Retirada de pelos pubianos ajuda a prevenir parasita, dizem especialistas.
Inseto que vive em partes íntimas não é mais tão comum, segundo agência.
Após a publicação de reportagem na imprensa americana que relaciona a
depilação pubiana à redução de casos de "chato", doença sexualmente
transmissível causada pelo inseto Phthirus pubis, médicos ouvidos pelo G1
concordam que o método contribui para prevenir esta infestação e
explicam que o procedimento estético não oferece riscos, desde que sejam
aplicados de forma correta e higiênica.
Neste domingo (13), a agência “Bloomberg” publicou texto sobre o método brasileiro de depilação, conhecido em alguns países como “Brazilian Wax”, e como ele pode ter contribuído para a diminuição da incidência do inseto em alguns países.
Neste domingo (13), a agência “Bloomberg” publicou texto sobre o método brasileiro de depilação, conhecido em alguns países como “Brazilian Wax”, e como ele pode ter contribuído para a diminuição da incidência do inseto em alguns países.
O texto cita, por exemplo, que na principal clínica de saúde sexual de
Sydney, na Austrália, não aparece um caso de "chato" em mulheres desde
2008. E, entre os homens, a redução do aparecimento desse parasita foi
de 80% em uma década.
De acordo com o médico ginecologista José Bento, a depilação pubiana
não impacta o sistema reprodutivo da mulher e é considerada uma das
soluções para o desaparecimento do Phthirus pubis. “Na
antiguidade os pelos pubianos protegiam a mulher da entrada de bichos na
vagina. Hoje isso já não é preciso, já que as condições de higiene são
melhores”, explica.
De acordo com o especialista, a doença é contraída durante o contato
pele a pele, principalmente aquele ocorrido em relações sexuais com
alguém que já tenha este parasita. “O nome 'chato' é devido à coceira
que o inseto provoca”, complementa.
Fêmea de 'Phthirus pubis' (Foto: Divulgação/CDC)
Método deve ser aplicado com cuidado
A médica dermatologista Valéria Freire Marcondes, da Sociedade Brasileira de Dermatologia, concorda que a depilação das partes íntimas feita a laser, com cera ou lâmina contribui para reduzir a incidência de "chato".
A médica dermatologista Valéria Freire Marcondes, da Sociedade Brasileira de Dermatologia, concorda que a depilação das partes íntimas feita a laser, com cera ou lâmina contribui para reduzir a incidência de "chato".
A especialista explica que não há risco para a pele sensível da região genital feminina.
No entanto, quanto aos métodos aplicados, a médica orienta para que as
clientes procurem profissionais com experiência e locais higiênicos para
realizar o procedimento.
Sobre a depilação a laser, ela explica que já existem aparelhos que
depilam toda a área genital. “Mas é preciso ter cuidado com esta área
[do corpo], que pode apresentar um tom de pele mais escuro, confundindo
com a cor do pelo. [O procedimento] precisa ser feito por uma pessoa bem
treinada, principalmente se ele ocorrer na região anal”, explica a
especialista.
A respeito de métodos de depilação considerados mais baratos, como
aqueles que usam cera ou lâmina, a médica explica que é preciso seguir
algumas recomendações. “Por ser uma região do corpo mais delicada, ao
usar a lâmina é preciso escolher produtos mais sensíveis, voltados para o
público feminino”.
Quanto à cera, Valéria explica que o produto não pode estar em uma
temperatura muito alta, pois pode provocar queimaduras na pele. “Se a
pessoa tiver alguma reação alérgica ao método, deve trocar o tipo de
cera ou interromper o uso dela por algum tempo, substituindo-a pela
lâmina”, explica.
No entanto, ela cita que a reutilização da cera de depilação pode
oferecer riscos de contaminação de doenças sexualmente transmissíveis
(DSTs). A dermatologista explica que o material utilizado uma vez deve
ser descartado.
Entre as enfermidades que podem ser transmitidas ao reutilizar uma cera
de depilação, estão o vírus da hepatite, do papiloma vírus humano (HPV)
– que causa verrugas nos genitais –, micoses e infecções bacterianas
como impetigo, que dá uma ferida, dói, coça e pode virar uma úlcera.
“Desde que a depilação seja feita maneira correta, não há
consequências”.
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