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terça-feira, 19 de junho de 2012

Aprenda os passos do forró para dançar e fazer bonito no São João

No período junino, a procura por aulas desses ritmos é mais intensa.

Luna Markman Do G1 PE

Se tem uma época do ano em que o forró fica em alta, especialmente no Nordeste brasileiro, é no São João. Forró é um conjunto de ritmos que engloba o xote, o xaxado, o coco, o baião e o arrasta-pé, aquele galope de quadrilha. É possível dançar alguns dos ritmos a sós; outros, o ideal mesmo é agarradinho. O G1 convidou os professores de dança Bruno Dias e Luciana Cavalcanti para ensinar alguns passos desse universo autenticamente pernambuco.

Para dançar a doisXote e baião se dançam em casal. "A pessoa precisa, primeiro, ter uma percepção de tempo. O forró tem um tempo binário. O passo básico do xote é um pra lá, um pra cá, sendo um passo forte e outro fraco, transferindo o peso do corpo", diz Bruno.
Depois, é o famoso dois para lá e dois para cá. "O intervalo entre um movimento e outro é o contratempo", explica. Essas marcações podem ser feitas em duas direções: de um lado para o outro e de frente para trás. Para abraçar o parceiro, existem algumas regras. Os troncos se encontram e o braço direito do homem envolve a mulher acima da cintura. A mão esquerda do homem pega na mão direita da mulher. O rostinho colado fica a critério do casal.
Para fazer charminhoPara dar um charme à dança, você pode girar o parceiro, por dentro ou por fora. Na hora do passo, se afaste da pessoa, marque o tempo com o pé e gire o braço por cima da cabeça do outro. O abre e fecha para os dois lados é outro passo bacana.
"A diferença do baião para o xote é que ele é mais rápido e sincopado, ou seja, existe uma antecipação do primeiro para o segundo tempo", afirma Bruno. Então, na hora da marcação, lembre que é preciso antecipar o final do primeiro tempo para o segundo. "Quem dança baião, também dança o forró eletrônico", complementa.
Xaxado e coco são danças individuais. No primeiro, a marcação é feita com pé direito, que fica mais a frente do esquerdo e se lança de um lado para o outro, no ritmo na batida. O coco é bem parecido, só que a marcação é feita também com a palma da mão.
'Para não passar vergonha'
A procura por aulas de forró é intensa no período junino. A pessoa mais tímida, com pouco tempo de aprendizado, e o casal que não se desgruda podem até pagar aulas particulares - mas a maioria prefere entrar em uma turma, porque é mais animado. "E a nossa ideia é que ninguém fique 'viciado' no parceiro, pois o objetivo é que você saia daqui sabendo dançar com qualquer pessoa", frisa o professor Bruno Dias.

No dia em que o G1 foi ao Diverso Espaço Cultural, em Casa Forte, na Zona Norte do Recife, onde Bruno e Luciana ensinam dança de salão, o estudante Thiago Cabral estava em sua primeira aula de forró. "Eu me matriculei porque toda vez que eu viajo e digo que sou pernambucano, o povo pensa que eu sei dançar forró, mas não sei nada. Para não passar vergonha nas próximas viagens, resolvi aprender neste São João", conta.

A aposentada Lúcia Paraíso sempre adorou dançar forró e, agora, está aproveitando o tempo livre para se dedicar mais a este prazer. "E eu estou me saindo bem, viu? Não pisei até agora no pé do meu parceiro", brinca.
Thiago Cabral quis aprender forró para não passar vergonha em festas (Foto: Luna Markman/G1) 
Thiago Cabral quis aprender forró para não passar mais vergonha em festas (Foto: Luna Markman/G1)

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