Remuneração do novo chefe do Executivo de Guaíra será de R$ 25 mil.
Valor também supera o que é pago em cidades como Maceió e Ribeirão.
Novo prefeito de Guaíra, SP, terá salário de R$ 25 mil (Foto: Reprodução EPTV)
Graças a um reajuste aprovado este ano pelos vereadores de Guaíra (SP),
o próximo prefeito da cidade de 37 mil habitantes terá um salário maior
que o de São Paulo. O novo ocupante do Executivo, Sergio de Mello (PT),
eleito com 56% dos votos nas eleições 2012, ganhará R$ 25 mil, R$ 900 a
mais do que atualmente ganha Gilberto Kassab (PSD) e ganhará Fernando
Haddad (PT) a partir do próximo mandato.
O valor equivale ao salário do prefeito de São Luís (MA) e supera de
outras capitais brasileiras, como Maceió (AL) – R$ 20 mil - e Belo
Horizonte (MG) – R$ 19 mil. Também supera o de cidades como Ribeirão
Preto (SP), R$ 17.359,21.
O reajuste de 16,35% na remuneração do prefeito de Guaíra foi aprovado
em setembro por unanimidade na Câmara, por meio da lei municipal 275. No
mesmo período, também houve reajuste de 16,56% nos salários dos
vereadores, que de R$ 4.117,76 passarão a ganhar R$ 4,8 mil em 2013.
"Eu sei que para a realidade dos municípios é um valor alto. Esse valor
de subsídio é mais do que suficiente. Vou trabalhar ainda mais animado.
Mas não tenho qualquer responsabilidade sobre a fixação", afirmou ao G1
Sergio de Mello, que já foi prefeito da cidade entre 2005 e 2008.
Segundo ele, o atual valor pago ao ocupante do Executivo, R$ 21 mil, é
resultante de um reajuste já significativo referente ao período anterior
em que ele esteve no cargo. "Naquela época meu salário era bem menor
que esse", disse.
De acordo com ele, apenas uma vereadora, dos nove da Câmara de Guaíra, é
sua correligionária. "Não fiz qualquer gestão, nenhuma influência sobre
essa fixação", afirmou.
Legal x moral
Para o cientista político Ubaldo Silveira, professor aposentado de sociologia da Unesp de Franca (SP), o reajuste é desproporcional à realidade do município. "Nem tudo que é legal, é moral, correto. A arrecadação do município não é tão alta. Como é possível estabelecer um valor de salário para prefeito tão alto? A realidade da população é outra", afirmou.
Para o cientista político Ubaldo Silveira, professor aposentado de sociologia da Unesp de Franca (SP), o reajuste é desproporcional à realidade do município. "Nem tudo que é legal, é moral, correto. A arrecadação do município não é tão alta. Como é possível estabelecer um valor de salário para prefeito tão alto? A realidade da população é outra", afirmou.
Ele analisa que a aprovação de reajustes como os de Guaíra colocam em
detrimento o papel da política na sociedade. “Isso me deixa chocado com a
falta de visão social e de políticas públicas.”
O reajuste, segundo ele, é absurdo. Em casos como este, ele acredita que a população deve pressionar os vereadores locais a retrocederem. “Do ponto de vista jurídico é muito difícil reverter isso, mas se a população entrar com assinatura e encaminhar, é possível a pressão popular sobrepor uma lei absurda”, disse o cientista político.
O reajuste, segundo ele, é absurdo. Em casos como este, ele acredita que a população deve pressionar os vereadores locais a retrocederem. “Do ponto de vista jurídico é muito difícil reverter isso, mas se a população entrar com assinatura e encaminhar, é possível a pressão popular sobrepor uma lei absurda”, disse o cientista político.
Prefeitura
De acordo com a assessoria de imprensa da Prefeitura de Guaíra, o atual prefeito, José Carlos Augusto, não tem envolvimento com a aprovação do projeto, que foi sancionado apenas pela Câmara, por se tratar de emenda à Lei Orgânica do Município. Nesse caso, a promulgação de emenda é feita pela Mesa da Câmara, de forma que o prefeito não participa da sua apreciação por meio de sanção ou veto.
De acordo com a assessoria de imprensa da Prefeitura de Guaíra, o atual prefeito, José Carlos Augusto, não tem envolvimento com a aprovação do projeto, que foi sancionado apenas pela Câmara, por se tratar de emenda à Lei Orgânica do Município. Nesse caso, a promulgação de emenda é feita pela Mesa da Câmara, de forma que o prefeito não participa da sua apreciação por meio de sanção ou veto.
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