Presidente convocou ministros para discutir detalhes sobre a visita do Papa.
Ela era aguardada pelo partido, mas enviou carta justificando a ausência.
Dilma era aguardada por dirigentes do partido. Na abertura da reunião, destinada a debater a conjuntura política, o presidente do PT, deputado estadual Rui Falcão (SP), leu uma carta enviada pela presidente justificando a ausência.
Na tarde de segunda-feira (22), Dilma embarcará para o Rio de Janeiro, onde recepcionará o Papa Francisco, na chegada do pontífice à Base Aérea do Galeão. Ele permanecerá no Brasil durante a semana, em atividades da Jornada Mundial da Juventude, da Igreja Católica.
Na carta enviada ao PT, a presidente afirmou que a ausência à reunião foi motivada por tarefas relacionadas à visita do Papa.
“Não poderei estar perto de vocês, como desejo. A vinda do Papa Francisco, que está tão próxima, me impõe deveres aos quais eu não posso faltar”, afirmou a presidente. “O Encontro da Juventude Católica [...] demanda organização e segurança e compromisso de todo o governo.”
Na carta, a presidente diz ainda que “vivemos um desafio histórico”, de “acolher e atender as reivindicações e os anseios que surgiram nas nossas ruas”.
Ela afirmou ser necessário ouvir as ruas e defendeu os cinco pactos nacionais que apresentou a governadores e prefeitos após o início das manifestações: de responsabilidade fiscal, saúde, educação, reforma política e mobilidade urbana.
“Não basta ouvir, é necessário fazer. Transformas essa extraordinária energia em realizações para todos”, diz Dilma.
Na carta, Dilma também voltou a defender a realização de um plebiscito sobre a reforma política, com o objetivo de mudar critérios de representação e o sistema eleitoral.
“Eles [manifestantes] querem um novo sistema político, mais transparente, mais oxigenado e mais aberto à participação popular, que só a Reforma Política balizada pela opinião das ruas, por meio de um plebiscito, poderia criar. Mais do que tudo, eles querem ser ouvidos”, diz a carta.
Militantes do PT protestam diante da sede do
partido, em Brasília, durante reunião do diretório
nacional (Foto: Felipe Néri / G1)
Protestopartido, em Brasília, durante reunião do diretório
nacional (Foto: Felipe Néri / G1)
Enquanto transcorria a reunião do diretório, militantes do PT se reuniram em frente à sede do partido para protestar contra a presença do deputado Cândido Vacarezza (SP) na coordenação do grupo de trabalho instalado nesta semana na Câmara para discutir a reforma política.
Na reunião do diretório nacional, os petistas devem analisar um pedido para que Vacarezza deixe o grupo de trabalho da reforma política.
Os militantes pedem a saída de Vacarezza do colegiado e reivindicam que a comissão de ética do PT investigue o comportamento do parlamentar, que eles consideram contrário às teses do partido
Nesta semana, Vacarezza afirmou que as mudanças aprovadas pelo comitê da reforma política só deverão valer para as eleições de 2018, e não para 2014, conforme propõe o governo e como defende o PT. Nesta sexta (19), um grupo de deputados do PT coletou adesões a uma nota pública de repúdio à indicação do deputado de Vaccarezza (PT-SP) para a coordenação do grupo de trabalho.
Ao sair da reunião, o líder do PT no Senado, Wellington Dias (PI), afirmou que o diretório do partido apoiou nota do líder do PT na Câmara, deputado José Guimarães (CE). Na nota, o líder diz que as posições do PT e da bancada no grupo de trabalho criado pelo presidente da Câmara serão defendidas pelo deputado Ricardo Berzoini (SP).
“Para o PT e para a bancada, e aí por unanimidade na bancada e no partido, o Cândido Vacarezza está na comissão por indicação do presidente da Câmara. Quem defenderá as posições do PT como parte da comissão indicada pelo PT é o deputado Ricardo Berzoini (SP)”, disse Dias.
Durante o protesto, o historiador Yuri Soares, mlitante do PT, segurou cartaz em frente à sede do partido que dizia “Vacarezza não me representa”.
“Queremos uma comissão interna de ética para julgar os posicionamentos de Vacarezza contrários ao partido. Estamos conversando com vários membros do diretório. Dá tempo de aprovar a reforma política para valer já em 2014”, disse o militante.
Embora membro do diretório, Vacarezza não tinha comparecido à reunião até a última atualização desta reportagem. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, presidente de honra do PT, também não participou do encontro.
Além de Rui Falcão, compareceram à reunião do diretório, entre outros, a ministra Ideli Salvatti (Relações Institucionais), o secretário-geral do partido, deputado Paulo Teixeira (SP), e o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu, condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) no julgamento do mensalão.
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