Técnica matou células cancerígenas de fome com nanopartículas de ouro.
'É uma descoberta preliminar animadora', diz coautor de estudo.
Pesquisadores da Universidade de Northwestern, nos Estados Unidos,
apresentaram um método para eliminar um tipo de linfoma - câncer no
sistema imunológico – sem quimioterapia. A técnica consiste em matar as
células cancerígenas de fome com a utilização de HDL sintético com
nanopartículas de ouro.
A descoberta foi publicada na segunda-feira (21) na revista "PNAS”, da Academia Nacional de Ciências dos EUA.
A descoberta foi publicada na segunda-feira (21) na revista "PNAS”, da Academia Nacional de Ciências dos EUA.
A nova nanopartícula aparece para a célula cancerígena do linfoma como
se fosse sua “refeição preferida”: o HDL natural, também conhecido como
“colesterol bom". No entanto, ao grudar na célula, a partícula bloqueia a
entrada do colesterol. Privada desse nutriente essencial, a célula
morre.
No estudo, os cientistas apontam que as nanopartículas de HDL sintético mataram as células do linfoma de células B, forma mais comum da doença, em culturas de células humanas, e inibiram o crescimento do tumor de células B humanas em camundongos.
"A descoberta tem o potencial de tornar-se um tratamento não-tóxico para o linfoma de células B, sem envolver quimioterapia", disse Leo Gordon, coautor do estudo. "É uma descoberta preliminar animadora", acredita.
No estudo, os cientistas apontam que as nanopartículas de HDL sintético mataram as células do linfoma de células B, forma mais comum da doença, em culturas de células humanas, e inibiram o crescimento do tumor de células B humanas em camundongos.
"A descoberta tem o potencial de tornar-se um tratamento não-tóxico para o linfoma de células B, sem envolver quimioterapia", disse Leo Gordon, coautor do estudo. "É uma descoberta preliminar animadora", acredita.
Golpe duplo
A nanopartícula – desenvolvida originalmente para um possível tratamento de doenças do coração – imita o HDL natural no tamanho, forma e química de superfície. No entanto, explicam os cientistas, há uma diferença fundamental: uma partícula de ouro de cinco nanômetros (bilionésimos de metro) no núcleo.
De acordo com o estudo, a nanopartícula atua como um “agente duplo”. Ao ligar-se às células cancerígenas, a superfície esponjosa do HDL sintético suga o colesterol, enquanto o núcleo de ouro impede que a célula absorva mais colesterol, tipicamente transportado no núcleo do HDL natural. "O ouro tem um bom histórico de ser compatível com sistemas biológicos", disse Colby Shad Thaxton, autor do estudo.
"No começo eu estava muito focado no desenvolvimento de nanopartículas que pudessem remover o colesterol das células, especialmente os envolvidos em doenças do coração", explicou Thaxton. "O trabalho com o linfoma ampliou esse foco para a forma como as partículas de HDL impactam na remoção e absorção do colesterol pelas células. Nós descobrimos que essas partículas são multitarefas", afirma.
A nanopartícula – desenvolvida originalmente para um possível tratamento de doenças do coração – imita o HDL natural no tamanho, forma e química de superfície. No entanto, explicam os cientistas, há uma diferença fundamental: uma partícula de ouro de cinco nanômetros (bilionésimos de metro) no núcleo.
De acordo com o estudo, a nanopartícula atua como um “agente duplo”. Ao ligar-se às células cancerígenas, a superfície esponjosa do HDL sintético suga o colesterol, enquanto o núcleo de ouro impede que a célula absorva mais colesterol, tipicamente transportado no núcleo do HDL natural. "O ouro tem um bom histórico de ser compatível com sistemas biológicos", disse Colby Shad Thaxton, autor do estudo.
"No começo eu estava muito focado no desenvolvimento de nanopartículas que pudessem remover o colesterol das células, especialmente os envolvidos em doenças do coração", explicou Thaxton. "O trabalho com o linfoma ampliou esse foco para a forma como as partículas de HDL impactam na remoção e absorção do colesterol pelas células. Nós descobrimos que essas partículas são multitarefas", afirma.
Sem drogas
Os cientistas sabiam que pacientes com formas avançadas de linfoma de células B muitas vezes apresentavam queda dos níveis de colesterol. Além disso, a análise de células do linfoma de vários doentes revelou que eles tinham uma produção excessiva de receptores de HDL.
Com base nessas premissas, os pesquisadores testaram a nanopartícula de HDL sintético sem adição de medicamentos e a mesma partícula transportando drogas contra o câncer. O resultado revelou que a partícula sem drogas é tão eficaz em matar o linfoma de células B quanto às demais.
"Nós pensamos: Isso é estranho. Por que não precisamos da droga?”, lembra Gordon. Foi quando os cientistas começaram a se aprofundar no mecanismo pelo qual o HDL adere aos receptores, manipulando o transporte do colesterol.
Os cientistas sabiam que pacientes com formas avançadas de linfoma de células B muitas vezes apresentavam queda dos níveis de colesterol. Além disso, a análise de células do linfoma de vários doentes revelou que eles tinham uma produção excessiva de receptores de HDL.
Com base nessas premissas, os pesquisadores testaram a nanopartícula de HDL sintético sem adição de medicamentos e a mesma partícula transportando drogas contra o câncer. O resultado revelou que a partícula sem drogas é tão eficaz em matar o linfoma de células B quanto às demais.
"Nós pensamos: Isso é estranho. Por que não precisamos da droga?”, lembra Gordon. Foi quando os cientistas começaram a se aprofundar no mecanismo pelo qual o HDL adere aos receptores, manipulando o transporte do colesterol.
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