Ingerir glicose aumenta níveis no sangue e alivia os sintomas das crises.
Sinais são parecidos aos de crise de pressão baixa, que se resolve com sal.
Sentir tontura, fraqueza, coração acelerando e a visão embaçada, muitas
vezes, pode significar queda de pressão. Por isso, algumas pessoas logo
recorrem ao sal para aliviar a crise, mas logo percebem que não
adianta.
Caso isso aconteça, pode ser que esses sintomas sejam de hipoglicemia,
uma diminuição do nível de açúcar no sangue, que causa também dor de
cabeça, tremores, zumbido no ouvido e pode até levar ao coma.
Para distinguir a hipoglicemia da pressão baixa, é só avaliar se o que
resolve a crise é o sal ou o açúcar. No caso da hipoglicemia, ingerir
glicose aumenta o nível no sangue e alivia os incômodos, como explicaram
os endocrinologistas Alfredo Halpern e Márcia Nery no Bem Estar desta
quarta-feira (14).
Ao sentir os sintomas da hipoglicemia, a pessoa pode ingerir um copo de
suco de laranja ou refrigerante normal, uma colher de sopa rasa de
açúcar ou mel, três balas de caramelo ou o que tiver mais próximo, como
biscoitos e outros doces.
Segundo o endocrinologista Alfredo Halpern, não existe um consenso do
nível de açúcar no sangue que pode ser considerado hipoglicemia, mas
normalmente a taxa de glicose abaixo de 60mg/dl ou 70mg/dl já pode
desencadear uma crise. O risco é maior em diabéticos, pessoas muito
magras, idosos e crianças com até 7 anos de idade.
Algumas pessoas, inclusive, acreditam que ter hipoglicemia aumenta a
chance de desenvolver a diabetes, mas ela pode indicar o estágio inicial
da doença, como explicou o endocrinologista Alfredo Halpern. Uma pessoa
com predisposição genética, por exemplo, pode ter crises de
hipoglicemia porque o pâncreas trabalha lentamente; a partir daí, ela
pode ou não desenvolver a diabetes.
A doença se caracteriza pelo acúmulo de açúcar no sangue, por causa da
falta de produção de insulina pelo pâncreas. A insulina é o hormônio que
leva o açúcar para dentro das células e, caso ele não seja produzido, o
sangue fica com o excesso.
Cerca de 90% dos casos são de diabetes tipo 2. Já o tipo 1 costuma
surgir na infância ou na adolescência e é caracterizado por uma falha no
sistema de defesa do corpo, que leva à destruição das células que
produzem a insulina no pâncreas. Esses pacientes dependem da injeção de
insulina pelo resto da vida.
A doença tem carga genética, mas geralmente está ligada à obesidade e
ao sedentarismo, e aparece na fase adulta. Ela pode ser controlada com
remédios e dieta, e injeções de insulina são usadas apenas em alguns
casos.
Outro mito desvendado pelos médicos no Bem Estar desta quarta-feira
(14) foi o fato de que comer muito açúcar pode levar à diabetes. Segundo
a endocrinologista Márcia Nery, o excesso de glicose aumenta o peso,
mas não provoca a doença, de imediato. O que acontece é que esse consumo
pode levar à obesidade que, então, causa a diabetes.
No caso do diabético, a alimentação é essencial no controle da doença.
Os carboidratos são os que mais afetam os valores de glicose no sangue
após a alimentação, que pode levar à necessidade ou não do uso da
insulina. Portanto, alimentos como pão, macarrão, arroz e batata são
alguns "vilões" da dieta de quem tem diabetes, ou seja, essas pessoas
têm que equilibrar a ingestão deles como maneira de se proteger.
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