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quinta-feira, 3 de abril de 2014

Para diminuir pobreza, Maricá, no RJ, cria 1ª moeda social eletrônica do país

Banco comunitário Mumbuca foi lançado em dezembro do ano passado.

Bolsa de 70 'mumbucas' é repassada pela prefeitura a famílias carentes.

Clara Velasco
Do G1, em São Paulo

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Secretário Miguel (à esquerda) participa da inauguração do banco Mumbuca (Foto: Divulgação/Prefeitura de Maricá)
Secretário participa da inauguração do banco
Mumbuca (Foto: Divulgação/Prefeitura de Maricá)
A cidade de Maricá, no interior do Rio de Janeiro, lançou a primeira moeda social eletrônica do país no fim do ano passado, segundo a Rede Brasileira de Bancos Comunitários. Diferente de outras moedas já existentes no Brasil, a "mumbuca" ainda faz parte de uma política da prefeitura para complementação de renda de famílias carentes.
O Mumbuca foi o mais recente banco comunitário inaugurado no país. Com ele, o Brasil chegou à atual marca de 104 instituições no país – mais que o dobro do total registrado (51) há cinco anos.
Desde dezembro de 2013, cada família cadastrada no programa "Bolsa Mumbuca" recebe 70 mumbucas – o equivalente a R$ 70 –, por meio de cartões de débito. Os cartões são aceitos apenas em estabelecimentos locais que também aderiram à iniciativa. O objetivo é reduzir a pobreza na cidade, onde vivem cerca de 13 mil famílias que ganham até um salário mínimo por mês.
"É uma forma de complementação de renda em que os recursos são usados apenas dentro da cidade. Com isso, estimulamos o comércio. Nossa estimativa é que, em breve, vamos ter injetado R$ 1 milhão na economia local através dessa bolsa", diz o secretário de Direitos Humanos deMaricá, Miguel de Moraes Filho.
Segundo Moraes Filho, a ideia de usar o cartão de débito surgiu após comparações com o Bolsa Família, que é sacado em reais. “Desta forma, não há um controle de onde o dinheiro é usado. Com a moeda eletrônica, além de garantir o consumo de mercadoria no território, impedimos que os recursos sejam utilizados de forma indevida, como a compra de mercadorias ilícitas”, diz.
Para o comércio local, o uso da mumbuca também representou aumento nas vendas. “O movimento melhorou muito [desde o início do programa], tivemos até que contratar mais um funcionário. Está sendo bom tanto para a empresa, quanto para a população, pois já surgiu mais uma vaga de emprego”, diz José Cláudio Ribeiro Policarpo, proprietário do Mercado Jolumar.
O mercado foi o primeiro da cidade a trabalhar com a mumbuca. “A prefeitura nos procurou oferecendo a ideia. Nós instalamos a maquineta e tudo funciona como um cartão de crédito. Depois de 30 a 40 dias da compra, o banco comunitário nos deposita o dinheiro em real”, diz Policarpo.
Cartão de débito da Bolsa Mumbuca (Foto: Divulgação/Instituto Palmas)
Cartão de débito da 'Bolsa Mumbuca'
(Foto: Divulgação/Instituto Palmas)
Segundo Joaquim Melo, diretor da Rede Brasileira de Bancos Comunitários e coordenador do Instituto Palmas, que ajudou a inaugurar o programa em Maricá, um banco em um bairro na periferia de Fortaleza deve ser o segundo do país a receber a moeda eletrônica. “Governos de muitos municípios estão no ligando, pois a ideia é boa não só para quem consome, mas também para quem produz”, diz.
Próximas fases do programa
De acordo com Moraes Filho, o uso da mumbuca para complementar a renda é a primeira fase do programa. “Estamos criando formas legais para utilizar recursos das sobras da Câmara dos Vereadores para criar um cartão que poderá ser usado pelos universitários da cidade para comprar livros”, diz.

A prefeitura também pretende abrir através do banco comunitário um sistema de linha de crédito de até 15 mil mumbucas para micro e pequenos empreendedores. “Além disso, ao longo do ano que vem, pretendemos aumentar a bolsa para até 300 mumbucas”, di
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