Para permitir votação, governo fez acordo para aprovar texto de comissão.
Planalto defendia texto de medida provisória, com reflorestamento maior.
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Após acordo entre governo e uma parcela da bancada ruralista, a Câmara
dos Deputados aprovou nesta terça-feira (18) o texto principal da versão
da medida provisória do Código Florestal que beneficia médios
produtores.
A proposta que agora segue para apreciação no Senado. Até a publicação
desta reportagem, ainda não tinham sido votados os destaques, que podem
introduzir modificações no texto.
Para viabilizar a votação, o líder do governo, Arlindo Chinaglia
(PT-SP), teve que ceder e não se opor à versão aprovada na comissão
especial, que atende aos médios produtores.
O Planalto queria a aprovação da versão original da medida provisória,
sem alterações na chamada “escadinha”– regra de composição segundo a
qual quanto maior a propriedade, maior o reflorestamento exigido.
Diante da obstrução de parcela dos ruralistas, Chinaglia se
comprometeu, em reunião de líderes, a não orientar a base aliada a votar
o texto original da MP.
Parcela dos ruralistas, o PSDB e o DEM estavam obstruindo as votações,
usando instrumentos previstos no regimento para adiar ao máximo a
deliberação.
O texto aprovado pela comissão especial beneficia os médios produtores
ao prever que, nas propriedades de 4 a 15 módulos fiscais com cursos de
água de até 10 metros de largura, a recomposição de mata ciliar será de
15 metros. A redação original era mais rígida e determinava recomposição
de 20 metros em propriedades de 4 a 10 módulos.
O texto da comissão também trouxe alterações propostas pelo senador
Luiz Henrique (PMDB-SC) que ampliam a proteção de rios. A proposta
determina cinco metros de área de preservação permanente (APP) para rios
temporários de até dois metros. Não necessitam de APP apenas os cursos
d’água efêmeros.
DivisãoA votação do Código Florestal no plenário
ocorreu em meio à uma divisão de opiniões entre parlamentares ruralista,
que na semana passada impediram a apreciação da matéria.
Parte dos deputados da bancada ruralista, entre os quais o presidente
da Frente Parlamentar Agropecuária, Homero Pereira (PSD-MT), defendeu a
votação nesta terça do texto aprovado na comissão especial, mesmo sem
garantias de que a presidente Dilma Rousseff não vetará trechos que
beneficiam os agricultores.
Outra parcela da bancada, liderada pelo deputado Ronaldo Caiado
(DEM-GO), tentou obstruir a votação, usando instrumentos previstos no
regimento interno para adiar ao máximo a deliberação no plenário.
“Tenho que reconhecer o peso do Palácio do Planalto, a pressão nessas
últimas horas. O governo sabe que está construindo um vazio político. O
governo quase não cedeu nada e ainda querem tripudiar em cima do
produtor rural”, afirmou Caiado na tribuna, antes da aprovação da
proposta.
O “racha” na bancada que representa interesses dos produtores rurais
permitiu a votação e o acordo com a liderança do governo para agilizar a
deliberação. Para a maioria dos ruralistas, deixar a medida provisória
perder a validade seria mais prejudicial do que aprová-la.
Marco Maia destacou, contudo, que a presidente não fechou as portas
para novas negociações quando o texto for apreciado pelo Senado. “Temos
recebido sinais de que a presidenta não fechou a negociação sobre o
texto. O diálogo está aberto no Senado”, afirmou.
O texto da comissão especial
O texto aprovado pela comissão especial beneficia os médios produtores ao prever que, nas propriedades de 4 a 15 módulos fiscais com cursos de água de até 10 metros de largura, a recomposição de mata ciliar será de 15 metros.
O texto aprovado pela comissão especial beneficia os médios produtores ao prever que, nas propriedades de 4 a 15 módulos fiscais com cursos de água de até 10 metros de largura, a recomposição de mata ciliar será de 15 metros.
O percentual de recomposição estabelecido é chamado pelos parlamentares
de “escadinha”, já que quanto maior a propriedade, maior o
reflorestamento exigido.
O texto original era mais rígido e determinava que propriedades de 4 a 10 módulos teriam que recompor 20 metros.
A comissão aprovou também alterações propostas pelo relator, senador Luiz Henrique (PMDB-SC), que ampliam a proteção de rios.
O texto acordado determina cinco metros de área de preservação
permanente (APP) para rios temporários de até dois metros. Não
necessitam de APP apenas os cursos d’água efêmeros. O governo já
antecipou que é contra as propostas.
A tramitação do Código Florestal
O novo Código Florestal foi aprovado pela Câmara em maio de 2011. Em dezembro do mesmo ano, chegou ao Senado. Com isso, teve que voltar para a Câmara, que alterou novamente a matéria e enviou para a sanção da presidente Dilma Rousseff.
O novo Código Florestal foi aprovado pela Câmara em maio de 2011. Em dezembro do mesmo ano, chegou ao Senado. Com isso, teve que voltar para a Câmara, que alterou novamente a matéria e enviou para a sanção da presidente Dilma Rousseff.
Insatisfeita com o projeto aprovado pela Câmara, a presidente vetou 12
artigos e editou uma medida provisória com um novo texto. A MP foi
analisada por uma comissão mista no Congresso.
Dentro da comissão, a MP foi modificada, o que não agradou ao governo. O
texto aprovado na comissão precisa ser votado no plenário da Câmara e
depois no do Senado. Se houver modificação no Senado, volta para a
Câmara mais uma vez. Se isso não acontecer até 8 de outubro, a MP
perderá a validade.
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