É o maior patamar da moeda americana desde 10 de julho de 2009.
Alta acumulada do dólar no ano chega a 7,1%, e no mês atinge 4,95%.
Na sessão desta terça, os investidores testaram o nível de R$ 2 depois da forte valorização vista na segunda. Os problemas no cenário internacional continuaram a impactar os mercados, com o anúncio da Grécia de que não conseguiu formar um governo e terá de convocar novas eleições.
"O dólar chegou a cair ante o real, mas reverteu (a tendência) com essa notícia de que a Grécia vai convocar novas eleições, e por isso está voltando a se aproximar dos R$ 2", disse o estrategista-chefe da WestLB, Luciano Rostagno.
A Grécia vai realizar novas eleições, depois que líderes políticos não conseguiram entrar em acordo para formar um governo de coalizão nesta terça-feira, prolongando a crise política que deixou o país mais perto da falência e da exclusão da zona do euro.
O gerente de câmbio da Treviso Corretora, Reginaldo Galhardo, destacou ainda um movimento especulativo no mercado, uma vez que os investidores estão testando o patamar de R$ 2 para chamar possíveis atuações do Banco Central no câmbio.
"Temos um fator de especulação bastante embutido no câmbio", disse Galhardo. "O mercado está indefinido, sem saber se o BC vai entrar, e por isso está puxando os R$ 2", acrescentou, referindo-se a uma possível operação de venda de dólares no mercado pela autoridade monetária.
Leilões
O BC vinha realizando, desde fevereiro, operações de compra de dólares para evitar uma valorização excessiva do real e proteger, assim, a indústria brasileira. Nessa época, o dólar
estava próximo de R$ 1,70. No final de abril, quando a moeda norte-americana atingiu R$ 1,90, o BC deixou de atuar no mercado, mas a divisa continuou apreciando-se com a piora do quadro internacional.
Para Galhardo, o BC deve vender dólares no mercado se a moeda firmar-se acima de R$ 2. "Eu acredito em intervenção do BC com o dólar acima desse patamar", disse o gerente de câmbio, ressaltando, no entanto, que esse nível configura uma barreira, o que torna mais difícil ultrapassá-la.
Na segunda-feira, a moeda chegou a ultrapassar R$ 2, mas fechou cotada a R$ 1,9899, com uma forte valorização de 1,73% em relação à sessão anterior.
Rostagno, da WestLB, acredita numa atuação do BC somente se houver outro movimento brusco da moeda, o que não ocorreu nesta sessão. "Ontem o BC não atuou, e como o movimento hoje está bem mais moderado, pode ser que ele não atue, a menos que tenha uma forte depreciação do real novamente", afirmou.
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