Petistas se reuniram no início da tarde na Câmara para definir posição.
Mais cedo, deputado do partido havia dito que vivia um 'dilema'.
Em reunião nesta quarta-feira (2) , a bancada do PT decidiu que os três integrantes do partido no Conselho de Ética - Zé Geraldo (PT-PA), Leo de Brito (PT-AC), e Valmir Prascidelli (PT-SP) - votarão a favor da continuidade do processo que investiga o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). A decisão foi anunciada pelos três parlamentares e outros deputados petistas que participaram da discussão.
O voto do PT é considerado decisivo para que as investigações continuem, já que o placar no Conselho de Ética está apertado.
Os deputados do PT sofriam pressão do governo para apoiar Cunha e evitar, com isso, que o peemedebista abrisse processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff. Ao mesmo tempo, a direção do partido e mais da metade da bancada exigiam a continuidade das investigações. A avaliação deste grupo era de que o desgaste político em apoiar o presidentes Câmara seria muito grande. Além disso, o partido poderia se tornar alvo permanente de chantagem.
Pesava também o fato de que o governo quer aprovar a redução da meta fiscal para 2015 em sessão do Congresso. Entrar em confronto com Cunha pode prejudicar o interesse do governo na votação.
"A posição de bancada é pela admissibilidade. Isso será comunicado ao governo. E o governo começa a se virar para aprovar a redução da meta fiscal. O partido tomou essa decisão. Nós agora vamos seguir lá decisão da bancada do partido. Já era uma tendência nossa. Só que agora a bancada assume uma responsabilidade", disse o deputado Zé Geraldo, que mais cedo havia dito que vivia um "dilema".
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Os três integrantes petistas do Conselho de Ética disseram que exigiram uma posição da bancada do partido, para não sofrerem sozinhos o desgaste de votar a favor ou contra o parecer que recomenda a continuidade das investigações.
“Nós agora, nós três, vamos votar expressando a decisão da bancada do PT. Nós ontem à noite nos reunimos e cobramos uma posição do partido, uma posição do governo, no sentido de mobilizar sua base para votar projetos importantes para o Brasil e cobramos uma posição unificada para ajudar tomarmos essa decisão”, disse Zé Geraldo.
O Conselho de Ética se reúne na tarde desta terça pelo segundo dia consecutivo na tentativa de votar parecer do deputado Fausto Pinato (PRB-SP) pela continuidade do processo por quebra de decoro. Aliados de Cunha tentam inviabilizar a votação fazendo retirados questionamentos ao presidente do colegiado. Nesta terça, a sessão durou 6 horas e não houve votação, apenas discussões e discursos.
Segundo petistas ouvidos pelo G1, a decisão da bancada do PT pela continuidade das investigações de Cunha não foi unânime. Alguns deputados defenderam que era melhor evitar atrito com o presidente da Câmara, para garantir que ele rejeite pedidos de impeachment que tramitam na Casa.
Há meses Cunha segura a decisão sobre os pedidos de afastamento de Dilma, para ter margem de negociação e tentar evitar a cassação do próprio mandato.O peemedebista é acusado de mentir à CPI da Petrobras quando disse, em março, que não possui contas bancárias no exterior. Documentos do Ministério Público da Suíça revelaram, porém, a existência de contas relacionadas a Cunha. O presidente da Câmara diz ser "usufrutuário" de ativos mantidos na Suíça e administrados por trustes.
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