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segunda-feira, 28 de maio de 2012

Uma casa na selva

Enormes painéis móveis de palha e de vidro integram a densa vegetação e a casa-ateliê de 200 m², localizada em Itanhangá, no Rio de Janeiro. O projeto é assinado pela arquiteta Carla Juaçaba e pelo artista plástico Mário Fraga

Texto Marilena Dêgelo | Fotos Leonardo Finotti
Leonardo Finotti
FACHADA PRINCIPAL - Dentro e fora, os três painéis pivotantes funcionam como brises (à esq.) e correm em trilho por roldanas na lateral para abrir a frente da construção. O muro de arrimo é feito de pedras brutas recolhidas no terreno
Para morar e pintar suas telas cercado pela paisagem verde, o artista carioca Mário Fraga, arquiteto de formação, fez a casa-ateliê de 200 m² em Itanhangá, zona oeste do Rio de Janeiro. Na hora de desenhar o projeto, ele chamou a arquiteta Carla Juaçaba. Os dois criaram a construção com estrutura de vigas metálicas. O volume único é encaixado em parte alta do terreno acidentado e tem a proteção de muros de arrimo feitos de pedras brutas recolhidas no local. “Voltei à arquitetura para erguer a casa de meus sonhos”, afirma Mário, que está expondo seus quadros na mostra Linha da Terra na galeria Largo das Artes, no centro da cidade.

Amigo do falecido arquiteto Sergio Bernardes, ele resgatou uma marca das obras de seu guru. Fez painéis deslizantes de palha de taquara trançada por um artesão de Mariana, cidade de Minas Gerais, e de vidro para o interior interagir com a natureza. “Só os fecho quando está frio ou venta”, afirma. Na frente, Mário instalou o ateliê com pé-direito duplo e três portas pivotantes gigantes que se recolhem na lateral abrindo totalmente o espaço para a vegetação tropical. No fundo fica a casa, que é dividida em dois pavimentos. Embaixo, a cozinha, o lavabo e a sala se comunicam com o ateliê por paredes móveis de MDF. Em cima, estão a suíte e a varanda. A cozinha é colada no muro de arrimo escalonado de pedras que sustenta a construção e acaba formando as prateleiras para guardar os mantimentos. Em busca da praticidade dos espaços limpos e da simplicidade dos materiais, Mário escolheu o piso de cimento com pó de mármore para todo o térreo. Nas paredes externas de tijolos, ele pintou o reboco de saibro com um pigmento vermelho. “Quis aproximar minha casa dos tons da terra”, afirma.

Leonardo Finotti
SALA DE ESTAR - Paredes de argamassa armada separam a área social da escada, com estrutura de aço e degraus de madeira fechada atrás por vidro (à esq.), e do lavabo (ao fundo). O mobiliário é herança de família
Leonardo Finotti
COZINHA - As prateleiras para guardar os mantimentos são formadas pela parede escalonada de pedras brutas que funciona como muro de arrimo. encaixados na base estão a bancada de granito com a pia, o fogão e o refrigerador horizontal. O piso é de cimento com pó de mármore, da Nouveaux Mármores e Granitos
Leonardo Finotti
ATELIÊ - No espaço com pé-direito duplo, a estrutura de vigas metálicas “i”, da aços Groth, sustenta a cobertura com telhas de chapa de aço zincado, da Perfilor. No meio, a claraboia faz a iluminação zenital. Painéis móveis de MDF duplo ficam entre o local de trabalho e a casa do artista (no fundo). a espreguiçadeira era do avô do morador
Leonardo Finotti
FACHADAS LATERAIS - Os painéis com palha de taquara trançada em caixilho de alumínio, da Sá Martins esquadrias, fecham a suíte no pavimento superior. embaixo, as portas de correr têm vidro temperado, da Pilkington. À dir., a parede de tijolos recebeu reboco pintado com cal e pigmento vermelho

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