Em dez anos, diferentes igrejas evangélicas conquistaram 16 milhões de fiéis. Hoje são mais de 42 milhões. Católicos continuam sendo maioria no Brasil, mas número de fiéis diminuiu na última década.
O Censo revelou uma mudança no perfil religioso dos brasileiros. O
número de evangélicos aumentou 61% entre os anos 2000 e 2010, mas os
católicos seguem sendo maioria no país.
Os católicos continuam sendo maioria no Brasil,
mas o número de fiéis diminuiu na última década. Em 2010, eram 123,3
milhões de católicos apostólicos romanos, 1,7 milhão a menos do que no
ano 2000. A proporção caiu de 73,6% para 64,6% da população. Em 1970,
eram quase 92%.
“A igreja não acompanhou os seus migrantes, não acompanhou o seu povo. A
igreja tem que sair um pouco dos seus muros, das suas igrejas, tem que
abrir janela, porta e ir onde está o povo de Deus”, opina o membro do
Instituto Brasileiro de Desenvolvimento/CNBB Thierry Lineard.
Os evangélicos, por outro lado, foram os que mais cresceram. Passaram
de 15,4% para 22,2% da população. Em dez anos, as diferentes igrejas
evangélicas conquistaram 16 milhões de fiéis. Hoje são mais de 42
milhões.
“Nós abordamos as pessoas, as suas casas, os logradouros públicos.
Procuramos trabalhar na evangelização homem a homem, por assim dizer. Um
trabalho de evangelismo pessoal”, conta o presidente da Confederação
Nacional das Assembléias de Deus, José Wellington Bezerra da Costa.
Na última década, aumentou ainda a proporção de pessoas sem religião,
que já são 8% dos brasileiros, e de espíritas, que são 2%. Tendência
seguida por outras religiões como umbanda, budismo e candomblé, que
ganharam seguidores.
A pesquisa que aponta o crescimento da diversidade dos grupos
religiosos no Brasil também mostra que as preferências em relação à
religião variam bastante de região para região e de estado para estado.
O Nordeste é a região que proporcionalmente tem mais católicos. Os
evangélicos têm maior participação no Norte e os espíritas no Sudeste.
Entre os estados, o Piauí é o que tem o maior percentual de católicos, 85%. O de evangélicos está em Rondônia, 33,8%, e o de espíritas, no Rio de Janeiro, 4%.
O Censo mostra que os espíritas são os que têm a maior renda e o maior nível de escolaridade.
“Esse movimento da diversidade que é muito próprio da sociedade
brasileira se reflete sobre as religiões também, quer dizer, não temos
mais uma igreja que seja absolutamente majoritária em todos os
segmentos”, aponta o coordenador de População e Indicadores Sociais do IBGE, Luís Antônio Pinto de Oliveira.
“O importante é você ter o respeito com o próximo e saber lidar com isso”, aconselha o músico Eduardo Arantes.
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