Fontes renováveis compõem a matriz
energética brasileira, diminuindo a necessidade de gerar eletricidade a partir
de combustíveis fósseis ou carvão
Por Em
Movimento
Brasil está entre os países que mais utilizam energia limpa — Foto:
Shutterstock
Você sabe o que é energia elétrica limpa? O assunto, muito debatido no
mundo todo, ainda gera dúvidas. Mas não é tão difícil de entender,
principalmente em um país como o Brasil, que tem nas fontes renováveis sua
principal matriz energética.
Energia limpa é aquela gerada por fontes renováveis e que não lançam
poluentes na atmosfera. Entre as principais formas de produção, estão a energia
hidrelétrica, gerada pela movimentação das águas, a eólica, produzida pelo
vento, e a energia solar. No mundo, a energia elétrica ainda é, em sua maioria,
baseada em combustíveis fósseis e carvão, que emitem uma série de poluentes.
No território brasileiro, ocorre o contrário, pois aqui há a melhor
matriz de energia renovável do mundo, segundo o professor Nivalde Castro, que
coordena o Grupo de Estudos do Setor Elétrico (Gesel). “Enquanto no resto do
mundo é entre 17%, 18%, o Brasil tem 80% de energia renovável”, diz.
O professor procura desmistificar a ideia de que há grandes entraves
para a expansão no país. Destacando o potencial de crescimento da energia
eólica e solar, Castro comenta que isso acontecerá de acordo com a demanda. Na
medida que o quadro econômico nacional melhorar, a tendência é que a Agência
Nacional de Energia Elétrica (Aneel) abra leilões para expansão da oferta no
país. “O único entrave é a economia brasileira voltar a crescer”, explica.
Crescimento da energia eólica
O quadro brasileiro se diferencia da situação de outros países
principalmente pela força das águas. As hidrelétricas, por exemplo, representam
60% do total do que é consumido no país. Essas usinas geram eletricidade pelo
movimento da água de rios, seja por desníveis naturais ou por outros criados
artificialmente. “No Brasil estamos bem, é uma das energias elétricas mais
limpas do mundo”, comenta o coordenador do curso de especialização em Energias
Renováveis, Geração Distribuída e Eficiência Energética da USP, José Roberto
Simões Moreira.
A segunda principal fonte mais usada no país não é limpa, são as usinas
termelétricas, que podem ser movidas por gás natural, bagaço de cana e
combustíveis fósseis. Mas a tendência é que, nos próximos anos, ela seja
ultrapassada pela eólica, outra fonte renovável. Ela funciona por grandes
hélices que, ao serem movimentadas, captam a energia produzida pelo vento. “A
eólica está estabelecida, mas vai continuar crescendo”, diz.
Uma das fontes renováveis que mais podem crescer no Brasil é a energia
solar pois, segundo Moreira, o país tem um dos maiores potenciais para
expandi-la no mundo. “As medidas mínimas de radiação solar brasileiras são
maiores que as maiores médias da Alemanha”, exemplifica, citando um dos países
mais importantes na produção solar no mundo.
A energia solar é produzida por painéis fotovoltaicos, que são grandes
placas com células voltaicas que captam a energia do sol. Em regiões da Bahia e
do Piauí, já existem grandes usinas. Uma das principais vantagens da energia
solar é que ela pode ser instalada em casas. “Dentro do conceito de geração
distribuída, os próprios consumidores podem gerar sua energia”, aponta.
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