Ele não descartou corte do compulsório ou de tributos para subir crédito.
Na visão de Mantega, taxas de juros bancárias ainda estão elevadas.
"Temos várias medidas [que podem ser tomadas]. O importante é que a diferença dos países avançados, que já não têm mais política monetária [possibilidade, por exemplo, de reduzir juros] para fazer, pois já fizeram tudo o que tinham de fazer neste quesito, o Brasil tem muita política para fazer. Tem muito lastro para fazer", declarou Mantega a jornalistas.
Compulsório e IOFQuestionado especificamente sobre a possibilidade de redução dos depósitos compulsórios, ou do Imposto Sobre Operações Financeiras (IOF) nas operações de crédito, o ministro da Fazenda declarou que não comentaria quais medidas poderiam ser tomadas, mas também não afastou a possibilidade de anunciá-las.
"Não vou mencionar medidas específicas. Vocês mesmos falam na imprensa todos os dias.Várias daquelas medidas podem ser tomadas e nós estaremos tomando", disse Guido Mantega.
Crédito ainda escasso e juros bancários altos
Mantega avaliou que o Brasil ainda possui problemas de escassez de crédito, e de taxas de juros bancárias elevadas. "Há [escassez de crédito] e as as taxas estão elevadas. Mas eu vejo que há uma boa vontade de parte do setor financeiro para remediar essa situação, baixando as taxas e liberando mais crédito. É claro que nós vamos conferir isso. Estamos em cima disso todo dia", afirmou ele.
Crescimento do PIB
Segundo o ministro, usando instrumentos de política econômica, o Brasil vai crescer neste ano mais do que a taxa de expansão de 2,7% registrada em 2011. "Posso assegurar isso", declarou. Atualmente, a previsão do Ministério da Fazenda para o crescimento deste ano é de 4,5%, bem acima dos 3,2% de expansão estimados pelo mercado financeiro.
"O Brasil, é claro, tem impacto do que acontece lá fora, principalmente do lado da indústria, porque os mercados continuam encolhidos. Os Estados Unidos não estão dando sinais de um dinamismo, então isso nos afeta. Mas temos condições para um crescimento maior, porque nos dependemos do nosso mercado interno", declarou ele.
Em sua visão, a taxa de câmbio, que oscila ao redor de R$ 1,95, ajuda a economia brasileira, porque, além de tornar as exportações mais baratas, também inibe a entrada de produtos importados, que se tornam mais caros. "O câmbio vai dificultar a entrada de importados. Pelo menos, vai encarecê-los, dando mais espaço para os produtos brasileiros", acrescentou.
InflaçãoMantega ainda minimizou a aceleração do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em abril, dizendo que a alta de 0,64% do indicador (o maior valor mensal desde abril de 2011) não preocupa.
"Continuamos com inflação muito menor do que no ano passado. Existem razões, como a elevação do cigarro, de 15% [para o crescimento da inflação em abril]. Foi o maior vilão da inflação. Tivemos feijão, empregada doméstica, alguns itens que elevaram. Porém, nada preocupante porque ela vai continuar em trajetória menor do que no ano passado", declarou a jornalistas.
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