DE SÃO PAULO
A Justiça Federal em Goiás bloqueou nesta quarta-feira (10) os bens das
empresas paulistas Embrasystem e BBrasil Organizações e Métodos por
indícios de formação de pirâmide financeira.
Segundo o Ministério Público Federal de Goiás, o objetivo é evitar que
mais pessoas participem do esquema e reaver o máximo possível do dinheiro investido no negócio, conhecido como BBOM.
Entre os bens bloqueados estão R$ 300 milhões em contas bancárias do
grupo e mais de cem veículos, alguns de luxo, como Ferrari, Lamborghini e
Mercedes.
De acordo com a Procuradoria, até o fim do ano passado as empresas não movimentavam mais que R$ 300 mil por ano.
A BBOM se apresenta como uma empresa que oferecer rastreadores de
veículo por meio de pagamento de um valor mensal. Segundo a
Procuradoria, isso não ocorre na prática.
No sistema, os participantes associavam-se por meio de uma taxa de
cadastro e de um valor de adesão, que varia conforme o plano escolhido.
Em seguida, comprometiam-se a trazer novos associados e a pagar uma taxa
mensal. A empresa prometia maior remuneração a quem indicasse mais
associados.
A Procuradoria informa ainda que não havia licença da Anatel (Agência
Nacional de Telecomunicações) para que as empresas trabalhassem com
rastreadores de veículos --o que, segundo o órgão, reforça a suspeita de
irregularidades.
O bloqueio de bens da BBOM faz parte de uma força-tarefa conduzida pelos
Ministérios Públicos federal e estaduais e que investiga indícios de
pirâmides financeiras pelo país.
Na segunda-feira (8), a Polícia Federal abriu uma investigação contra a
Ympactus Comercial LTDA, conhecida como TelexFree, após determinação do
Ministério da Justiça.
A Folha não encontrou representantes das empresas ligadas à BBOM para comentar o caso no início da noite desta quarta-feira (10).
Em comunicado no site da BBOM, o grupo afirma que está "em conformidade
com todas as legislações e regulamentações vigentes" e que está "à
disposição de qualquer esfera do poder público para consultas e
informações sobre o nosso modelo de negócio".
http://www.folha.uol.com.br/
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