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segunda-feira, 15 de julho de 2013

Fotos exclusivas mostram área de onde saiu tiro que atingiu MC Daleste

Fotógrafo ajudou no socorro e conta que negou ao músico foto do ferimento.
Funkeiro foi assassinado enquanto se apresentava em Campinas.

Do G1 Campinas e Região

Imagens feitas por um dos melhores amigos do funkeiro MC Daleste, de cima do palco onde o músico se apresentava quando foi assassinado, em Campinas (SP), mostram com nitidez a plateia do show justamente do ângulo de onde teria partido o disparo que atingiu o cantor no dia 7 de julho. Para o perito Nelson Massini, as fotos, obtidas com exclusividade pelo Fantástico, serão “fundamentais” para identificar o autor do crime.
Renato Avaia era amigo e fã do funkeiro e conta que, na noite da morte de Daleste, fez 18 imagens usando uma câmera dada pelo próprio músico a ele como presente. Uma das imagens mostra o MC segundos antes dele ser atingido. “Ele foi para o meu lado, eu fui mais para trás, tirei a foto. Foi a hora que o cara atirou”, lembra o fotógrafo.
Além desta, as outras 17 fotografias feitas de cima do palco mostram com nitidez e em alta resolução o público. O especialista Nelson Massini explica que pelos pontos de perfuração da bala no palco e a localização do cantor, é possível concluir de que região na plateia partiram os disparos. E, de acordo com ele, pela localização de Avaia no momento dos cliques, as fotos dele certamente capturaram a presença do assassino no local.
"De todo o material que eu examinei, essas fotos são absolutamente fundamentais. Elas retratam e certamente revelam o assassino disperso aí nessa multidão. Pela qualidade e pela abrangência que esse grupo de fotos faz, é possível aproximar [a imagem]. Essas fotos realmente vão dar a grande contribuição para que a gente chegue aos homicidas", conclui.
Amigo de MC Daleste fez imagens da plateia da área de onde o tiro que matou funkeiro teria saído (Foto: Reprodução / TV Globo)Amigo de MC Daleste fez imagens da área da plateia de onde o tiro teria saído (Foto: Reprodução / TV Globo)
Último diálogo
Os próprios amigos socorreram Daleste após o tiro porque não havia polícia nem ambulância no local. Eles contam que não sabiam para onde levá-lo e, por isso, demoraram quase meia-hora para chegar até o Hospital de Paulínia. Neste período, o músico estava consciente e os colegas contam os últimos diálogos que tiveram com ele, além do desespero de assistir à piora do estado de saúde dele no passar do tempo.

”No decorrer desse trajeto eu fui ficando mais desesperado porque fui vendo que ele não estava tão bem. Os lábios foram ficando brancos, o olho foi ficando fundo, a gente olhava, mas eu já não sentia ele aí. Sabe, lutando mesmo pela vida, lutando pra ficar acordado, para não fechar os olhos”, conta Marcelo de Souza, cunhado do MC.
O irmão de Daleste, Rodrigo Pedreira, que também participou do socorro e levou o jovem até a sala de cirurgia, conta que, no percurso, o músico detalhou a sensação de ser atingido por um projétil. “A gente ficou falando: ‘pô nem dói, eu achei que doía tomar tiro’. Ele falou que a voz dele tava ficando distante. Quando chegou no hospital, ele pediu para o motorista ir mais devagar, ficou falando: ‘pô, estou bem, só estou sentindo que está saindo muito sangue’. Fui segurando na mão dele até a sala de cirurgia”, conta Pedreira.
Crime complexo
Desde a abertura do inquérito, a polícia já recebeu pelo menos 100 denúncias feitas por meio de vídeos ou mensagens. Embora o número seja expressivo, o delegado do caso, Rui Pegolo, disse que elas ainda não apontaram para um único suspeito. Com as análises feitas até o momento, ele acredita que o atirador tenha estudado o local do show e feito o disparo em diagonal, a 20 ou 30 metros do palco. Para o investigador, o crime foi premeditado

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