CÂMARA DE IBICARAÍ

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segunda-feira, 25 de junho de 2012

Presidente destituído Fernando Lugo cria 'gabinete paralelo' no Paraguai

Intenção é monitorar o governo de Federico Franco, segundo ele.
Lugo promete ir a reunião do Mercosul na Argentina mesmo com suspensão.

Amauri Arrais Do G1, em Assunção

O presidente destituído do Paraguai, Fernando Lugo, se reuniu na manha desta segunda-feira (25) com ex-ministros para anunciar a formação de uma equipe que irá "monitorar" o governo de Federico Franco e potencializar ações de resistência ao governo que tomou posse após o impeachment na sexta (22).
A reunião, na sede do Partido País Solidário, em Assunção, contou também com a presença da Frente Guasú, coalizão de partidos de esquerda, e visava definir os próximos passos da oposição.
Segundo Lugo, a intenção é formar um pequeno gabinete politico de observadores para monitorar o governo de Franco, explicar o que está acontencendo no país e restituir a ordem democrática.
Questionado se a equipe seria uma espécie de governo paralelo, o ex-presidente negou. Segundo ele, importa menos a recuperaçao pessoal do seu poder pessoal e mais os processos democráticos, a institucionalidade e a continuidade de políticas socias e econônimcas.
Lugo também disse que está em contato com a presidente argentina Cristina Kirchner para acertar a participação dele na cúpula do Mercosul, que será realizada na sexta-feira (29) em Mendonca na Argentina, apesar de o país ter sido suspenso da reunião.
Segundo Lugo, ele quer ir ao encontro para explicar de forma pormenorizada a "quebra democrática" que houve no país.
Brasiguaios
O ex-presidente também foi questionado sobre o pedido de brasiguaios - agricultores brasileiros que vivem no país vizinho - no sentido de que a presidente Dilma reconheça o governo de Frederico Franco.
Para o ex-presidente, os brasiguaios têm todo o direito de pedir o reconhecimento de Franco a Dilma. No entanto, Lugo acredita que a presidente vai avaliar que este não é o único interesse do Brasil no Paraguai.
O Paraguai foi suspenso temporariamente do Mercosul e da Unasul (União das Nações Sul-Americanas) até que a "ordem democrática seja restabelecida". O Paraguai também teve suspensa sua participação na cúpula do Mercosul, que ocorre na sexta-feira (29), em Mendonza, na Argentina. A decisão foi tomada em conjunto por Argentina, Brasil, Uruguai, Venezuela, Bolívia, Chile, Colômbia, Equador e Peru.
A decisão ocorre apenas um dia após Franco, em sua primeira entrevista à imprensa internacional, no sábado (23), ter confirmado a presença do país na reunião do grupo.
Por sua vez, o ex-presidente Lugo, que inicialmente aceitou a votação no Congresso, disse no domingo que o novo governo é ilegítimo e garantiu que ele é que irá à cúpula do Mercosul. Lugo também rejeitou o aceno do seu ex-vice-presidente, que pediu ajuda para gerenciar a crise com os vizinhos.
Petróleo e paralisações
Internamente, o novo presidente pode enfrentar sanções econômicas, como o corte no fornecimento de petróleo venezuelano anunciado pelo presidente Hugo Chávez no domingo.
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O presidente da Petropar, a estatal de petróleo paraguaia, Sergio Escobar, disse ao diário “ABC Color” que o país tem reservas de petróleo que garantem o abastecimento do país por ao menos dois meses, além de contratos com outras empresas, como a Petrobras.
Já a Frente pela Defesa da Democracia, que reúne partidos de esquerda, centro-esquerda e movimentos sociais do Paraguai, promete uma série de atos e paralisações pelo país pela renúncia do novo presidente e o retorno de Lugo.
Crise no Paraguai
Federico Franco assumiu o governo do Paraguai na sexta-feira (22), após o impeachment de Fernando Lugo. O processo contra Lugo foi iniciado por conta do conflito agrário que terminou com 17 mortos no interior do país. A oposição acusou Lugo de ter agido mal no caso e de estar governando de maneira "imprópria, negligente e irresponsável".
Ele também foi acusado por outros incidentes ocorridos durante o seu governo, como ter apoiado um motim de jovens socialistas em um complexo das Forças Armadas e não ter atuado de forma decisiva no combate ao pequeno grupo armado Exército do Povo Paraguaio, responsável por assassinatos e sequestros durante a última década, a maior partes deles antes mesmo de Lugo tomar posse.
O processo de impeachment aconteceu rapidamente, depois que o Partido Liberal Radical Autêntico, do então vice-presidente Franco, retirou seu apoio à coalizão do presidente socialista. A votação, na Câmara, aconteceu no dia 21 de junho, resultando na aprovação por 76 votos a 1 – até mesmo parlamentares que integravam partidos da coalizão do governo votaram contra Lugo. No mesmo dia, à tarde, o Senado definiu as regras do processo.
Na sexta, o Senado do Paraguai afastou Fernando Lugo da presidência. O placar pela condenação e pelo impeachment do socialista foi de 39 senadores contra 4, com 2 abstenções. Federico Franco assumiu a presidência pouco mais de uma hora e meia depois do impeachment de Lugo.
Em discurso após o impeachment, Lugo afirmou que aceitava a decisão do Senado.

Mas, neste domingo, Lugo voltou atrás, disse que não reconhece o governo de Federico Franco e que não deve, portanto, aceitar o pedido do novo presidente para ajudá-lo na tarefa de explicar a mudança de governo a países vizinhos.
quadro paraguai america  (Foto: 1)

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