Para presidente de comissão, texto abranda pena para crimes leves.
Sarney disse que Senado deve concluir votação até fim do ano.
Entrega do anteprojeto do Código Penal
(Foto: Nathalia Passarinho / G1)
(Foto: Nathalia Passarinho / G1)
O ministro do Superior Tribunal de Justiça, Gilson Dipp, presidente da comissão de juristas criada para elaborar a proposta do novo Código Penal afirmou
nesta terça-feira (27) que o texto consolidado é “equilibrado”- não é
“liberal” nem “rígido” demais na punição de crimes.
Após mais de sete meses de reuniões, a comissão concluiu os trabalhos e
entregou nesta tarde ao Senado o anteprojeto do Código Penal. “Tudo
aquilo que foi altamente lesivo, nós fizemos endurecimento das penas.
Tudo aquilo que não merecia mais a consideração da sociedade como algo
lesivo, nós simplesmente descriminalizamos. É um Código equilibrado. Não
é liberalizante, não é mais drástico, mas é um código que reflete os
anseios da sociedade”, afirmou.
O ministro lembrou que foram incluídos novos tipos penais, como o
enriquecimento ilícito e o bullying, ao mesmo tempo em que foram
aumentadas as possibilidades de aborto legal e reduzidas as penas para
crimes de menor potencial ofensivo. “O que fizemos é não deixar nenhum
tabu de lado. O que teve sentido mais drástico, mais liberalizante, nós
fizemos conscientemente. Nossa expectativa é de que o Parlamento
debata”, afirmou
O anteprojeto do Código Penal libera o aborto em gravidez por emprego
não consentido de técnica de reprodução assistida; de feto com
anencefalia ou graves e incuráveis anomalias, atestado por dois médicos;
e por vontade da gestante até a 12ª semana de gestação, quando o médico
constatar que a mulher não apresenta condições psicológicas para a
maternidade. Outra novidade do texto é tornar a prática de bullying
crime, com pena de 1 a quatro anos de prisão. Já o enriquecimento
ilícito, classificado como "adquirir, vender, alugar, entre outros,
valores ou bens móveis ou imóveis que sejam incompatíveis com os
rendimentos", terá pena de 1 a 5 anos de prisão.
O procurador da República Luiz Carlos Gonçalves, integrante da comissão
de juristas, destacou como um dos pontos de destaque do novo Código
Penal o aumento das penas para homicídio culposo. “Atualmente a pena
para homicídio culposo é de até três anos. Ou seja, a vida valia muito
pouco. Nós aumentamos para uma pena de até oito anos. Se for o homicídio
por provocado no trânsito, a pena pode chegar a 11 anos”, afirmou.
Ele destacou, contudo, a adoção de penas alternativas em crimes de
menor gravidade. “O cárcere, a prisão, é como um antibiótico. Não pode
ser usado demais nem de menos”, disse.
Dipp também comentou a possibilidade de o anteprojeto do Código Penal
ser “desfigurado” pelos parlamentares durante a tramitação da proposta.
Para ele, apesar de tratar de temas polêmicos, a proposta não deve
sofrer grande resistência já que as discussões da comissão de juristas
foram divulgadas e abertas à participação da sociedade e da imprensa.
“Todas as nossas sessões deliberativas foram transmitidas pela TV, a
imprensa esteve presente. Então, de certa forma, essa discussão está
atenuada, porque todos já conhecem as vantagens, os recuos e os
problemas”, ponderou.
Transparência
O ministro Gilson Dipp também comentou a possibilidade de o anteprojeto do Código Penal ser “desfigurado” pelos parlamentares durante a tramitação da proposta. Para ele, apesar de tratar de temas polêmicos, a proposta não deve sofrer grande resistência já que as discussões da comissão de juristas foram divulgadas e abertas à participação da sociedade e da imprensa.
Transparência
O ministro Gilson Dipp também comentou a possibilidade de o anteprojeto do Código Penal ser “desfigurado” pelos parlamentares durante a tramitação da proposta. Para ele, apesar de tratar de temas polêmicos, a proposta não deve sofrer grande resistência já que as discussões da comissão de juristas foram divulgadas e abertas à participação da sociedade e da imprensa.
“Todas as nossas sessões deliberativas foram transmitidas pela TV, a
imprensa esteve presente. Então, de certa forma, essa discussão está
atenuada, porque todos já conhecem as vantagens, os recuos e os
problemas”, ponderou.
Votação
O presidente do Senado, José Sarney, elogiou o anteprojeto, mas destacou que a proposta deve sofrer alterações pelos parlamentares. "Isso faz parte do Congresso. Nenhuma lei vem aqui que tenha entrada que não tenha sido modificada e modificada para melhor", disse. Segundo ele, a votação da proposta no Senado deve ser concluída até o final do ano. Em seguida, ela seguirá para análise da Câmara dos Deputados.
"Eu acho que nós levaremos até o fim do ano a tramitação e votação dele aqui, porque é uma matéria complexa,com artigos polêmicos, de maneira que teremos que nesse tempo todo discutir e debater", disse.
O presidente do Senado, José Sarney, elogiou o anteprojeto, mas destacou que a proposta deve sofrer alterações pelos parlamentares. "Isso faz parte do Congresso. Nenhuma lei vem aqui que tenha entrada que não tenha sido modificada e modificada para melhor", disse. Segundo ele, a votação da proposta no Senado deve ser concluída até o final do ano. Em seguida, ela seguirá para análise da Câmara dos Deputados.
"Eu acho que nós levaremos até o fim do ano a tramitação e votação dele aqui, porque é uma matéria complexa,com artigos polêmicos, de maneira que teremos que nesse tempo todo discutir e debater", disse.
Para Sarney, a aprovação do texto é necessário para adaptar a
legislação penal à atualidade. "Tinhamos um Código de 1940. A sociedade
mudou, o Brasil mudou, os meios de comunicação ajudaram a transformar a
sociedade. Então, temos que mudar o Código para que ele possa se adaptar
aos problemas do presente."
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