Resultado foi divulgado nesta quarta-feira (1º) pelo Hospital Samaritano.
No sábado (28), político foi submetido a cirurgia que durou oito horas.
Roberto Jefferson chega ao Hospital Samaritano,
em Botafogo, na quinta-feira (26)
(Foto: Hudson Pontes / Ag. O Globo)
O tumor no pâncreas do presidente nacional do Partido Trabalhista
Brasileiro (PTB), o advogado Roberto Jefferson Monteiro Francisco, de 59
anos, é maligno. A informação foi dada nesta quarta-feira (1º) pela
assessoria do Hospital Samaritano, em Botafogo, na Zona Sul do Rio de Janeiro.em Botafogo, na quinta-feira (26)
(Foto: Hudson Pontes / Ag. O Globo)
De acordo com o boletim médico divulgado pelo hospital nesta quarta, Roberto Jefferson "se alimenta por sonda intestinal, está lúcido, respira sem a ajuda de aparelhos e os sinais vitais estão mantidos. Todas as medicações já foram suspensas, inclusive as venosas".
Ainda segundo o Hospital Samaritano, "o resultado preliminar do material cirúrgico, realizado pelo patologista Wilhermo Torres, foi de tumor papilar mucinoso ductal, com displasia de baixo grau. O exame definitivo da peça operatória diagnosticou, além da displasia, um foco maligno de tamanho inferior a 2 cm, com a ausência de comprometimento dos linfonodos (gânglios), configurando o estágio mais inicial da doença".
De acordo com o médico oncologista Antônio Luiz de Vasconcellos Macedo, do Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo, o tumor detectado em Roberto Jefferson é o estágio 1 do câncer de pâncreas, em uma escala de 0 a 4. Macedo afirma que o tumor papilar mucinoso ductal é “extremamente frequente, com uma porcentagem alta de cura quando detectado na fase inicial”.
Especializado em cirurgia no pâncreas, vias biliares e fígado no Albert Einstein, Macedo explica que há casos de pessoas que foram operadas deste tipo de câncer há mais de 20 anos. “O procedimento cirúrgico tem mortalidade de 2% e as pessoas que passam por ele recebem alta perto do oitavo ou nono dia de internação”, explica.
O oncologista disse ainda que, em alguns casos, não há necessidade de reforçar o tratamento com sessões de quimioterapia. “Basta cirurgia e acompanhamento clínico, se o câncer não tiver afetado os gânglios [linfonodos] ou causado metástase”.
Jefferson não tem previsão de alta médica e só está recebendo visitas da família.
Na quinta-feira (2), os médicos do presidente do PTB vão dar uma coletiva de imprensa, informando o tratamento ao qual o paciente será submetido.
Cirurgia
No sábado (28), Roberto Jefferson foi submetido à cirurgia de gastroduodenopancreatectomia cefálica (retirada de parte do estômago, parte do pâncreas, duodeno e parte do canal biliar). Além disso, os médicos retiraram os lifonodos regionais (gânglios linfáticos). O boletim divulgado após a cirurgia que durou oito horas, informava que não havia sinais de que o tumor seria maligno. No entanto, os médicos ressaltaram que seria necessário aguardar o resultado definitivo.
Jefferson, que denunciou o esquema do mensalão no Congresso Nacional, no primeiro mandato do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, chegou ao Hospital Samaritano por volta das 8h de quinta-feira (26). Na sexta-feira (27), o político passou por procedimentos pré-operatórios, como cuidados com alimentação e exames clínicos.
Réu no mensalãoJefferson é um dos 38 réus do julgamento do mensalão programado para ter início no dia 2 de agosto, no Supremo Tribunal Federal (STF). Ele é acusado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) de corrupção passiva e lavagem de dinheiro por, supostamente, ter recebido R$ 4 milhões do chamado “valerioduto”, que, segundo a denúncia, era operado por Marcos Valério e abastecia parlamentares aliados ao governo.
Em 2005, em entrevista ao jornal “Folha de S.Paulo”, Jefferson relatou o “modus operandi” do mensalão, detonando o maior escândalo político do governo Lula (2003-2010).
Luiz Francisco Corrêa Barbosa, advogado do ex-deputado, cassado em 2005, pretende sustentar diante dos 11 ministros do STF que, mesmo que Lula não tivesse conhecimento sobre o suposto pagamento de propina a parlamentares em troca de apoio político no Congresso, ele deveria ter sido responsabilizado criminalmente pela existência do mensalão.
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