A Petrobras registrou lucro líquido de R$ 6,644 bilhões no 3º trimestre
de 2018, segundo balanço divulgado nesta terça-feira (6). O resultado
representa uma queda de 34% na comparação com o 2º trimestre (R$ 10,07
bilhões). Já ante o mesmo período do ano passado (R$ 266 milhões), o lucro foi
25 vezes maior.
No acumulado no ano, a estatal soma lucro líquido de R$ 23,6 bilhões, o
melhor resultado para o período desde 2011, segundo a companhia, e um
crescimento de 371% na comparação com os 9 primeiros meses de 2017.
O resultado do 3º trimestre poderia ter sido melhor não fossem os acordos firmados com o governo dos EUA para encerramento
das investigações dos casos de corrupção, que tiveram impacto
negativo de R$ 3,5 bilhões.
Resultados da Petrobras
Lucros e prejuízos nos últimos trimestres, em R$ bilhões
5,35,30,50,5-3,7-3,7-36,9-36,9-1,2-1,20,370,37-16,4-16,42,52,54,454,450,3160,3160,2660,266-5,48-5,486,966,9610,0710,076,646,641º
tri/20152º tri/20153º tri/20154º tri/20151º tri/20162º tri/20163º tri/20164º
tri/20161º tri/20172º tri/20173º tri/20174º tri/20171° tri/20182° tri/20183°
tri/2018-40-30-20-1001020
Fonte: Petrobras e Economatica
No final de setembro, a estatal anunciou que fechou um acordo que prevê o pagamento de US$ 853,2 milhões para o
encerramento, nos Estados Unidos, das investigações do Departamento
de Justiça (DOJ) e da Securities and Exchange Commission (SEC) decorrentes das
irregularidades investigadas pela Operação Lava Jato.
Segundo a Petrobras, excluindo as provisões feitas para os acordos nos
Estados Unidos, o lucro líquido seria de R$ 10,269 bilhões no 3º trimestre e de
R$ 28 bilhões no acumulado do ano.
A Petrobras atribuiu o resultado principalmente aos seguintes destaques:
·
Maiores margens de lucro nas vendas
de derivados no Brasil e nas exportações, ambas impulsionadas pelo aumento do
preço do barril de petróleo e pelo real mais desvalorizado;
·
Aumento nas vendas de diesel com
expansão da participação de mercado; a empresa recebeu R$ 1,6 bilhão do governo
federal referente ao programa de subvenção do diesel;
·
Menores despesas gerais e
administrativas;
·
Impacto de R$ 3,5 bilhões para
encerramento de investigações das autoridades norte-americanas e ressarcimento
de R$ 1, 7 bilhão de recursos recuperados pela operação Lava Jato.
·
O faturamento da companhia alcançou R$ 98,26 bilhões no 3º trimestre,
uma alta de 16% na comparação com o período entre abril e junho. Somente a
receita da divisão de abastecimento somou R$ 76,3 bilhões, com crescimento de
17% na comparação anual.
Petrobras apresenta resultados do 3º trimestre — Foto: Daniel
Silveira/G1
O lucro antes de juros, impostos, amortização e depreciação (Ebitda)
ajustado somou R$ 29,856 bilhões no 3º trimestre, queda de 1% ante o segundo
trimestre, mas um forte aumento de 55,3% ante o mesmo período do ano passado.
Mais uma vez, o lucro da Petrobras superou o dos maiores bancos do
Brasil. Na semana passada, o Itaú reportou lucro de R$ 6,25 bilhões, e o Bradesco, de
R$ 5 bilhões. Já a Vale teve lucro de R$ 5,75 bilhões.
O lucro da Petrobras, entretanto, veio abaixo do esperado pelos
analistas, afetado por efeitos não recorrentes. A média das projeções coletadas
pelo "Valor Econômico" com cinco instituições financeiras apontava
para um lucro de R$ 10,09 bilhões.
“Nossos resultados financeiros comprovam que já estamos colhendo uma
série de frutos decorrentes de nossa recuperação. É o terceiro trimestre
seguido em que registramos lucro líquido... Arrumamos a casa", afirmou, em
comunicado, o presidente da Petrobras, Ivan Monteiro.
Endividamento
Em relação ao fim de 2017, a dívida líquida da Petrobras aumentou 4%,
saltando de R$ 280,75 bilhões em dezembro para R$ 291,83 bilhões em setembro. A
companhia atribuiu o aumento "à depreciação do real frente ao dólar".
O endividamento líquido é resultado de todas as dívidas da empresa,
menos o dinheiro que ela possui em caixa.
Com isso, a alavancagem medida pela relação entre dívida líquida e o
Ebitda chegou a 2,96 vezes, ante 3,23 vezes no fim de junho e 3,67 vezes em
dezembro de 2017. A meta da companhia é atingir uma alavancagem inferior a 2,5
vezes até o fim de 2018.
Em dólares, a dívida líquida da estatal atingiu US$ 72,88 bilhões, o que
representa uma redução de 14% em relação a dezembro de 2017, e o menor valor
desde 2012.
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