Entre 2009 e 2011, índice caiu nos anos finais do fundamental e no médio.
Segundo o governo estadual, 8.000 alunos ainda não tiveram aula em 2012.
A escola Mota Trigueiros, em AL, foi interditada
para reforma em 2012 (Foto: Vanessa Fajardo/G1)
No ranking das redes de ensino estadual do Brasil, Alagoas teve, em
2011 e pela primeira vez na história, o pior Índice de Desenvolvimento
da Educação Básica (Ideb) do país em todos os níveis de ensino: nos anos
iniciais do fundamental (1º ao 5º ano), teve Ideb de 3,4; nos anos
finais (6º ao 9º ano), de 2,5; já no ensino médio, a pontuação média das
escolas estaduais foi de 2,6.para reforma em 2012 (Foto: Vanessa Fajardo/G1)
Os dados mais recentes foram divulgados pelo Ministério da Educação na terça-feira (14) e mostram que as escolas alagoanas, principalmente a partir do 6º ano do fundamental, estão cada vez mais longe da meta estabelecida pelo governo federal.
Considerando o Ideb 2011 total, que inclui as redes municipal, federal e privada, Alagoas foi o estado com o índice mais baixo do Brasil nos dois ciclos do fundamental (3,8 e 2,9 pontos, respectivamente). No ensino médio, teve pontuação de 2,9, mais alta apenas que o Pará.
EVOLUÇÃO DO IDEB DA REDE ESTADUAL DE ALAGOAS* | ||||||||
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Nível de ensino | Ideb 2005 | Ranking por UF | Ideb 2007 | Ranking por UF | Ideb 2009 | Ranking por UF | Ideb 2011 | Ranking por UF |
Anos iniciais do fundamental | 2,9 | 23º | 3,3 | 22º | 3,3 | 26º | 3,4 | 27º |
Anos finais do fundamental | 2,5 | 26º | 2,7 | 26º | 2,7 | 27º | 2,5 | 27º |
Ensino médio | 2,8 | 17º | 2,6 | 24º | 2,8 | 25º | 2,6 | 27º |
Fonte: MEC/Inep*Não inclui escolas das redes municipal e privada |
A situação, porém, ainda não entrou nos eixos. Em abril, a equipe de reportagem do G1 visitou escolas estaduais alagoanas para identificar os principais problemas. Na época, 163 estavam em reforma e 127, ou 38% do total, ainda não tinham iniciado o ano letivo de 2012. Atualmente, de acordo com a assessoria de imprensa da Secretaria de Educação, 24 escolas continuam em obras e 8.000 alunos ainda não tiveram aulas neste ano. Eles estudam em 14 colégios estaduais em reforma, localizados em regiões onde o governo não encontrou um espaço alternativo para improvisar salas de aula. Um dos exemplos é uma escola em Arapiraca, a segunda maior cidade do estado, onde 523 alunos ainda não começaram o ano letivo. De acordo com o governo, técnicos visitarão a cidade ainda neste semana para buscar opções temporárias para oferecer as aulas.
Além desses 14, outros dois colégios estão com reformas atrasadas, mas os alunos estão tendo aulas em locais improvisados. Segundo a secretaria, o problema foi com a empresa contratada, que descumpriu prazos. O contrato foi rompido e cinco outras empresas assumiram as obras. Os estudantes das outras oito escolas que ainda não tiveram a reforma finalizada estão tendo aulas em imóveis alugados pela prefeitura ou, onde isso não foi possível, em tendas climatizadas, situação pela qual passam atualmente 1.640 estudantes.
A assessoria de imprensa da secretaria estima que, até setembro, as últimas 24 escolas em obras estejam prontas e que todos os 237 mil estudantes da rede estejam na sala de aula.
Reforma
da escola Julieta Ramos Pereira, em Paripueira, em foto de abril; em
setembro de 2011, teto do colégio ruiu, mas não havia alunos no local
(Foto: Vanessa Fajardo/G1)
Nenhum deles, segundo a pasta, perderá o ano letivo de 2012. De acordo com a assessoria de imprensa, um calendário especial está sendo aplicado nas cerca de 140 escolas com reforma já concluída e será implantado nos colégios ainda em obras. Para concluir os dias letivos obrigatórios por lei, os estudantes terão aulas aos sábados, durante as férias e no contraturno, e só terão folga aos domingos, feriados e nas festas de fim de ano. A expectativa do governo estadual é que esses estudantes encerrem o ano letivo em fevereiro de 2013.
Além da reforma na infraestrutura, o governo espera que saia em setembro o edital de um concurso público para contratar 2.500 professores. Um concurso para a contratação de pelo menos 1.000 monitores recebeu mais de 25 mil inscrições. De acorco com a assessoria de imprensa, as disciplinas que mais sofrem com a falta de professores são as de exatas, língua estrangeira e artes. Um projeto de reformulação do plano da carreira para os 25 mil servidores da educação, que segundo a assessoria deve incluir reajustes de até 80% para alguns setores, está em fase de conclusão.
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