Por G1
Carlos Ghosn — Foto: Noah Berger / Reuters
Carlos Ghosn, presidente do conselho da montadora japonesa Nissan,
ficará preso por mais 10 dias, informou a Kyodo News nesta quarta-feira (21). O
Tribunal Distrital de Tóquio, que é citado pela agência, recusou-se a comentar
a informação. No Japão, suspeitos podem permanecer presos por até 48 horas sem
direito a fiança — esse prazo pode ser estendido por até 20 dias.
Ele foi preso na
segunda-feira (19) sob suspeita de sonegação e fraude
fiscal. Ghosn não declarou mais de 5 bilhões de ienes (o equivalente a R$ 167,4
milhões) de seu pagamento como presidente na montadora. As fraudes fiscais
ocorreram entre 2010 e 2015.
A lei japonesa prevê que os suspeitos podem ser mantidos presos por 20
dias antes de receber uma acusação oficial, de acordo com a Associated Press.
A montadora afirmou em nota que, baseada em denúncias, já estava
conduzindo uma auditoria interna e investigando há meses os problemas de
conduta envolvendo Ghosn e outro diretor da empresa, Greg Kelly. Segundo a
Nissan, Ghosn teria usado bens da empresa para fins pessoais.
Se for considerado culpado, ele pode ter que pagar 10 milhões de ienes
(R$ 334 mil) em multa e cumprir até 10 anos de prisão.
Brasileiro, natural de Porto Velho (RO), Ghosn foi presidente da
montadora japonesa entre 2001 e 2017. Ele deixou o cargo
no ano passado para cuidar das parcerias
com Renault e Mitsubishi, montadora que foi adquirida após
passar por escândalos de fraude e na qual ele era membro do conselho. Apesar
disso permaneceu como presidente do conselho na Nissan. Um raro executivo
estrangeiro no topo da carreira no Japão, Ghosn é bem visto por ter tirado a Nissan
da beira da falência.
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