Por G1
A ministra Rosa Weber tomará posse nesta terça-feira (14)
como nova presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
A cerimônia está marcada para as
20h e também tomarão posse os ministros Luís Roberto Barroso (novo
vice-presidente da Corte) e Jorge Mussi (novo corregedor-geral da Justiça
Eleitoral).
Ministra do Supremo Tribunal
Federal (STF), Rosa Weber assumirá o comando do TSE no lugar Luiz Fux e comandará a Corte até maio de 2020.
Caberá à nova presidente do TSE
comandar o processo eleitoral de outubro, no qual serão escolhidos o novo
presidente da República, governadores, senadores e deputados (federais,
estaduais e distritais).
Rosa
Weber tem perfil discreto, não costuma conceder entrevistas coletivas a
jornalistas após as sessões das quais participa e também evita falar fora do
tribunal sobre casos em andamento.
Nascida no Rio Grande do Sul,
entrou na magistratura trabalhista em 1976 como juíza substituta do Tribunal
Regional do Trabalho da 4ª Região (TRT-4), com sede em Porto Alegre.
Trinta anos depois, em 2006, Rosa
Weber chegou ao cargo de ministra do Tribunal Superior do Trabalho (TST) e,
cinco anos depois, em 2011, foi
indicada para o
Supremo pela então presidente Dilma Rousseff.
Rosa Weber tem atuação
reconhecida na área trabalhista. Quando foi indicada para o STF, teve o nome aprovado
pelo Senado por 57 votos a 14.
"Tenho muito orgulho e digo com toda humildade: tenho muito orgulho de ter
e ser há 35 anos uma juíza do trabalho. É o que sou e é o que tenho a
oferecer", disse à época.
A nova presidente do TSE foi
professora da Faculdade de Direito da Pontifícia Universidade Católica do Rio
Grande do Sul (PUC-RS), no curso de Ciências Jurídicas e Sociais, entre 1989 e
1990.
Na faculdade, lecionou as
disciplinas de direito do trabalho e processo do trabalho.
Lula
Sob a
presidência de Rosa Weber, o TSE terá de analisar, por exemplo, os registros
dos candidatos a presidente na
eleição deste ano.
Umas das candidaturas que será
registrada é a do ex-presidente Luiz
Inácio Lula da Silva (PT).
Condenado pelo Tribunal Regional Federal da Quarta Região (TRF-4), responsável
em segunda instância pela Lava Jato, Lula está preso
em Curitiba (PR)
desde abril.
Pela Lei da Ficha Limpa, uma
pessoa condenada por órgão colegiado da Justiça não pode se candidatar. O TSE
tem até o dia 17 de setembro para avaliar se permite a candidatura de Lula.
Em abril
deste ano, o Supremo analisou um habeas corpus preventivo apresentado pela
defesa de Lula. Na ocasião, seis ministros votaram contra
conceder liberdade ao ex-presidente, entre os quais Rosa Weber.
Mas o voto da ministra é considerado decisivo no STF quando a Corte for decidir
se mantém ou derruba o entendimento firmado em 2016 que a pena pode começar a
ser executada após
condenação pela segunda instância da Justiça, como é o caso de Lula.
Isso porque, na votação do habeas
corpus, Rosa Weber defendeu o respeito às deliberações coletivas de um
tribunal, mas em 2016 foi contra a prisão após segunda instância.
Outros
temas
·
Aplicação da Lei da Ficha
Limpa: Rosa
Weber votou a favor da aplicação da norma em casos de políticos condenados por
abuso de poder antes de 2010. Para a ministra, o político deve preencher os
requisitos da lei.
·
'Judicialização' da
política: Durante
a sabatina no Senado, declarou: "Sabe-se que o parlamento é a consagração
da vida política. A atuação do Judiciário não substitui a política".
·
Julgamento da chapa
Dilma-Temer: Durante
o julgamento, a ministra afirmou ter constatado "prova cabal" do
pagamento de propina a partidos políticos até 2014, "seja na forma de
doação oficial seja por meio de caixa 2".
Composição
do TSE
O TSE é
formado atualmente por sete ministros:
·
Três do
Supremo Tribunal Federal;
·
Dois do
Superior Tribunal de Justiça;
·
Dois
juristas nomeados pelo presidente da República.
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