Operações acontecem em cidades da região sul da Bahia, nesta terça-feira (6). Estão sendo cumpridos 13 mandados de prisão preventiva e 50 mandados de busca e apreensão.
Por G1 BA
A Polícia Federal deflagrou, na manhã desta terça-feira (6), duas operações
simultâneas com o objetivo de desarticular duas organizações criminosas
especializadas em fraudar licitações e desviar recursos públicos que atuavam em
diversos municípios da região sul da Bahia.
O órgão apura fraude de R$ 34
milhões de empresários que eram beneficiários do Bolsa Família. Conforme o
órgão, estão sendo cumpridos 13 mandados de prisão preventiva e 50 mandados de
busca e apreensão.
Os mandados das operações,
intiuladas de Sombra e Escuridão e Elymas Magus, de acordo com a PF, são
cumpridos em cidades como Aurelino Leal, Camamu, Ibirapitanga, Igrapiúna,
Ilhéus, Itabela, Itabuna, Ituberá, Santo Antônio de Jesus, Ubaitaba e Ubatã.
Conforme a PF, cerca de 115
policiais federais e mais 24 auditores da Controladoria Geral da União
participam da ação.
As investigações são referentes à
Operação Sombra e Escuridão, que tiveram início há pouco mais de um ano, a
partir de suspeitas envolvendo os sócios de duas empresas sediadas em Igrapiúna.
Os suspeitos, segundo a PF,
teriam participado de licitações e recebido pagamentos de diversos municípios –
em contratos de obras, locação de veículos e transporte escolar – e ainda eram
beneficiários do programa Bolsa Família, do Governo Federal.
A PF disse se tratar de uma
"organização criminosa bem estruturada", que operava com pelo menos
quatro empresas constituídas em nome de “laranjas”, com a finalidade de fraudar
licitações. Os sócios e as empresas não tiveram nomes divulgados.
Através dos levantamentos
realizados, com o apoio do Tribunal de Contas dos Municípios do Estado da Bahia
(TCM/BA) e também da Controladoria Geral da União – CGU, segundo a PF, foi
possível comprovar que as empresas não possuíam a mínima capacidade para a
execução dos serviços e obras contratadas, os quais eram terceirizados mediante
a cobrança de um percentual sobre o valor pago pelas prefeituras.
Muitas dessas obras não foram concluídas, a exemplo de creches, unidades
básicas de saúde e quadras de esportes.
Foi possível identificar, também,
que uma outra organização criminosa, com liderança e integrantes diversos, agia
em conluio com a primeira, para, da mesma forma, fraudar licitações em
prefeituras do interior do estado, disse a PF.
A descoberta deu origem à segunda
operação, Elymas Magus, na qual se verificou que essa outra organização atuava
de forma a “tumultuar” os processos licitatórios, ora participando dos certames
para exigir propina das empresas concorrentes para que desistisse, ora fazendo
ajustes prévios e combinações para vencer as licitações e posteriormente
abandonar os contratos.
Conforme apurado pela CGU, os
valores repassados pelas prefeituras às empresas investigadas entre 2015 e 2017
chegam a R$ 34 milhões.
Os investigados, informou a PF,
responderão pelos crimes de participação em organização criminosa, fraude a
licitação, falsidade ideológica, corrupção passiva e corrupção ativa.
A PF disse que a Operação Sombra
e Escuridão foi assim batizada "em uma alusão aos leões de Tsavo, os quais
teriam aterrorizado os operários de uma ferrovia que estava sendo construída na
região de mesmo nome, no Quênia, atrasando sobremaneira a conclusão da obra e,
por conseguinte, o desenvolvimento de toda a região".
Já a Elymas Magus, por sua vez,
significa “feiticeiro” em latim e o nome foi escolhido, segundo a PF,
"porque o líder da organização criminosa agia como um ilusionista,
fraudando licitações e tumultuando os processos com a utilização de pelo menos
dez empresas".
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