Garrafa com 375 ml custará R$ 17 para consumidor final.
Cervejeiro norte-americano participou da criação da bebida.
Caldo de cana-de-açúcar usado na fabricação da cerveja (Foto: Márcio Rossi/Divulgação)
Loira gelada, loiraça, cerva. Apelidos que definem a cerveja, uma das
paixões dos brasileiros e a terceira bebida mais popular do mundo,
perdendo apenas para a água e o chá. Com sabores variados, ela tem tipos
diferentes como pilsen, bock, com trigo. E que tal uma feita com
cana-de-açúcar?
Sim, existe e está sendo fabricada na Região da Pampulha, em Belo
Horizonte. De acordo com o cervejeiro e proprietário da Cervejaria Wäls
José Felipe Carneiro, a mistura é uma iniciativa ousada e com alto teor
de açúcar. “Ela é fácil de beber, tem aroma frutado e com leve acidez”,
definiu. Ainda segundo ele, a cerveja foi produzida com uma levedura
norte-americana geneticamente modificada, com apenas 6,5% de álcool,
trazida de Nova York.
A bebida é do estilo saison, típico do interior da Bélgica,
com alta carbonatação e com teor alcoólico entre 6% e 8%. A novidade é
que para a produção serão utilizados, além dos maltes especiais, lúpulos
nobres e o caldo de cana-de-açúcar.
O lançamento da bebida no Brasil está previsto para dezembro e o preço
final para o consumidor de uma garrafa de 375 mililitros deve ficar em
torno de R$ 17.
Caldo de cana-de-açúcar usado na fabricação da cerveja
(Foto: Márcio Rossi/Divulgação)
(Foto: Márcio Rossi/Divulgação)
Ainda não há data definida para que ela chegue ao exterior. Para
produzi-la, o empresário disse que investiu, entre testes e
equipamentos, R$ 80 mil. Para reaver o dinheiro, Carneiro disse que
levará cerca de seis meses. Para a produção dos primeiros dois mil
litros, uma tonelada de cana-de-açúcar foi moída, o que rendeu 200
litros de garapa.
“Ela tem um sabor diferente do convencional e o ideal é que seja
servida resfriada a cinco graus positivos”, explicou. Carneiro disse
também que a bebida no copo, à medida que esquenta, solta ainda mais o
aroma frutado.
InternacionalizaçãoPara a parceria na criação da
cerveja com cana-de-açúcar, o mestre cervejeiro norte-americano Garrett
Oliver foi convidado. Garrett começou a fazer cerveja profissionalmente
em 1989, como aprendiz, e foi indicado mestre cervejeiro em 1993.
Ele promoveu mais de 800 degustações, jantares e demonstrações
culinárias em 14 países, escreve regularmente para periódicos de
gastronomia, de cerveja e é reconhecido como um expert.
No último dia 10, Oliver esteve na capital mineira para participar da
produção da nova bebida. De acordo com Carneiro, o objetivo é produzir
uma cerveja que transmita a ligação do povo brasileiro com a
cana-de-açúcar, normalmente usada na fabricação da cachaça.
“O que nós queremos é mostrar que o Brasil é capaz de produzir cerveja
de alta qualidade e de renome internacional, usando também ingredientes
nacionais”, defendeu Tiago Carneiro, que também é proprietário da
cervejaria.
Da esquerda para diretita, José Felipe Carneiro, Garrett Oliver e Tiago Carneiro
(Foto: Márcio Rossi/Divulgação)
(Foto: Márcio Rossi/Divulgação)
Matéria-primaA Vale Verde foi a responsável por
fornecer a cana-de-açúcar que serviu de matéria-prima. O canavial,
plantado em Esmeraldas, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, tem
um dos melhores índices de “brix”’, usado para medir o teor de açúcar.
De acordo com o engenheiro de alimentos Bruno Zille, houve uma análise
do solo e das condições climáticas da região para o plantio. A partir
desta avaliação, pode-se escolher o tipo de cana que seria cultivado.
O “brix” varia de 18% a 23%. O controller Tufic Meokarem disse
que "esse valor está relacionado a uma série de fatores como
características do solo, manejo técnico da produção, adubação, controle
de pragas e doenças".
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