BC admite que projeção de inflação para 2014 subiu no cenário de mercado.
Ritmo de atividade doméstica deve ser mais intenso neste ano, diz Copom.
O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central manteve a
avaliação nesta quinta-feira (5), por meio da ata de sua última reunião,
quando os juros básicos da economia subiram para 9% ao ano, que o dólar
constitui fonte de pressão inflacionária na economia brasileira e que a
política de juros deve se manter "especialmente vigilante".
"O Copom avalia que a depreciação e a volatilidade da taxa de câmbio
verificadas nos últimos trimestres ensejam uma natural e esperada
correção de preços relativos (...) Importa destacar ainda que, para o
Comitê, a citada depreciação cambial constitui fonte de pressão
inflacionária em prazos mais curtos. No entanto, os efeitos secundários
dela decorrentes, e que tenderiam a se materializar em prazos mais
longos, podem e devem ser limitados pela adequada condução da política
monetária [alta dos juros]", avaliou o Copom.
Tanto a avaliação de que o dólar alto é fonte de pressão inflacionária, quanto a análise de que o Banco Central deve se manter "especialmente vigilante" na definição dos juros, para "minimizar riscos de que níveis elevados de inflação como o observado nos últimos doze meses persistam no horizonte relevante para a política monetária", já constavam na ata da reunião anterior do Copom - de julho - e foram mantidas no documento de agosto, divulgado hoje.
A aposta do mercado financeiro é de que a autoridade monetária elevará novamente os juros, em 0,5 ponto percentual, para 9,5% ao ano, na reunião de outubro do Copom - patamar no qual a taxa básica da economia brasileira deverá terminar este ano. Para o fim de 2014, a expectativa do mercado financeiro é de que os juros estejam um pouco mais altos, em 9,75% ao ano.
Mais inflação em 2014
O Copom admite, porém, na ata deste mês que, no chamado cenário de mercado (que embute as estimativas dos economistas dos bancos para os juros e para a taxa de câmbio nos próximos meses), houve aumento da estimativa de inflação da autoridade monetária para 2014, e acrescentou que a previsão para o IPCA, em doze meses até junho de 2015, também está acima da meta central de 4,5%.
"Para 2014, no cenário de referência [juros e câmbio estável], a
projeção de inflação manteve-se estável em relação ao valor considerado
na reunião do Copom de julho e aumentou no cenário de mercado,
posicionando-se, nos dois casos, acima da meta de 4,5%. No segundo
trimestre de 2015, a inflação se posiciona acima da meta nos dois
cenários", acrescentou o BC.
Pelo sistema de metas que vigora no Brasil, o BC tem de calibrar os juros para atingir as metas pré-estabelecidas, tendo por base o IPCA. Para 2013, 2014 e 2015, a meta central de inflação é de 4,5%, com um intervalo de tolerância de dois pontos percentuais para cima ou para baixo. Deste modo, o IPCA pode ficar entre 2,5% e 6,5% sem que a meta seja formalmente descumprida.
'Neutralidade' na política fiscal
O Copom avaliou ainda que o cenário central para a inflação leva em conta a materialização das trajetórias com as quais trabalha para as "variáveis fiscais", ou seja, para a economia feita pelo setor público para pagar juros da dívida pública, o chamado "superávit primário". Para este ano, o governo informou que a meta de superávit primário, para todo setor público, é de 2,3% do PIB e que, para 2014, é de 2,1% do PIB.
"Para o Comitê, criam-se condições para que, no horizonte relevante para a política monetária, o balanço do setor público se desloque para a zona de neutralidade", acrescentou o Copom - em uma das poucas alterações em relação à ata de julho, quando a instituição avaliava somente que "iniciativas recentes" apontavam o balanço do setor público em "posição expansionista" [alta de gastos públicos]".
"O Copom notou ainda que a geração de superavit primários compatíveis com as hipóteses de trabalho contempladas nas projeções de inflação, além de contribuir para arrefecer o descompasso entre as taxas de crescimento da demanda e da oferta, solidifica a tendência de redução da razão dívida pública sobre produto e a percepção positiva sobre o ambiente macroeconômico no médio e no longo prazo", acrescentou a instituição no documento divulgado hoje.
Confiança das famílias
No documento divulgado nesta quinta-feira, o Copom também manteve a avaliação de que o ritmo de atividade doméstica deve ser mais intenso neste ano e no próximo, com retomada dos investimentos e crescimento do consumo das famílias.
"De modo geral, a absorção interna vem se expandindo a taxas maiores do que as de crescimento do PIB e tende a ser beneficiada pelos efeitos de ações de política fiscal, pela expansão da oferta de crédito para pessoas físicas e empresas, e pelo programa de concessão de serviços públicos, entre outros fatores", avaliou o Copom - em texto semelhante ao de julho.
No entanto, a autoridade monetária acrescentou que a "velocidade de materialização desses ganhos esperados depende do fortalecimento da confiança de firmas e famílias". Em julho, a percepção era um pouco pior, uma vez que o BC avaliava que "velocidade de materialização desses ganhos esperados pode ser contida caso não ocorra reversão tempestiva do declínio que ora se registra na confiança de firmas e famílias".
Tanto a avaliação de que o dólar alto é fonte de pressão inflacionária, quanto a análise de que o Banco Central deve se manter "especialmente vigilante" na definição dos juros, para "minimizar riscos de que níveis elevados de inflação como o observado nos últimos doze meses persistam no horizonte relevante para a política monetária", já constavam na ata da reunião anterior do Copom - de julho - e foram mantidas no documento de agosto, divulgado hoje.
A aposta do mercado financeiro é de que a autoridade monetária elevará novamente os juros, em 0,5 ponto percentual, para 9,5% ao ano, na reunião de outubro do Copom - patamar no qual a taxa básica da economia brasileira deverá terminar este ano. Para o fim de 2014, a expectativa do mercado financeiro é de que os juros estejam um pouco mais altos, em 9,75% ao ano.
Mais inflação em 2014
O Copom admite, porém, na ata deste mês que, no chamado cenário de mercado (que embute as estimativas dos economistas dos bancos para os juros e para a taxa de câmbio nos próximos meses), houve aumento da estimativa de inflação da autoridade monetária para 2014, e acrescentou que a previsão para o IPCA, em doze meses até junho de 2015, também está acima da meta central de 4,5%.
Copom também manteve a avaliação de que o ritmo de atividade doméstica
deve ser mais intenso neste ano e no próximo, com retomada dos
investimentos e crescimento do consumo das famílias
Pelo sistema de metas que vigora no Brasil, o BC tem de calibrar os juros para atingir as metas pré-estabelecidas, tendo por base o IPCA. Para 2013, 2014 e 2015, a meta central de inflação é de 4,5%, com um intervalo de tolerância de dois pontos percentuais para cima ou para baixo. Deste modo, o IPCA pode ficar entre 2,5% e 6,5% sem que a meta seja formalmente descumprida.
'Neutralidade' na política fiscal
O Copom avaliou ainda que o cenário central para a inflação leva em conta a materialização das trajetórias com as quais trabalha para as "variáveis fiscais", ou seja, para a economia feita pelo setor público para pagar juros da dívida pública, o chamado "superávit primário". Para este ano, o governo informou que a meta de superávit primário, para todo setor público, é de 2,3% do PIB e que, para 2014, é de 2,1% do PIB.
"Para o Comitê, criam-se condições para que, no horizonte relevante para a política monetária, o balanço do setor público se desloque para a zona de neutralidade", acrescentou o Copom - em uma das poucas alterações em relação à ata de julho, quando a instituição avaliava somente que "iniciativas recentes" apontavam o balanço do setor público em "posição expansionista" [alta de gastos públicos]".
"O Copom notou ainda que a geração de superavit primários compatíveis com as hipóteses de trabalho contempladas nas projeções de inflação, além de contribuir para arrefecer o descompasso entre as taxas de crescimento da demanda e da oferta, solidifica a tendência de redução da razão dívida pública sobre produto e a percepção positiva sobre o ambiente macroeconômico no médio e no longo prazo", acrescentou a instituição no documento divulgado hoje.
Confiança das famílias
No documento divulgado nesta quinta-feira, o Copom também manteve a avaliação de que o ritmo de atividade doméstica deve ser mais intenso neste ano e no próximo, com retomada dos investimentos e crescimento do consumo das famílias.
"De modo geral, a absorção interna vem se expandindo a taxas maiores do que as de crescimento do PIB e tende a ser beneficiada pelos efeitos de ações de política fiscal, pela expansão da oferta de crédito para pessoas físicas e empresas, e pelo programa de concessão de serviços públicos, entre outros fatores", avaliou o Copom - em texto semelhante ao de julho.
No entanto, a autoridade monetária acrescentou que a "velocidade de materialização desses ganhos esperados depende do fortalecimento da confiança de firmas e famílias". Em julho, a percepção era um pouco pior, uma vez que o BC avaliava que "velocidade de materialização desses ganhos esperados pode ser contida caso não ocorra reversão tempestiva do declínio que ora se registra na confiança de firmas e famílias".
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