Primeiro-ministro venceu eleições de 4 de outubro.
No entanto, esquerda conta com maioria absoluta no Parlamento.
A esquerda portuguesa aprovou nesta terça-feira (10) uma moção de rejeição com a qual derrubou o governo do primeiro-ministro conservador Pedro Passos Coelho.
A moção foi aprovada por 123 votos a favor e 107 contra, anunciou o presidente da Assembleia Nacional, o socialista Eduardo Ferro Rodrigues, ao término da votação com a qual se encerrou o debate parlamentar sobre o programa do Executivo de centro-direita.
Como estava previsto, sua queda acontece apenas 11 dias após tomar posse, graças à aliança de socialistas com marxistas e comunistas, que juntos contam com maioria absoluta na câmara, com 122 cadeiras das 230 do Parlamento.
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Passos Coelho ganhou as eleições do último dia 4 de outubro com cerca de 39% dos votos, seis pontos a mais que o segundo colocado, o líder socialista António Costa, uma vitória insuficiente para revalidar a maioria com a qual contou na legislatura anterior.
Mas a coalizão de direita do primeiro-ministro Pedro Passos Coelho, no poder desde 2011, perdeu a maioria absoluta depois de adotar uma impopular política de austeridade por quatro anos.
O comitê central do Partido Comunista português aprovou no domingo a formação de um governo socialista, apoiado pela união de esquerda durante "uma legislatura de quatro anos".
A comissão nacional do Partido Socialista, uma instância interna, aprovou no sábado o programa de governo apresentado por seu líder, Antonio Costa, fruto das negociações com os comunistas, com o Bloco de Esquerda e com os Verdes.
Costa criticou o governo por ser “submisso” em relação ao restante da Europa e por fazer mais corte do que os exigidos de credores. “Portugal quer mudança”, disse ele.
Espera-se que nas próximas semanas ele se torne o novo primeiro-ministro de Portugal, segundo reporta a agência Associated Press.
O presidente português Anibal Cavaco Silva, chefe de estado que não tem poder executivo, deverá consultar os partidos políticos nos próximos dias antes de decidir se convidará Costa a formar um novo governo ou se nomeará um governo interino. Mas especialistas acreditam que isso é improvável, de acordo com a agência Associated Press.
Protestos
Enquanto no interior do plenário a oposição derrubava o governo, duas manifestações díspares aconteciam às portas do parlamento, uma em apoio dos conservadores e outro favorável aos grupos de esquerda.
Milhares de pessoas se juntaram na região, separadas por um corredor de segurança e atentamente vigiadas pela polícia, que reforçou o esquema de segurança para evitar incidentes.
O protesto convocado por membros dos partidos de centro-direita dirigiu suas críticas contra o líder socialista, António Costa, que se postula como o próximo primeiro-ministro, e lhe acusou de liderar um ataque contra os legítimos ganhadores das eleições.
Do outro lado, manifestantes reunidos pelo maior sindicato do país, a CGTP (de orientação comunista), mostraram seu respaldo a um acordo de esquerda que ponha fim à austeridade.
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