Jogo teria influenciado menino de 13 anos a matar família em São Paulo.
Criador do game esteve na Bienal do Livro do Rio para lançar HQ.
“Eu não quero falar sobre isso. Claro que eu lamento pela tragédia com
esta família. Sei que há uma investigação correndo e não quero especular
nada, não me sinto qualificado para falar sobre o caso”, declarou Corey
May, criador da série de jogos 'Assassin’s Creed', apontado pela investigação da morte dos cinco integrantes da família Pesseghini, em São Paulo,
como influência. O jovem Marcelo Pesseghini, de 13 anos, era usuário do
jogo, e é apontado como principal suspeito de matar sua família e
depois se suicidar. A declaração foi dada no início da tarde deste
domingo (1) no quarto dia da 16ª Bienal do Livro no Rio, na Zona Oeste.
Corey May disse ainda que lamenta tragédia e que jogos deveriam ser para maiores de 18 anos. (Foto: Isabela Marinho / G1)
O autor, que esteve presente na feira para lançar a versão de história em quadrinhos homônima ao jogo, disse ainda que “as pessoas têm que entender que o jogo é uma simulação”. Ele acrescentou que talvez os jogos devessem ser destinados apenas para maiores de 18 anos, mas que “as pessoas que criam a classificação são especialistas no setor”.
Sobre a diferença entre o jogo e a versão em HQ, o criador de
Assassin’s Creed disse que viu a oportunidade de detalhar os personagens
no livro.“Queríamos usar os
livros para aprofundar mais nos personagens. É uma tremenda oportunidade
de mandar muito conteúdo para as pessoas”.
Respondendo a pergunta de um leitor que estava na plateia, ele disse
que não pode escolher um personagem favorito, assim como uma mãe não
pode escolher entre um filho ou outro. Corey May contou ainda que há um
filme sendo desenvolvido inspirado na série.
Amigos dizem que menino se inspirou em jogo
Segundo o delegado Itagiba Franco, do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), três colegas de escola do garoto disseram em depoimento que o Marcelo criou um grupo chamado "Os Mercenários" para matar desafetos, inclusive familiares. De acordo com relatos dos amigos de Marcelo, o grupo se inspirava no personagem do jogo . Ganhariam pontos quem matasse parentes num paralelo com o game, que dá pontos ao jogador. Para os colegas, no entanto, o grupo seria uma diversão e não havia intenção de ser colocado em prática.
A influência do jogo de videogame foi citada também pelo advogado Arles Gonçalves Júnior, presidente da comissão de segurança da Ordem dos Advogados do Brasil de São Paulo (OAB-SP). Ele afirmou que os depoimentos prestados revelam que o menino apresentou uma mudança de comportamento influenciada pelo jogo de videogame. “Todos os depoimentos chamam a atenção, cada um em determinado momento, como se fosse um quebra-cabeças”, disse.
Segundo o delegado Itagiba Franco, do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), três colegas de escola do garoto disseram em depoimento que o Marcelo criou um grupo chamado "Os Mercenários" para matar desafetos, inclusive familiares. De acordo com relatos dos amigos de Marcelo, o grupo se inspirava no personagem do jogo . Ganhariam pontos quem matasse parentes num paralelo com o game, que dá pontos ao jogador. Para os colegas, no entanto, o grupo seria uma diversão e não havia intenção de ser colocado em prática.
A influência do jogo de videogame foi citada também pelo advogado Arles Gonçalves Júnior, presidente da comissão de segurança da Ordem dos Advogados do Brasil de São Paulo (OAB-SP). Ele afirmou que os depoimentos prestados revelam que o menino apresentou uma mudança de comportamento influenciada pelo jogo de videogame. “Todos os depoimentos chamam a atenção, cada um em determinado momento, como se fosse um quebra-cabeças”, disse.
Marcelo usava a imagem de um assassino do jogo no seu perfil do
Facebook. O suspeito trocou a foto do perfil no dia 5 de julho. Esta foi
a última atualização de Marcelo na rede social.
No dia 8 de agosto, a desenvolvedora de games
Ubisoft, criadora do jogo Assassin's Creed, divulgou nota de repúdio à
ligação feita entre o jogo e o assassinato da família Pesseghini. "Em
nenhum estudo até agora realizado há consenso sobre a associação entre a
violência e obras de ficção, incluindo livros, séries de televisão,
filmes e jogos. É uma falácia associar um objeto de entretenimento de
milhões de pessoas, todos os dias, em todo o mundo, com ações
individuais e que ainda estão sendo esclarecidas", dizia a nota
divulgada pela companhia.
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