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sábado, 5 de maio de 2012

Senador vê presidência da CPI como ponte para 'outros projetos'

Vital do Rêgo disse que nunca imaginou que sequer se elegeria vereador.
'Presidir CPI desta magnitude é um desafio que me estimula', afirmou.

Iara Lemos Do G1, em Brasília

Vital do Rêgo e o deputado Odair Cunha, relator, na última quarta-feira (2), segundo dia de trabalhos da CPI (Foto: Geraldo Magela/Agência Senado) 

Vital do Rêgo (esq.) e o deputado Odair Cunha,
relator, na última quarta-feira (2), segundo dia de
trabalhos da CPI (Foto: Geraldo Magela/Agência
Senado)
O senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), presidente da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que vai apurar o envolvimento de políticos e empresários com o grupo do bicheiro Carlinhos Cachoeira, deixou as atividades físicas de lado. Desde que a CPI começou os trabalhos, Vital cancelou a academia. As idas para a Paraíba, seu estado natal, também foram reduzidas.
"Agora tenho de estar mais em Brasília. Tenho trabalhado uma média de 19 horas por dia. É um desafio. Todo o dia tem um fato novo, que às vezes precisa de uma decisão monocrática do presidente da CPI. Preciso ter cautela em tudo que faço", disse o senador, em entrevista ao G1.
Para Vital, presidir a CPI é o seu "maior desafio atual" como parlamentar. "Eu sempre sou movido por desafios. Eu nunca imaginei ser vereador na minha cidade. Depois, consegui ser deputado. Imagine chegar a senador, que é o sonho de todo o parlamentar. Chegar aqui e presidir uma CPI desta magnitude é um desafio que me estimula", disse.
Eu sempre sou movido por desafios. Eu nunca imaginei ser vereador na minha cidade. Depois, consegui ser deputado. Imagine chegar a senador, que é o sonho de todo o parlamentar. Chegar aqui e presidir uma CPI desta magnitude é um desafio que me estimula"
Vital do Rêgo, senador pelo PMDB-PB e presidente da CPI do Cachoeira
Corregedor do Senado, Vital do Rêgo chegou a ser indicado pelo PMDB para ser relator no Conselho de Ética do Senado do processo que apura se houve quebra de decoro parlamentar por parte de Demóstenes, mas não pode acumular as duas funções.
Depois de ser indicado para presidir a CPI, o nome de Vital começa a surgir como possível indicado do PMDB na eleição para a presidência do Senado, no próximo ano. Publicamente, Ele não admite que esteja cotado, mas diz que a CPI serve para habilitá-lo a "novos projetos".

"Meu foco agora é a presidência da CPI, fazer um bom trabalho e orgulhar meus pares. Acho que, a partir da conclusão deste trabalho, estarei habilitado para outros projetos".
Sigilo
Formado em medicina e direito, Vital tomou como primeira medida à frente da CPI buscar a manutenção do sigilo do inquérito que tramita no Supremo Tribunal Federal para investigar o envolvimento do senador Demóstenes Torres (sem partido-GO) com o contraventor. Os documentos ficarão numa sala especial, com câmeras e segurança, para evitar vazamentos.
A medida, alvo de críticas de colegas de CPI, é defendida por Vital do Rêgo por se tratar de uma determinação judicial do ministro do Supremo Tribunal Federal Ricardo Lewandowski, que só liberou o acesso do inquérito de Demóstenes para a CPI com a condição de que o segredo de Justiça fosse preservado.
"Os parlamentares são cientes das responsabilidades que cabem a cada um de nós. O que estamos fazendo é cumprindo uma determinação judicial. Aqueles documentos que não foram vazados e estão sob a guarda do Senado, temos obrigação de manter em sigilo", disse o presidente da CPI.
Ele diz, no entanto, que a regra pode ser "avaliada" pelo ministro Lewandowski. "Eu acredito que o ministro vai avaliar o sigilo. Este é um processo complexo, e ele [ministro] é um magistrado preparado e tem competência para avaliar o caso. Ele [ministro] saberá o momento de decidir se abrirá ou não o sigilo", disse o senador.
Vital do Rêgo afirma que ainda não começou a ler o inquérito encaminhado pelo STF na última segunda-feira. Ele afirmou que, na segunda-feira, irá se inscrever, juntamente com os demais integrantes da CPI, para começar a ler o material.
"Vou estar com a mesma disponibilidade de leitura que os demais parlamentares. Não mereço mais que os outros por ser presidente. Me sinto nas mesmas condições que os demais", disse o senador.

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