Membros da Unasul dizem que não vão reconhecer governo de Franco.
Ex-vice afirmou que vai se esforçar para ter reconhecimento dos vizinhos.
 Após assumir a Presidência do Paraguai
 na esteira do rápido impeachment do ex-presidente Fernando Lugo, o 
ex-vice Federico Franco disse que vai se esforçar para conquistar o 
reconhecimento dos países vizinhos.
 “Estou consciente que estou assumindo numa condição desfavorável, mas 
vou fazer todo o esforço para que o governo seja reconhecido pelas 
nações como o que é: um país democrático”, disse Franco em entrevista à 
rede CNN em espanhol.
 O novo presidente disse se preocupar com o fato de nenhum país
 ter declarado reconhecê-lo como presidente após o julgamento político 
que depôs Lugo em apenas dois dias, mas reforçou que assumiu o cargo num
 processo legal e respeitando a Constituição do país.
O
 novo presidente do Paraguai, Federico Franco, dá entrevista no palácio 
presidencial, em Assunção, na noite desta sexta-feira (22) (Foto: AFP)
 “Meu país se orienta por regras muito claras, aqui não há nada de 
golpe, se fez um julgamento político, o Congresso por uma maioria 
praticamente unânime aprovou. O presidente teve apenas um voto no Câmara
 e quatro no Senado. O povo paraguaio está satisfeito com essa decisão”,
 disse.
 Neste sábado, o novo presidente deve anunciar mais nomes do novo 
ministério, após nomear os ministros de Relações Exteriores e do 
Interior após a posse.
 Franco também disse ainda estar tranquilo quanto a uma possibilidade de sanção ou expulsão do Paraguai por parte de organismos regionais com a Unasul ou o Mercosul, como sugeriu a presidente brasileira Dilma Rousseff na sexta.
 “Em primeiro lugar, tenho tranquilidade, [o processo] não foi 
atropelado, nada. Os presidentes dos países vizinhos saberão conversar. A
 única função que eu tenho é substituir um presidente em caso de 
impedimento.”
 Referindo-se diretamente ao venezuelano Hugo Chávez, disse respeitar a 
opinião do colega, mas afirmou que suas declarações “não ajudam em nada 
as relações” entre os dois países.
 Eleições
Questionado sobre uma suposta tentativa do Partido Liberal Radical Autêntico, que votou contra Lugo, de usar o cargo para chegar à Presidência nas eleições de abril de 2013, Franco reafirmou que não tentará uma candidatura após o período (a lei paraguaia não prevê a reeleição).
Questionado sobre uma suposta tentativa do Partido Liberal Radical Autêntico, que votou contra Lugo, de usar o cargo para chegar à Presidência nas eleições de abril de 2013, Franco reafirmou que não tentará uma candidatura após o período (a lei paraguaia não prevê a reeleição).
 “Estou sendo claro com meu país. Vou terminar este mandato e entregar o
 poder no dia 15 de agosto de 2013 ao homem ou mulher eleito, sem me 
candidatar. Não vou violar o estado de direito, não vou apresentar 
nenhuma candidatura para nenhum cargo legislativo ou para o governo.”
 Lugo
O caminho para o processo de impeachment ficou aberto depois que o Partido Liberal Radical Autêntico, do vice-presidente, retirou seu apoio à frágil coalizão do presidente socialista.
O caminho para o processo de impeachment ficou aberto depois que o Partido Liberal Radical Autêntico, do vice-presidente, retirou seu apoio à frágil coalizão do presidente socialista.
 Fernando Lugo deixou o Palácio López, a residência oficial da 
Presidência, ainda na noite de sexta, em direção a sua casa no bairro de
 Lambaré, em Assunção onde, segundo o diário "ABC Color", foi recebido 
por vizinhos que lhe deram boas vindas ao bairro.
 Um dos países a rejeitar a destituição do ex-presidente, a Costa Rica 
ofereceu asilo político a Lugo ou algum membro de sua equipe, segundo 
comunicado divulgado pelo chanceler do país, Enrique Castillo.
 Assessores do agora ex-presidente, no entanto, não confirmavam até 
sexta se ele permanecerá no país ou se falará à imprensa após deixar a 
residência oficial da Presidência.
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