Supremo Tribunal Federal promove nesta terça audiência de conciliação.
Entidade argumenta que 'Caçadas de Pedrinho' tem 'elementos racistas'.
Monteiro Lobato, distribuído a escolas
públicas no PNBE (Foto: Divulgação/
MEC)
 O Supremo Tribunal Federal (STF) realiza nesta terça-feira (11) 
audiência de conciliação que abordará o uso do livro "Caçadas de 
Pedrinho", de Monteiro Lobato, na rede pública de ensino.
 A audiência foi convocada para a noite desta terça pelo ministro Luiz 
Fux, relator de um mandado de segurança que questiona o uso do livro.
 Audiência de conciliação é uma reunião feita para se chegar a um 
entendimento entre as partes e, nesse caso, o ministro só homologa o 
resultado do acordo. Uma decisão pode ser tomada ainda nesta terça, mas 
não é usual um entendimento na primeira audiência de conciliação.
 O livro "Caçadas de Pedrinho" foi publicado em 1933 e faz parte do 
Programa Nacional Biblioteca na Escola (PNBE), do Ministério da 
Educação. Foi distribuído em escolas de todo o país.
 O questionamento foi feito por uma entidade do movimento negro e por um
 técnico em gestão educacional. Eles afirmam que o livro tem 'elementos 
racistas".
 "Não há como se alegar liberdade de expressão em relação ao tema quando
 da leitura da obra se faz referências ao negro com estereótipos 
fortemente carregados de elementos racistas", diz o recurso.
 Em um trecho do livro, por exemplo, a personagem Emília, do Sítio do 
Pica-Pau Amarelo, diz: "É guerra e das boas. Não vai escapar ninguém - 
nem Tia Anastácia, que tem carne preta".
 Como argumento contra o uso do livro, os autores do mandado de 
segurança apontam parecer do Conselho Nacional de Educação (CNE), órgão 
colegiado independente ligado ao Ministério da Educação
 (MEC), que afirmou que certos trechos são tratados com preconceito. 
Depois desse parecer, porém, o conselho acabou homologando o uso do 
livro dentro do programa.
 O parecer do CNE sugeriu uma "nota explicativa" com esclarecimentos ao 
leitor sobre a presença de estereótipos raciais na literatura.
 O ministro Luiz Fux afirmou que a discussão é importante porque traz 
"preceitos constitucionais como liberdade de expressão e vedação ao 
racismo". O objetivo da audiência de conciliação é, segundo o minsitro, 
"ensejar um desfecho conciliatório célere".
 Entre os convocados para a audiência estão os autores do mandado de 
segurança, o advogado-geral da União, Luís Inácio Adams, o ministro da 
Educação, Aloizio Mercadante, e o procurador-geral da República, Roberto
 Gurgel
 
 
 
 
 
 
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