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terça-feira, 20 de agosto de 2013

Brasileiro detido vai à Justiça contra polícia britânica, diz 'Guardian'

Advogados de Miranda dizem estar prontos para entrar com processo.
Eles querem impedir que a polícia examine o laptop e os equipamentos.

Do G1, em São Paulo
Advogados de David Miranda, companheiro do jornalista do jornal "The Guardian" que denunciou um esquema de espionagem eletrônica do governo americano, disseram nesta terça-feira (20) que vão entrar com um processo na Justiça contra o governo britânico para impedir que a polícia examine os dados de seu laptop e equipamentos eletrônicos que foram confiscados.
Segundo o jornal "The Guardian", eles alertam que estão buscando medidas imediatas para o retorno do laptop de David Miranda e todos os outros equipamentos eletrônicos dentro de sete dias.
Os advogados afirmam que entraram com pedido para não haver "nenhuma inspeção, cópia, divulgação, transferência, distribuição ou interferência de qualquer forma com os dados de nossos clientes".
"Estamos à espera de uma resposta nesta tarde... Se isso falhar, não teremos outra opção a não ser entrar com uma ação urgente na Suprema Corte amanhã", acrescentou Gwendolen Morgan, advogada de Miranda.

Entretanto, se já houve uma inspeção do laptop e de outros equipamentos, os advogados querem barrar a divulgação a terceiros, tanto em âmbito nacional ou estrangeiro - os dados devem ser mantidos em segurança enquanto é aguardado o resultado da ação legal.
Os advogados dizem que também estão buscando uma "ordem de anulação", confirmando que a sua detenção foi "ilegal" e uma ordem obrigatória que todos os dados apreendidos são devolvidos e as cópias destruídas. Eles falam que a polícia usou as leis antiterroristas a fim de ignorar "deliberadamente" os procedimentos legais normais para procurar material jornalístico confidencial.
Entenda o caso
David Miranda, de 28 anos, foi detido no domingo (18) no aeroporto de Heathrow, em Londres, durante escala de um voo de Berlim para o Rio de Janeiro. Ele foi interrogado por nove horas, com base em uma lei antiterrorismo, e liberado sem acusações. O brasileiro desembarcou nesta segunda-feira no Rio.
Ele é companheiro de Glenn Greenwald, jornalista norte-americano que revelou a estratégia de espionagem eletrônica do governo dos Estados Unidos, feita pela Agência de Segurança Nacional (NSA, na sigla em inglês).
David voltava da Alemanha onde havia se encontrado com a documentarista Laura Poitras. Foi Laura e Glenn Greenwald que receberam de Edward Snowden, ex-funcionário da agência nacional de segurança dos EUA, documentos secretos que denunciavam o esquema de espionagem eletrônica do governo americano. A revelação foi publicada numa reportagem de Greenwald no jornal "The Guardian".
A viagem do brasileiro à Alemanha foi paga pelo jornal inglês. David foi até Berlim com o objetivo principal de entregar documentos para Laura e trazia de volta arquivos eletrônicos enviados por Snowden.

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