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quarta-feira, 21 de novembro de 2018

Ele foi preso na segunda-feira (19) sob suspeita de falsificar relatórios de renda em milhões de dólares e de abusar dos ativos da empresa para ganho pessoal.

Por G1
  Carlos Ghosn — Foto: Noah Berger / Reuters

Carlos Ghosn, presidente do conselho da montadora japonesa Nissan, ficará preso por mais 10 dias, informou a Kyodo News nesta quarta-feira (21). O Tribunal Distrital de Tóquio, que é citado pela agência, recusou-se a comentar a informação. No Japão, suspeitos podem permanecer presos por até 48 horas sem direito a fiança — esse prazo pode ser estendido por até 20 dias.

Ele foi preso na segunda-feira (19) sob suspeita de sonegação e fraude fiscal. Ghosn não declarou mais de 5 bilhões de ienes (o equivalente a R$ 167,4 milhões) de seu pagamento como presidente na montadora. As fraudes fiscais ocorreram entre 2010 e 2015.



A lei japonesa prevê que os suspeitos podem ser mantidos presos por 20 dias antes de receber uma acusação oficial, de acordo com a Associated Press.

A montadora afirmou em nota que, baseada em denúncias, já estava conduzindo uma auditoria interna e investigando há meses os problemas de conduta envolvendo Ghosn e outro diretor da empresa, Greg Kelly. Segundo a Nissan, Ghosn teria usado bens da empresa para fins pessoais.

Se for considerado culpado, ele pode ter que pagar 10 milhões de ienes (R$ 334 mil) em multa e cumprir até 10 anos de prisão.

Brasileiro, natural de Porto Velho (RO), Ghosn foi presidente da montadora japonesa entre 2001 e 2017. Ele deixou o cargo no ano passado para cuidar das parcerias com Renault e Mitsubishi, montadora que foi adquirida após passar por escândalos de fraude e na qual ele era membro do conselho. Apesar disso permaneceu como presidente do conselho na Nissan. Um raro executivo estrangeiro no topo da carreira no Japão, Ghosn é bem visto por ter tirado a Nissan da beira da falência.


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