Medida foi antecipada pelo ministro, em entrevista ao Bom Dia Brasil.
Objetivo é cumprir a meta de economia para o pagamento de juros.
A pressão das ruas fez o governo federal rever as contas e cortar
despesas. Na próxima semana, serão anunciados cortes de até R$ 15
bilhões, segundo antecipou o ministro da Fazenda, Guido Mantega, em entrevista ao Bom Dia Brasil. O corte tem sido defendido pela oposição e até por aliados.
"O corte será, principalmente, em gastos de custeio. Não haverá cortes
em investimento nem nos serviços sociais do governo. Será na máquina,
por exemplo, viagens e passagens, material permanente, serviço de
terceiros, aluguéis. Nesse primeiro momento, [o corte] será abaixo de R$
15 bilhões, mas estaremos acompanhando ao longo do ano para ver se
novos cortes serão necessários. O importante é cumprir a meta de 2,3%, e
ela será obtida a qualquer custo." Mantega disse ainda que não está
previsto aumento de impostos.
Esses cortes de despesas têm como objetivo cumprir a meta de economia
para o pagamento de juros da dívida pública – chamado superávit primário
- e compensar a perda de arrecadação com a redução de impostos, como a
do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), feita ao longo do
ano. O superávit primário é o resultado positivo de todas as receitas e
despesas do governo, tirando os gastos com pagamento de juros.
O ministro da Fazenda tem prometido que o setor público consolidado registrará um superávit primário de 2,3% do PIB
neste ano, o equivalente a R$ 110,9 bilhões. Em percentual do PIB, isso
representará queda frente ao patamar registrado em todo ano passado
(2,38% do PIB).
Guido Mantega também lembrou que o governo que é favorável à redução de
impostos no setor de transportes e até se antecipou às ruas ao reduzir
tributos das empresas.
No entanto, demonstrou preocupação em ter que arcar sozinho com alguns
projetos que correm no Congresso, como o do regime especial de
tributação para o transporte. O texto prevê que União, estados e
municípios abram mão de parte da arrecadação para baixar o preço da
passagem de ônibus.
“Só que foi colocada uma emenda que passa para a união, o ônus do ICMS e
do ISS. Essa despesa acaba recaindo sobre a união, então nós não
podemos aceitar este tipo de projeto”, diz Mantega.
Outras possibilidades
''Aliados do governo também propuseram reduzir o número de ministérios. Porém Mantega disse que a Fazenda não está estudando isso e que a responsabilidade é da Presidência da República.
''Aliados do governo também propuseram reduzir o número de ministérios. Porém Mantega disse que a Fazenda não está estudando isso e que a responsabilidade é da Presidência da República.
O equilíbrio das contas do governo, discutida pela presidente Dilma
Rousseff durante a reunião de ministros dessa semana, é ainda mais
importante em um momento em que o câmbio e as bolsas de países
emergentes passam por turbulência.
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