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sexta-feira, 17 de maio de 2013

Apostila distribuída em escolas do Rio erra capitais de estados do NE

No material didático Belém é capital de Pernambuco e Manaus, da Paraíba.
Secretaria de educação diz que errata foi encaminhada às escolas da rede.

Isabela Marinho Do G1 Rio

Na apostila, Belém é a capital de Pernambuco e Manaus, capital da Paraíba (Foto: Isabela Marinho/ G1)Na apostila, Belém é a capital de Pernambuco e Manaus, capital da Paraíba (Foto: Isabela Marinho/ G1)
Capa da apostila do 5º ano (Foto: Isabela Marinho/ G1) 
Apostila é do 5º ano (Foto: Isabela Marinho/ G1)
Um aluno com déficit de atenção do quinto ano da Escola Municipal Professor Augusto Cony, na Taquara, Zona Oeste do Rio, fazia seus exercícios de matemática em casa quando erros na apostila chamaram a atenção do seu primo mais velho, Rodrigo de Alencar, de 26 anos, que o ajudava nas tarefas. Na página 11, da MP5 do 2º bimestre — como o material didático é nomeado — uma tabela com estados da Região Nordeste ensina que Belém é a capital de Pernambuco, que Manaus é a capital da Paraíba e que este estado é representado pela sigla PA, em vez de PB.
Mãe da criança, Silvia Alencar, de 43 anos, afirma que esta não é a primeira vez que o material didático distribuído pela Prefeitura possui problemas de informação e editoração. "Os erros são constantes. No ano passado, a professora chegou a pedir para os alunos apagarem palavras da apostila com liquid paper ou então para pularem a matéria. Sei que não é um problema da escola, que tem professores muito competentes. O problema é que o governo não está nem aí para nada. Não existe filho de nenhum deles [governantes] estudando no Brasil. Vão para o exterior estudar e voltam para sacanear o povo", reclama indignada.
Numerais com erro de padronização (Foto: Isabela Marinho/ G1)Numerais com erro de padronização
(Foto: Isabela Marinho/ G1)
A mesma apostila possui erros de padronização dos numerais que dificultam o aprendizado da disciplina. Em uma mesma página, o número "75.468" é dividido por ponto e o número "8400", não.

"Para um aluno que está aprendendo, faz diferença um número ter ponto e o outro não. Como ele vai entender a diferença entre as casas decimais?", questiona a mãe da criança.
Rodrigo de Alencar ressalta a queda na qualidade do material escolar do período em que estudou em uma escola municipal — de 1995 a 2000 — para os dias atuais. "Eu estudei com livros que tinham impressão colorida. Agora o governo oferece uma apostila impressa em preto e branco, em um papel de baixa qualidade e com erros absurdos de informação".
Procurada pelo G1, a secretaria municipal de Educação disse que os erros no Caderno Pedagógico de Matemática do 5° ano do 2° Bimestre foram identificados e a errata foi encaminhada para todas as escolas da rede na sexta-feira (10). No entanto, até a publicação desta matéria, o aluno da Escola  Municipal Professor Augusto Cony ainda não tinha recebido o novo material. A secretaria informou ainda que, quando erros são identificados, a determinação dada aos professores é para que os mesmos orientem os seus alunos para que façam as alterações necessárias.

A Secretaria Municipal de Educação esclareceu que os Cadernos Pedagógicos são elaborados pelos próprios professores da rede municipal e os cadernos de Matemática são supervisionados pela professora doutora Suely Druck.

Suely Druck afirmou que é responsável somente pela revisão da parte de matemática dos Cadernos Pedagógicos e que textos e tabelas que tenham erros de geografia e português são revisados por outros profissionais posteriormente.
Quanto à pontuação numérica, a professora disse que não existem erros, já que a norma adotada no Brasil é só usar pontos quando o numeral é referente a dinheiro. Para Suely, as diferentes formas apresentadas na apostila são importantes para o conhecimento geral do aluno, que deve aprender as várias maneiras de se escrever o número.
Atraso nos kits escolares
De acordo com a mãe do aluno, o kit escolar também oferecido pela Prefeitura, contando cadernos e lápis de cor, foi entregue no início de maio, três meses depois que as aulas começaram.
Obra da Transcarioca deixou escola sem merenda (Foto: Isabela Marinho/ G1) 
Obra da Transcarioca deixou escola sem
merenda (Foto: Isabela Marinho/ G1)
Escola ficou três meses sem merenda
Os alunos da Escola Municipal Professor Augusto Cony ficaram três meses sem comida da merenda escolar devido às obras da Transcarioca. Um muro da instituição foi derrubado para a construção da via. Até que ele fosse reconstruído com um recuo e um novo medidor de gás fosse encanado, não foi possível servir almoço aos alunos. No entanto, a diretora da escola informou ao G1 que lanches foram oferecidos às crianças.
A secretaria municipal de Educação informou, através de nota, que os alunos não foram prejudicados na alimentação durante as adaptações no medidor de gás da instituição.

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