Júri culpou réu por cárcere e homicídio de Eliza e absolveu por ocultação.
Fernanda foi condenada pelo sequestro e cárcere privado de Eliza e bebê.
Após cinco dias, jurados consideraram culpados os dois réus que seguiram no júri (Foto: Leo Aragão/G1)
O júri popular do caso Eliza Samudio condenou, na noite desta
sexta-feira (23), no Fórum de Contagem, em Minas Gerais, os réus Luiz
Henrique Ferreira Romão, o Macarrão, e Fernanda Gomes de Castro,
ex-namorada do goleiro Bruno, por participação nas ações que resultaram
na morte da ex-amante do jogador.
Macarrão pegou 15 anos de prisão - pena mínima por homicídio
qualificado em razão de sua confissão -, e Fernanda, a 5 anos. A
sentença começou a ser lida às 23h50 da sexta-feira e terminou por volta
de 0h10 de sábado. (Ouça a íntegra da sentença no vídeo acima.)
Eliza sumiu em 2010 e seu corpo nunca foi achado. Ela tinha 25 anos e
era mãe do filho recém-nascido do goleiro Bruno, de quem foi amante. Na
época, Bruno era titular do Flamengo e não reconhecia a paternidade.
Conforme a sentença da juíza Marixa Fabiane Lopes Rodrigues, Macarrão
foi condenado a 12 anos em regime fechado por homicídio triplamente
qualificado (por motivo torpe, asfixia e uso de recurso que dificultou a
defesa da vítima) e mais três anos em regime aberto por sequestro e
cárcere privado. Ele foi absolvido da acusação de ocultação de cadáver.
Ao ouvir a decisão, Macarrão chorou.
Fernanda foi culpada por dois crimes de sequestro e cárcere privado, de
Eliza Samudio e de seu filho, Bruninho, condenada à pena de 2 anos e 3
anos respectivamente, ambas em regime aberto.
Neste sábado (24), o promotor Henry Castro explicou que a soma das
penas de Fernanda implica no cumprimento de pena no regime semiaberto,
no qual o preso se recolhe ao estabelecimento prisional à noite. Essa
pena, no entanto, só vai ser cumprida por Fernanda ao fim do julgamento
de todos os recursos do caso, com o trânsito em julgado da sentença.
Isso porque, em razão de seus bons antecedentes, a juíza lhe concedeu o
direito de recorrer em liberdade.
'Execução meticulosamente arquitetada'
Em sua decisão, a juíza afirmou que o crime foi uma "execução meticulosamente arquitetada" e que os acusados agiram com "perversidade" e que a culpabilidade é "acentuada".
Em sua decisão, a juíza afirmou que o crime foi uma "execução meticulosamente arquitetada" e que os acusados agiram com "perversidade" e que a culpabilidade é "acentuada".
A juíza fixou a pena base de 20 anos contra Macarrão pelo homicídio,
que foi atenuada por sua confissão. "Embora a confissão do réu seja
parcial, ela encontra especial valor", escreveu. "A admissão do réu de
que realmente levou Eliza para o encontro com a morte foi de extrema
relevância para tirar do conselho de sentença qualquer dúvida. Prestigio
a sua confissão em plenário para reduzir a pena aplicada para o mínimo
legal".
A juíza afirma que, mesmo antes do júri, tinha a convicção de que houve
o crime com base na "prova indireta e que Eliza Samudio de fato havia
sido brutalmente assassinada". "No entanto, alguns advogados dos
corréus, no seu regular exercício da defesa, semearam de forma exitosa a
dúvida na mente de milhares de pessoas que, ao longo de dois anos e
cinco meses, se questionavam e se perguntavam se Eliza Samudio estava
realmente morta", disse.
Promotor Henry Castro sorri ao fala sobre decisão
que condenou dois réus (Foto: Maurício Vieira/G1)
que condenou dois réus (Foto: Maurício Vieira/G1)
Quanto a Fernanda, a juíza entendeu que ela é primária e tem bons
antecedentes, possui ocupação lícita e se dedica a trabalhos sociais,
mas sua conduta é "altamente reprovável". "Embora fugindo do
conhecimento de que o destino de Eliza era a morte, prestou inestimável
auxílio aos demais envolvidos, não se preocupando com o destino daquela
própria moça", afirmou. "Seu sequestro foi o prelúdio de seu
extermínio".
Repercussão
O promotor Henry Wagner de Castro disse, após a leitura da sentença, que a Promotoria não vai recorrer da pena "porque entende que houve justiça na dosagem". Ele projetou possível pena para o goleiro Bruno, que ainda será julgado. "Se Macarrão pegou 20 anos pelo homicídio, é claro que a [sentença] do Bruno tem que começar por aí", afirmou no plenário, ressaltando que "não há escapatória" para o goleiro.
O promotor Henry Wagner de Castro disse, após a leitura da sentença, que a Promotoria não vai recorrer da pena "porque entende que houve justiça na dosagem". Ele projetou possível pena para o goleiro Bruno, que ainda será julgado. "Se Macarrão pegou 20 anos pelo homicídio, é claro que a [sentença] do Bruno tem que começar por aí", afirmou no plenário, ressaltando que "não há escapatória" para o goleiro.
A advogado de Macarrão, Leonardo Diniz, disse que "a defesa vai
analisar oportunamente na semana que vem se vai interpor recurso". Ele
diz que vai analisar a dosimetria da pena, mas afirmou que "a defesa
entende que foi uma vitória". Carla Silene, advogada de Fernanda, disse
que, "dentro do contexto que se apresentou, ela já esperava esse
resultado".
Os jurados saíram do plenário em direção à sala secreta às 21h e
voltaram depois de mais de duas horas. Durante esse período, eles
responderam a quesitos preparados pela juíza Marixa, com a concordância
de advogados e do promotor. Com respostas "sim" e "não", os jurados
decidiram se os réus cometeram o crime, se podem ser considerados
culpados e se há agravantes ou atenuantes, como ser réu primário. Em
seguida, a juíza redigiu a sentença.
O júri popular, que teve início com cinco réus, acabou com apenas dois
acusados: Macarrão e Fernanda. O jogador Bruno Fernandes de Souza é
acusado de ter arquitetado a morte da ex-amante, em 2010, para não ter
de reconhecer o filho que teve com Eliza nem pagar pensão alimentícia.
Bruno, a sua ex-mulher Dayanne Rodrigues e o ex-policial Marcos
Aparecido dos Santos, o Bola, tiveram o júri desmembrado pela juíza
Marixa e serão julgados em 2013.
O crime
Conforme a denúncia, Eliza foi levada à força do Rio de Janeiro para um sítio do goleiro, em Esmeraldas (MG), onde foi mantida em cárcere privado. Depois, a vítima foi entregue para o ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, que a asfixiou e desapareceu com o corpo, nunca encontrado. O bebê Bruninho foi achado com desconhecidos em Ribeirão das Neves (MG).
Conforme a denúncia, Eliza foi levada à força do Rio de Janeiro para um sítio do goleiro, em Esmeraldas (MG), onde foi mantida em cárcere privado. Depois, a vítima foi entregue para o ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, que a asfixiou e desapareceu com o corpo, nunca encontrado. O bebê Bruninho foi achado com desconhecidos em Ribeirão das Neves (MG).
Além de réus que tiveram júri desmembrado, dois acusados serão julgados
separadamente – Elenílson Vitor da Silva e Wemerson Marques de Souza.
Sérgio Rosa Sales, primo de Bruno, foi morto a tiros em agosto. Outro
suspeito, Flávio Caetano Araújo, que chegou a ser indiciado, teve o
processo arquivado.
Investigações
A polícia encerrou o inquérito com base em laudos que atestam presença de sangue de Eliza em um carro de Bruno, nos depoimentos de dois primos que incriminam o goleiro, em sinais de antena de celular e multas de trânsito que mostram a viagem do grupo do Rio de Janeiro até Minas Gerais e em conversas de Eliza com amigos pela internet, nas quais relata o medo que sentia.
A polícia encerrou o inquérito com base em laudos que atestam presença de sangue de Eliza em um carro de Bruno, nos depoimentos de dois primos que incriminam o goleiro, em sinais de antena de celular e multas de trânsito que mostram a viagem do grupo do Rio de Janeiro até Minas Gerais e em conversas de Eliza com amigos pela internet, nas quais relata o medo que sentia.
Eliza também havia prestado queixa contra o atleta quando ainda estava
grávida, dizendo que ele a forçou, armado, a tomar abortivos. Ela ainda
deixou um vídeo dizendo que poderia aparecer morta se não tivesse
proteção.
Promotor Henry Castro (Foto: Leo Aragão/G1)
Promotor vê Macarrão 'protagonista'Durante sua primeira manifestação na fase de debates entre acusação e defesas, o promotor Henry Wagner Vasconcelos de Castro apresentou uma série de provas
ao júri popular, entre elas registros de telefonemas realizados pelos
réus, um laudo do sangue de Eliza achado no carro do atleta, além dos
depoimentos de Jorge Luiz Rosa e de Sérgio Rosa Sales, primos de Bruno,
dados à polícia e que dão detalhes sobre a morte da ex-amante do
goleiro.
Ao falar novamente em sua réplica, Castro apontou Macarrão como "protagonista"
dos eventos que resultaram na morte de Eliza. Ele citou novamente
depoimento do primo do goleiro: "Sérgio, sobre a atuação do Macarrão,
apontada por ele como de extrema relevância na divisão de tarefas que
foi estipulada [...] Macarrão é colocado como protagonista desses
acontecimentos".
Ele também pediu a condenação de Fernanda Gomes de Castro, dizendo que
ela sabia o que estava sendo planejado quando foi à casa de Bruno. "Ela
chegou lá sabendo qual era sua tarefa. Já no sítio, Fernanda não tinha
dúvida do que aconteceria com Eliza", disse. "A absolvição de Fernanda é
uma injustiça. Não há possibilidade de absolver Fernanda desse
sequestro, sem absolver Macarrão do sequestro".
Advogado Leonardo Diniz (Foto: Leo Aragão/G1)
Defesa pede 'reprimenda justa'
Leonardo Diniz, advogado de Luiz Henrique Ferreira Romão, o Macarrão, pediu aos jurados uma "reprimenda justa" para seu cliente, na primeira vez em que se pronunciou no plenário. O defensor defendeu a absolvição do seu cliente dos crimes de sequestro, porque não teria participado, e de ocultação de cadáver, porque não saberia o que foi feito do corpo.
Leonardo Diniz, advogado de Luiz Henrique Ferreira Romão, o Macarrão, pediu aos jurados uma "reprimenda justa" para seu cliente, na primeira vez em que se pronunciou no plenário. O defensor defendeu a absolvição do seu cliente dos crimes de sequestro, porque não teria participado, e de ocultação de cadáver, porque não saberia o que foi feito do corpo.
Ao se pronunciar durante a tréplica da fase de debates, o defensor disse que a condenação dos réus será um "troféu extraordinário" para o promotor
do caso, para quem "condenação é estatística". Ele afirmou que "todo
mundo está propenso a errar e estar subjugado a um processo cuja prova é
fraca".
Ele voltou a pedir "uma condenação justa" para Macarrão e defendeu a
confissão do réu, na madrugada de quinta (22). "A confissão ela é muito
consistente sim. Ela traz um valor muito grande nesse processo sim",
disse. "Suas informações não destoam aqui do processo em julgamento, em
nada".
Diniz também voltou a dizer que o réu não presenciou a morte de Eliza.
"Como? Macarrão estava no sítio. Ele chutou? Claro que não, nem lá ele
estava", afirmou ao júri. "Não se condena pisando em areia movediça. O
julgador quando julga, julga em terreno firme. Se não tem prova robusta,
melhor absolver", defendeu.
Advogada Carla Silene (Foto: Leo Aragão/G1)
Advogada de Fernanda pede provas
Carla Silene, responsável pela defesa de Fernanda Gomes de Castro, namorada do goleiro Bruno à época do desaparecimento de Eliza, disse, na primeira rodada de argumentações, que não é possível condenar sua cliente sem provas de sua participação no crime. "Cadê as provas? [...] Contra Fernanda Castro, pelo cárcere privado de Eliza e Bruninho, essas provas não vieram", afirmou. "Eu só posso condenar quando eu tenho prova".
Carla Silene, responsável pela defesa de Fernanda Gomes de Castro, namorada do goleiro Bruno à época do desaparecimento de Eliza, disse, na primeira rodada de argumentações, que não é possível condenar sua cliente sem provas de sua participação no crime. "Cadê as provas? [...] Contra Fernanda Castro, pelo cárcere privado de Eliza e Bruninho, essas provas não vieram", afirmou. "Eu só posso condenar quando eu tenho prova".
Durante a tréplica, ela criticou o promotor Henry Castro por ofender sua cliente
por diversas vezes e pediu que o caso seja levado à Corregedoria do
Ministério Público, responsável por avaliar a conduta dos promotores. "A
defesa, com todo respeito ao ser humano, em nenhum momento
desqualificou a pessoa da vítima, especialmente respeitando a mãe dela,
que se encontra neste plenário", disse.
Segundo a advogada de Fernanda, os depoimentos dos caseiros do sítio
demonstram que Eliza não tinha ferimentos e não usava lenço na cabeça.
"Que ela estava lá normal, não tinha cara de assustada e aterrorizada".
Ela também desqualificou o depoimento de Jorge Luiz Rosa, primo de Bruno
menor de idade à época do crime e que atualmente está em programa de
proteção a testemunhas, dizendo que ele não confirmou à Justiça seu
depoimento dado à polícia.
Júri fica com um réu a menos e define jurados
O primeiro dia do júri popular, realizado na segunda-feira (19), foi marcado pela atuação dos advogados de Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, que abandonaram o plenário, e pelo primeiro depoimento de testemunha de acusação, Cleiton Gonçalves, ex-motorista do goleiro Bruno Fernandes, principal acusado. Também foram definidos seis mulheres e um homem como jurados do caso.
O primeiro dia do júri popular, realizado na segunda-feira (19), foi marcado pela atuação dos advogados de Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, que abandonaram o plenário, e pelo primeiro depoimento de testemunha de acusação, Cleiton Gonçalves, ex-motorista do goleiro Bruno Fernandes, principal acusado. Também foram definidos seis mulheres e um homem como jurados do caso.
O goleiro Bruno alternou risos e expressões sérias
durante a primeira sessão. Sem algemas, direito de todos os réus em
júri popular, o jogador mexeu no queixo, reclinou a cabeça em direção
aos joelhos, mas, na maior parte do tempo, ficou parado, de queixo
erguido e olhar atento a tudo que acontecia no julgamento.
Bruno troca a defesa e júri fica com três réus
Na segunda sessão, realizada na terça (20), o goleiro Bruno destituiu o responsável por sua defesa, Rui Pimenta. Ele tentou afastar também o outro defensor, Francisco Simim, mas o pedido foi negado pela juíza Marixa Fabiane Lopes Rodrigues, que viu manobra para adiar o julgamento. Tiago Lenoir foi apresentado como novo advogado da equipe de defesa.
Na segunda sessão, realizada na terça (20), o goleiro Bruno destituiu o responsável por sua defesa, Rui Pimenta. Ele tentou afastar também o outro defensor, Francisco Simim, mas o pedido foi negado pela juíza Marixa Fabiane Lopes Rodrigues, que viu manobra para adiar o julgamento. Tiago Lenoir foi apresentado como novo advogado da equipe de defesa.
O pedido de Bruno resultou na saída da ré Dayanne, ex-mulher do
goleiro, do júri popular. Ela responde à ação em liberdade e terá mais
tempo para ser defendida por outro advogado. Ao longo do dia foram
ouvidos depoimentos de três pessoas: João Batista, citado no depoimento
de Cleiton Gonçalves, ex-motorista de Bruno; Ana Maria Santos, delegada
que falou sobre o depoimento de Jorge Luiz Rosa, primo de Bruno
Fernandes; e Jaílson Alves de Oliveira; detento que disse ter ouvido na
cadeia a confissão de Bola sobre a morte de Eliza Samudio.
Júri de Bruno é adiado e Macarrão liga goleiro ao crime
A terceira sessão, que durou da manhã de quarta até a madrugada de quinta-feira (22), foi marcada pelo interrogatório do réu Luiz Henrique Ferreira Romão, o Macarrão, que disse ter levado de carro a ex-amante do jogador até local indicado pelo goleiro, em Belo Horizonte, onde a jovem entrou em um Palio. "Ele ia levar ela para morrer", afirmou sobre a ordem. Ele disse que não sabia o que iria acontecer com Eliza, mas que "pressentia" que a jovem seria morta.
A terceira sessão, que durou da manhã de quarta até a madrugada de quinta-feira (22), foi marcada pelo interrogatório do réu Luiz Henrique Ferreira Romão, o Macarrão, que disse ter levado de carro a ex-amante do jogador até local indicado pelo goleiro, em Belo Horizonte, onde a jovem entrou em um Palio. "Ele ia levar ela para morrer", afirmou sobre a ordem. Ele disse que não sabia o que iria acontecer com Eliza, mas que "pressentia" que a jovem seria morta.
Pela manhã de quarta, Bruno deixou o júri após ter o julgamento
desmembrado e adiado para 4 de março de 2013 por decisão da juíza Marixa
Fabiane Lopes Rodrigues, atendendo pedido da defesa. Lúcio Adolfo, novo
advogado de Bruno após a saída de Francisco Simim, alegou não conhecer o
processo.
Ex confirma parte do depoimento de Macarrão
A ex-namorada do goleiro Bruno, Fernanda Gomes de Castro, confirmou na quinta (22), ao ser interrogada no quarto dia de júri popular, boa parte do depoimento de Macarrão. Ela disse ser inocente das acusações de sequestro e cárcere privado de Eliza e de Bruninho, filho da ex-amante com o goleiro, e confirmou que Macarrão usou seu carro, um Gol, por cerca de 20 minutos na noite do crime.
A ex-namorada do goleiro Bruno, Fernanda Gomes de Castro, confirmou na quinta (22), ao ser interrogada no quarto dia de júri popular, boa parte do depoimento de Macarrão. Ela disse ser inocente das acusações de sequestro e cárcere privado de Eliza e de Bruninho, filho da ex-amante com o goleiro, e confirmou que Macarrão usou seu carro, um Gol, por cerca de 20 minutos na noite do crime.
Fernanda ressaltou que não desconfiou do destino trágico que Eliza
teria, "pela calma que ela apresentava" durante o tempo que esteve em
Minas. "Só tive conhecimento verdadeiro de que a Eliza foi executada
ontem pelas declarações de Luiz Henrique [Macarrão]", afirmou.
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