CÂMARA DE IBICARAÍ

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terça-feira, 1 de dezembro de 2015

Golpe de empréstimos agrícolas tinha contas no BB em nome de 30 laranjas

Grupo usava dados de terceiros para firmar contratos com Banco do Brasil.

Segundo a PF, esquema liderado por ex-gerentes desviou R$ 35 milhões.

Do G1 Ribeirão e Franca
Ex-gerente do Banco do Brasil foi preso durante operação da Polícia Federal nesta terça-feira (1º) (Foto: Paulo Souza/EPTV)Ex-gerente do Banco do Brasil foi preso durante operação da Polícia Federal (Foto: Paulo Souza/EPTV)
A Polícia Federal informou que ao menos 30 pessoas foram usadas como laranjas no esquema que desviou cerca de R$ 35 milhões do Banco do Brasil, destinados a financiamentos agrícolas. Segundo a PF, a fraude estava centralizada em uma agência em Guará (SP) e envolvia contratos com produtores rurais falsos na cidade e em Franca (SP).
Em nota, o Banco do Brasil informou que afastou os funcionários envolvidos assim que constatou indícios de irregularidades e colabora com as autoridades competentes para apuração do caso.
O delegado Flávio Vieitz Reis afirmou que a PF ainda tenta identificar quem seriam os laranjas do esquema, uma vez que as contas bancárias eram abertas com documentos falsos. Logo após o depósito do empréstimo, a quantia era sacada pela quadrilha e as contas permaneciam zeradas.
“Nós temos uma perspectiva de que aproximadamente 30 laranjas foram usados, alguns cientes, outros que foram vítimas do golpe. Nós estamos rastreando as contas pelas quais o dinheiro passou para chegar até essas pessoas. Vai ser um trabalho árduo conseguir identificar toda a movimentação financeira”, disse Reis.
Ainda segundo o delegado, as investigações apontam que familiares dos supostos aliciadores também foram usados como laranjas e, portanto, tinham conhecimento do esquema. Reis não descarta que esses parentes sejam convocados para prestar esclarecimentos à PF.
Contratos falsos eram firmados em agência do Banco do Brasil em Guará (Foto: Cláudio Oliveira/EPTV)Contratos falsos eram firmados em agência do Banco do Brasil em Guará (Foto: Cláudio Oliveira/EPTV)
Prejuízo à economia
De acordo com investigação da PF e do Ministério Público Federal, dois homens conseguiam nomes de laranjas e usavam os dados dessas pessoas para abrir contas no Banco do Brasil emGuará.

Em seguida, o engenheiro ambiental emitia laudos falsos e, com a ajuda dos ex-gerentes do banco, os financiamentos agrícolas eram aprovados. O dinheiro desaparecia após ser depositado e, como as contas eram abertas com documentos falsos, o Banco do Brasil não conseguia cobrar a dívida.
O procurador Wesley Miranda explicou que os dois ex-gerentes suspeitos de liderarem o esquema devem responder por crime contra o sistema financeiro nacional, uma vez que a fraude impediu produtores rurais de terem acesso a esse tipo de crédito.
A PF informou que os documentos já analisados somam R$ 4,5 milhões. Entretanto, segundo a polícia, há elementos para concluir que o montante movimentado pela suposta organização criminosa supere R$ 35 milhões.
“Esse crime, dentre os vários que são apurados, acabou prejudicando, inclusive, a economia local. Inclusive, na região de Guará, onde ocorreram todas as fraudes, havia dificuldade de pessoas que realmente precisavam dos financiamentos obter esses créditos por via lícita”, afirmou Miranda.
O procurador disse também que o dinheiro adquirido com o golpe era usado pelos próprios suspeitos para levar uma vida de luxo. “Existem informações, por exemplo, que uma das pessoas da quadrilha ostentava esse dinheiro comprando carros importados, de altos valores, em torno de R$ 170 mil”, disse.
Os dois ex-gerentes do banco, um dos supostos aliciadores e o engenheiro ambiental foram levados para a superintendência da PF na capital paulista, onde cumprirão prisão temporária. Na casa de outro suspeito, em Guará, os policiais encontraram cédulas falsas. Ele foi levado para o Centro de Detenção Provisória de Franca.
PF informou que documentos comprovam desvio de R$ 4,5 milhões destinados a empréstimos agrícolas (Foto: Paulo Souza/EPTV)PF informou que documentos comprovam desvio de R$ 4,5 milhões destinados a empréstimos agrícolas (Foto: Paulo Souza/EPTV)

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