À tarde serão sepultados os corpos dos irmãos Arthur Caetano Carvalho,
de 3 anos, e Nicole Caetano Carvalho, de 10 meses. Tragédia no Morro da Boa
Esperança deixou 15 mortos.
Por Fernanda Rouvenat, G1
Rio
Parentes e amigos de Dalvina se reúnem no velório, em Niterói — Foto:
Fernanda Rouvenat/G1
Os corpos de Dalvina Martins, de 56 anos, e Marta Pereira Romero, 61
anos, são velados no Cemitério do Maruí, em Niterói, na manhã desta
segunda-feira (12). Dalvina, Marta e outras 13 pessoas morreram após deslizamento no
Morro da Boa Esperança, em Piratininga, na madrugada de sábado
(10).
À tarde serão sepultados os corpos de Arthur Caetano Carvalho, de 3
anos, e da irmã dele, Nicole Caetano Carvalho, de 10 meses. Arthur chegou a ser
socorrido e levado para o hospital, mas não resistiu e
morreu na tarde deste domingo (11). Com ele, chegou a 15 o número de
vítimas da tragédia. Nicole, sua irmã caçula, de 8 meses, morreu
no local do desabamento.
Nicole, de 10 meses, e Arthur, que festejou 3 anos na sexta-feira:
vítimas do deslizamento no Morro da Boa Esperança — Foto: Reprodução/Facebook
Cunhada de Dalvina, Rosângela Maria Freixo Espíndola disse que soube do
que tinha acontecido pela televisão. Ao ouvir o nome da cunhada, ela entrou em
contato com a família. "Eu estava vendo o 'É de Casa' e interrompeu pra
dar a notícia do deslizamento. Me abalou muito. Eu estava sozinha em casa, me
deu uma tremedeira. Quando falou 'Dalvina', só podia ser minha cunhada. É o
morro onde ela mora, eu comecei a ligar pra família. Estou muito triste",
disse Rosângela.
A gente normalmente vive a tragédia
pela TV, a gente sente a dor dos outros. Quando a gente vive a tragédia, a
gente tem dimensão do que que é isso. Às vezes você se coloca no lugar do
outro. Quantas famílias um dia passaram por isso? Agora é a nossa família que
está sofrendo.
— Renata Marinhos, prima de Dalvina
Renata lamentou a morte da prima, mas disse que é preciso agradecer
pelas vidas da família que foram salvas.
"Seriam seis e graças a Deus a neta de três anos e os filhos saíram
com vida. É agradecer e louvar ao senhor pela vida dos que ficaram"
A presidente da associação de moradores do Morro da Boa Esperança,
Clemilda Santos, esteve no Cemitério do Maruí na manhã desta segunda-feira. Ela
lamentou a perda de amigos e disse que a preocupação agora é dar apoio às
famílias das vítimas.
"Está todo mundo passando por um momento de dor. A nossa
preocupação é se preocupar com a dor dos familiares. Não perdemos apenas moradores,
perdemos amigos. Moro há 23 anos na Boa Esperança, conheço todos os moradores.
São crianças que coloquei no meu colo que forma vítimas. Está todo mundo
sofrendo, inclusive eu", relatou Clemilda.
"A Dalvina é minha amiga há 23 anos. Já morava ali desde sempre. O
filho dela está num estado lastimável", completou a presidente da
Associação.
Na manhã desta segunda, dois homens que ficaram feridos na tragédia permaneciam
internados. Um deles estava no Hospital Estadual Azevedo Lima,
em Niterói, e outro no Hospital Estadual Alberto Torres, em São Gonçalo.
Na manhã de domingo também foram encerradas as buscas por pessoas
soterradas. Onze das 15 vítimas foram enterradas até o fim do dia.
Deslizamento no Morro da Boa Esperança, Niterói, deixou 15 mortos —
Foto: Reprodução / TV Globo
Além das sete casas que foram destruídas com o deslizamento, muitas
também foram interditadas pela Defesa Civil. Mais de 20 famílias estavam
abrigadas em uma escola da região que fica perto do local da tragédia.
As doações que foram recebidas, como alimentos, itens de higiene, água e
roupas de cama, foram colocadas no ginásio da escola.
Para ajudar os moradores que perderam os documentos e dar orientação
jurídica, a Defensoria Pública atua em um terreno ao lado do Morro da Boa
Esperança.
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