva.
Segundo o ministro, nenhuma entidade representativa dos caminhoneiros procurou o governo para apresentar pauta de reivindicações. Perguntado sobre se o Executivo federal negociará com os grevistas, ele afirmou que o governo “está sempre aberto ao diálogo.”
“Uma greve, geralmente, vem com questões econômicas, sociais e, geralmente, é propositiva. Mesmo quando se trata de questões políticas, a greve é propositiva. Eu nunca vi uma greve onde o único objetivo dela é gerar desgaste para o governo. Eu penso que, evidentemente, é uma greve que não busca melhorias para a categoria, busca unicamente o desgaste do governo”, ressaltouEdinho Silva criticou a pauta dos caminhoneiros, “que tem como centro desgastar o governo”. Para ele, o movimento não busca melhorias para os trabalhadores.
Retomada do crescimento
Segundo Edinho, a reunião de coordenação desta segunda serviu para que a presidente Dilma reafirmasse aos ministros presentes a importância de o Congresso Nacional aprovar as medidas do ajuste fiscal, conjunto de propostas enviadas ao Legislativo com o objetivo de reduzir os gastos públicos e elevar a arrecadação da União.
A coordenação política se reúne semanalmente e define as estratégias que o governo adotará nos próximos dias. Entre os projetos que o Executivo quer aprovar nesta semana, estão o que prevê a repatriação de recursos de brasileiros no exterior não declarados à Receita Federal e o que prevê a Desvinculação das Receitas da União (DRU).
Segundo Edinho Silva, Dilma tem dito nas reuniões de coordenação que respeita as “bandeiras e divergências partidárias”, mas é preciso preciso colocar os interesses do país acima de interesses políticos.
“Em alguns momentos é fundamental que se coloque, acima de quaisquer outros interesses, os interesses do povo. Neste momento, em que o Brasil passa por dificuldades, é fundamental haver uma agenda de interesse nacional que esteja acima de questões partidárias, que coloque como prioridade os interesses da nação brasileira”, declarou.
Eduardo Cunha
O ministro também foi questionado pelos jornalistas sobre a situação do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Na última semana, o Conselho de Ética da Casa abriu processo para investigar se Cunha mentiu para a CPI da Petrobras, em março, quando afirmou que não tinha contas no exterior.
Na última sexta, Cunha deu entrevista ao G1 e à TV Globo, na qual afirmou não ser titular de contas no exterior. Segundo o deputado, existem contas na Suíça, administradas por um truste, das quais ele é usufrutário. Cunha contratou o truste para gerir as contas. Segundo o deputado, isso significa que ele não é titular das contas.
Edinho Silva defendeu que o peemedebista tenha “todas as condições de fazer sua defesa”.
Segundo o ministro, o governo espera que país possa caminhar com “estabilidade política” porque, sem isso, ficará “muito difícil” aprovar as medidas econômicas enviadas ao Congresso Nacional.
“Espero que o presidente da Câmara tenha todas as condições de fazer sua defesa e que ele possa utilizar todo o nosso aparato legal, ou seja, o princípio do contraditório”, disse.
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