Montadora afirma ter descoberto
violações financeiras do executivo e que pretende tirá-lo do conselho. Ghosn
foi presidente da Nissan entre 2001 e 2017.
Por G1
Nascido no Brasil, Carlos Ghosn, executivo da Nissan, foi preso nesta
segunda-feira (19) e deve ser demitido da montadora. — Foto: REUTERS/Toru Hanai
Carlos Ghosn, presidente do conselho da montadora japonesa Nissan, foi
preso no Japão nesta segunda-feira (19), segundo a imprensa local. Ele também é
ex-presidente da montadora e atualmente preside a Aliança
Renault-Nissan-Mitsubishi.
Em meio a notícias de que o executivo estaria prestes a ser preso, a
Nissan divulgou nota com esclarecimentos sobre o caso. A montadora afirmou que
pretende retirar Ghosn do cargo que ocupa como presidente do conselho de
administração, afirmando que ele "declarou durante anos renda inferior ao
valor real", de acordo com os resultados de uma investigação interna.
"Além disso, se tratando de Ghosn, numerosos outros atos de conduta
errônea foram descobertos, como uso pessoal dos ativos da companhia. A Nissan
está forrnecendo informação aos promotores públicos do Japão e está cooperando
com as investigações", disse a nota da empresa.
Brasileiro, natural de Porto Velho (RO), Ghosn foi presidente da
montadora japonesa entre 2001 e 2017. Ele deixou o cargo
no ano passado para cuidar das parcerias com Renault e
Mitsubishi, montadora que foi adquirida após passar por escândalos de fraude e
na qual ele era membro do conselho. Apesar disso permaneceu como presidente do
conselho na Nissan. Um raro executivo estrangeiro no topo da carreira no Japão,
Ghosn é bem visto por ter tirado a
Nissan da beira da falência.
Segundo o jornal japonês Asahi informou em seu site, Ghosn, que também é
executivo-chefe da Renault na
França, é suspeito de ter subestimado sua própria receita nas demonstrações
financeiras e concordou em falar voluntariamente com os promotores. A emissora
pública NHK informou que Ghosn está sendo interrogado por suspeita de violações
financeiras.
Um porta-voz da Nissan disse que a empresa estava checando a reportagem.
Porta-vozes da Renault e da aliança Renault-Nissan-Mitsubishi não retornaram os
pedidos de comentário.
O Ministério Público do Distrito de Tóquio se recusou a comentar.
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