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domingo, 6 de maio de 2012

Por conta da seca, cidades baianas cancelam tradicional festejo junino

Cinco municípios já cancelaram e outros reduziram os dias de festa.
Número de cidades em estado de emergência já chega a 228.

Do G1 BA

seca na bahia (Foto: Reprodução/TV Bahia) 
 
População improvisa para conseguir água (Foto: Reprodução/TV Bahia)
Até este sábado (5), cinco cidades baianas cancelaram os tradicionais festejos juninos em decorrência dos problemas da seca que atinge a Bahia. Segundo as informações das prefeituras, os municípios de Muquém do São Francisco, no médio São Francisco, além de Várzea Nova, Tapiramutá, Filadélfia e Miguel Calmon, todas no norte do estado, já cancelaram as festas. Em Miguel Calmon, a prefeitura declarou que as verbas que seriam destinadas às comemorações serão revertidas para o combate à estiagem na região.
Outras cidades diminuíram a duração das festas. No sudoeste, os municípios de Macaúbas e Maracás reduziram as comemorações de cinco para três dias. Em Anagé, a festa foi reduzida de oito para cinco dias. Em Jaguarari, no norte, houve redução de quatro para três dias e a prefeitura informou que a grade de atrações deve ser reformulada com atrações "mais baratas".
Também há cidades que estudam o cancelamento das festas, como Riachão do Jacuípe, no nordeste do estado e Santa Bárbara, no centro-norte, onde as prefeituras informaram que estão sendo feitas análises para decidir a manutenção ou a redução de custos nos festejos deste ano.
Alguns municípios com grandes festejos, como Amargosa e Cruz das Almas estão com as festas mantidas, segundo as últimas informações divulgadas na sexta-feira (4). A prefeitura de Senhor do Bonfim, no centro-norte, informou que representantes da prefeitura e demais órgãos que organizam as festas se reuniram na sexta-feira para estudar a manutenção ou o cancelamento das festas. Já o município de Paulo Afonso, no norte, ainda mantém a festa, mas também reprogramou a grade de atrações para reduzir os custos.
Estado de Emergência
seca na bahia (Foto: Reprodução/TV Bahia) 
Animal tenta sobreviver no clima seco por falta de
chuvas. (Foto: Reprodução/TV Bahia)
Entre janeiro e abril deste ano, a Secretaria Nacional de Defesa Civil (Sedec), registrou um aumento de 272% nos decretos de emergência no Nordeste do Brasil, um número que subiu de 112 em 2011, para 417 este ano, o maior registro dos últimos cinco anos. Na Bahia, o número de cidades que decretaram estado de emergência chega a 228.
Somente em Feira de Santana, oito distritos estão  em situação de emergência desde o ano passado. A última chuva forte da cidade foi em novembro de 2011.
Governo

O Governador Jaques Wagner disse que esteve em Brasília levantando verbas para ajudar na resolução do problema da seca na Bahia. “Primeiro vamos tratar da instalação de poços. Existem poços perfurados ainda não instalados. Também temos o programa de dessalinização, que foram liberados seis milhões", diz.
O governador também garantiu obras em adutoras. “Nós temos investimento de R$ 400 milhões em quatro adutoras. Ainda em 2012 a maioria deve estar pronta”, afirma.
Na quinta-feira (3), o governador e o ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra, assinaram convênios para a liberação de recursos, que fazem parte do programa Água para Todos, do Governo Federal. A Bahia terá mais R$ 50,9 milhões para medidas de enfrentamento aos efeitos da seca.
Comparação da seca na Bahia em 1965 e em 2012 (Foto: Divulgação/Comite da Seca na Bahia) 
Comparação da seca na Bahia em 1965 e em 2012 (Foto: Divulgação/Comite da Seca na Bahia)
 

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