Senador afirmou que o apartamento onde mora será quitado em 30 anos.
Ele disse que é ‘pidonho’, mas nunca reivindicou ‘nada direcionado’.
Senador Demóstenes Torres discursa na tribuna
do Senado (Foto: Geraldo Magela/Agência Senado)
do Senado (Foto: Geraldo Magela/Agência Senado)
No segundo discurso desta sexta-feira (6) no plenário do Senado, Demóstenes Torres
(DEM-GO) afirmou que “quase não tem patrimônio”. O senador discursou
quase todos os dias nesta semana, dias antes de o plenário da Casa
decidir se cassa ou não seu mandato parlamentar.
Para um plenário vazio, Demóstenes afirmou que nunca se beneficiou do esquema de jogo ilegal comandado pelo bicheiro Carlinhos Cachoeira.
Ele é suspeito de usar o mandato em favor do contraventor. “Vivo de
salário. Não tenho chácara, não tenho fazenda, não tenho gado, não tenho
ações de empresas, não tenho quase patrimônio nenhum. Meus bens são os
que estão nas declarações de imposto de renda”, afirmou.
O senador destacou que o único imóvel próprio que possui é um
apartamento que só será quitado daqui a 30 anos. “Quando voltei a me
casar, passei a morar no apartamento funcional da minha enteada, que o
pai dela lhe deixou de herança ao morrer. Só agora, há menos de três
meses, me mudei para um apartamento que eu e minha esposa compramos a
ser quitada em 30 anos. Vou terminar a pagar o imóvel quando eu tiver 80
anos”, disse.
Demóstenes afirmou que é "pidonho", mas jamais fez demandas ilícitas ou
destinou emendas parlamentares para "atender a esquemas". Ele disse que
todos os atuais e ex-ministros do Executivo, governadores e prefeitos
são "testemunhas" de que ele jamais fez pedidos que atentassem contra a
legalidade
"Vão dizer que mesmo sendo da oposição, sempre fui muito pidonho, mas
nunca reivindiquei nada direcionado, nada de indicação de obras para
empreiteira, nada de privilegiar uma cidade para atender a esquemas."
O senador voltou a dizer ainda que as gravações feitas pela Polícia
Federal não apontam que ele tenha cometido ilegalidades.“Quando digo que
sou inocente é porque além da minha garantia pessoal, existem fatos
concretos. As gravações mesmo que fossem legais não apontam para quebra
de decoro. Por isso minha insistência em sanar as dúvidas antes que
ocorra o pior”, afirmou.
Ele também reafirmou que está "deprimido" com as acusações. “A
depressão que me invadiu, além desse episódio de ataque a minha honra,
me impedem de ouvir música, meu único prazer. A depressão é doença
grave, mas não de longe é meu principal problema. A questão número um é a
injustiça. É injusto me associar a esquemas, pois sempre vivi fora
deles.”
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