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segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Carta de primo do goleiro Bruno reforça versão que incrimina jogador

Fantástico teve acesso a documento após morte de réu no caso Eliza.
Namorada fala sobre rotina de Sérgio Rosa Sales antes de ser executado.

Do G1 MG, com informações do Fantástico

Uma carta enviada por Sérgio Rosa Sales aos pais à época da investigação policial sobre o desaparecimento de Eliza Samudio reforça a versão que envolve o goleiro Bruno Fernandes na morte da modelo, que era ex-namorada do jogador. Sales era réu no mesmo processo e foi executado nesta quarta-feira (22) no bairro em que morava em Belo Horizonte. O Fantástico obteve a carta, que nunca tinha sido divulgada. O texto também revela que o primo do goleiro estava sofrendo pressão de outros advogados para mudar o depoimento que incriminava Bruno, o que ocorreu quatro meses depois.

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A carta faz parte do processo e foi escrita quatro dias após a reconstituição em que Sales deu informações à polícia sobre o desaparecimento de Eliza. Nela, o primo de Bruno afirma que tudo o que disse no depoimento à polícia é verdade. Sales aguardava julgamento em liberdade desde agosto de 2011.

Um dos atuais advogados do goleiro nega intimidação. “Não houve pressão de outros advogados não. Eu não percebi isso”, diz o advogado Francisco Simim.
A namorada de Sérgio Rosa Sales, que era réu no processo sobre o desaparecimento e morte de Eliza Samudio, falou ao Fantástico sobre a rotina do primo do goleiro Bruno Fernandes nos últimos meses. A reportagem preservou a identidade da entrevistada. Sales foi executado na última quarta-feira (22) no bairro Minaslândia, em Belo Horizonte, onde morava. Segundo ela, Sérgio sentia o peso do caso Eliza, situação que o fazia chorar.
“Ele chorava. Porque, querendo ou não, você tem um fardo, sabe? Ele tinha um fardo pra carregar. Quando a gente saía, assim, as pessoas olhavam muito pra ele, sabe? Criticavam muito”, contou a namorada.
Neste sábado (25) à noite, a polícia divulgou uma ameaça sofrida pela vítima pelo celular. Um torpedo dizendo: "Tô na pista. Você é o próximo". Mas o delegado Wagner Pinto afirma que Sales nunca pediu proteção. Na sexta-feira (24), uma denúncia anônima levou à prisão de sete suspeitos. Mas, segundo o delegado, a polícia ainda não tem elementos para ligar a morte dele ao caso Eliza.
Segundo testemunhas do crime, na quarta-feira de manhã cedo, o primo do goleiro saiu de casa para se encontrar com um desconhecido. Supostamente, ia reaver um celular que teria perdido. No caminho, percebeu que estava sendo seguido por um motoqueiro e fugiu. Levou um tiro, mas continuou a correr e, quando entrou no quintal de uma casa, levou mais cinco tiros e morreu
Com o corpo, foram encontrados quatro celulares. A polícia diz que ainda não sabe por que ele tinha tantos telefones. O local em que ele morreu é usado por traficantes e usuários de drogas.
“Não há informações no seu envolvimento no tráfico ilícito de drogas”, falou o delegado Wagner Pinto. Nesta segunda-feira (27), a polícia vai continuar ouvindo testemunhas e tomar o depoimento de sete suspeitos presos na sexta-feira.
ReconstituiçãoDois anos atrás, o Fantástico mostrou o vídeo da reconstituição da última noite de Eliza Samudio no sítio do goleiro Bruno. A gravação é de 10 de julho de 2010. Segundo a versão de Sales, Eliza foi levada do sítio, de carro, por Luiz Henrique Romão, o Macarrão, que era secretário de Bruno, e por um primo do ex-goleiro, que era menor de idade à epoca. Detalhes são revelados na filmagem.
Policial: Como é que foi? Vocês viram ele sair, eles saindo da onde?
Sérgio: De lá. Ela tava no meio. O (...) atrás, e o Macarrão na frente, com a mala.

Horas depois, o menor e Macarrão voltaram com Bruno, no mesmo carro. O adolescente contou a Sérgio que Eliza foi entregue ao ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o Bola.
Sérgio: Nessa, ele foi e deu uma gravata nela. Aí quando ela caiu, disse que o Macarrão chutou ela.
Policial: E aí?
Sérgio: Aí diz que ele perguntou assim: "Vocês querem ver o resto?". Aí os menino falou assim: "não". Aí ele falou assim: "ah, não vê, que eu vou dar pros cachorro".
Policial: O Bruno falou que viu?
Sérgio: Não, ele não falou que viu. Ele só falou que tava arrependido.

Estes detalhes contados por Sérgio envolvem Bruno, Macarrão e o menor diretamente no crime. São informações que ele já tinha dado à polícia, mas em novembro de 2010, quase quatro meses depois da gravação do vídeo, Sérgio mudou de advogado e depôs de novo – agora na Justiça – dizendo ter sofrido pressões e até tortura para incriminar Bruno e Macarrão.
Caso Eliza Samudio
O goleiro Bruno Fernandes e mais sete réus foram pronunciados a júri popular no processo sobre o desaparecimento e morte de Eliza Samudio, ex-namorada do jogador. Para a polícia, Eliza foi morta em junho de 2010 na Região Metropolitana de Belo Horizonte, e o corpo nunca foi encontrado.
Após um relacionamento com o goleiro Bruno, Eliza deu à luz um menino em fevereiro de 2010. Ela alegava que o atleta era o pai da criança. Atualmente, o menino mora com a mãe da jovem, em Mato Grosso do Sul.
O goleiro e o amigo Luiz Henrique Romão vão a júri popular por sequestro e cárcere privado, homicídio triplamente qualificado e ocultação de cadáver. A Justiça havia atribuído as mesmas acusações a Sérgio Rosa Sales, mas ele respondia o processo em liberdade desde 2008. Já o ex-policial Marcos Aparecido dos Santos também está preso e vai responder no júri popular por homicídio duplamente qualificado e ocultação de cadáver.
Na fase de inquérito sobre o desaparecimento e morte de Eliza, Sales e outro primo do goleiro Bruno – Jorge Luiz Rosa, 19 anos – contribuíram com informações à polícia. Segundo a investigação, eles estiveram com Eliza no sítio do jogador, em Esmeraldas (MG). Atualmente, Rosa cumpre medida socioeducativa, pois foi apreendido quando ainda era adolescente.
Dayanne Rodrigues, ex-mulher do goleiro; Wemerson Marques, amigo do jogador, e Elenílson Vítor Silva, caseiro do sítio em Esmeraldas, respondem pelo sequestro e cárcere privado do filho de Bruno. Já Fernanda Gomes de Castro, outra ex-namorada do jogador, responde por sequestro e cárcere privado de Eliza e do filho dela. Eles foram soltos em dezembro de 2010 e respondem ao processo em liberdade. Flávio Caetano Araújo, que chegou a ser indiciado, foi inocentado.
Segundo o Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), não há previsão de data para o julgamento do caso Eliza Samudio.

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