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segunda-feira, 13 de junho de 2016

Padilha diz que reforma da Previdência deve ser enviada em julho à Câmara

Ministro se reuniu com representantes de centrais sindicais no Planalto.

Grupo de trabalho discutiu propostas como legalização dos jogos de azar.

Fernanda Calgaro
Do G1, em Brasília
Após se reunir com representantes de centrais sindicais, o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, disse nesta segunda-feira (13) que o governo federal deverá enviar ao Congresso Nacional, em julho, uma proposta para a reforma da Previdência Social.
Em 16 de maio, quando anunciou a criação de um grupo de trabalho para discutir alterações nas regras previdenciárias para cobrir o rombo do setor, o Palácio do Planalto havia estipulado 30 dias para fechar as propostas, prazo que se encerra nesta semana.
Pelos cálculos do chefe da Casa Civil, o pacote de sugestões para a reforma da Previdência deverá ser encaminhado ao Legislativo antes da votação final do processo de impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff, que deve ocorrer em agosto.
"Antes [do impeachment, enviaremos], mas não nesse semestre. Acho que, em julho, a gente terá a proposta para mandar [para o Congresso]”, afirmou Pardilha em uma coletiva no Palácio do Planalto.
Na reunião desta segunda-feira com Padilha, o grupo de sindicalistas que discute as mudanças previdenciárias avaliou a possibilidade de vender imóveis de propriedade Previdência Social e debateu a adoção de um programa de refinanciamento das dívidas das empresas, uma espécie de Refis, e a legalização dos jogos de azar, como uma fonte permanente de renda.
O governo, porém, ficou de dar uma resposta sobre a viabilidade das propostas apresentadas pelos sindicalistas apenas na  próxima reunião do grupo, marcada para 23 de junho.
Padilha não quis antecipar se o governo é favorável à legalização dos jogos no país, mas negou que entre as medidas estudadas para gerar fonte de renda permanente esteja a recriação da CPMF para cobrir os gastos da Previdência. “O governo não quer saber de falar em CPMF", enfatizou.
Déficit bilionário
A previsão do governo é de que a Previdência Social vai fechar o ano com um déficit de R$ 136 bilhões. Segundo o Planalto, se todas as propostas apresentadas pelas centrais sindicais fossem implementadas, ainda assim sobraria um buraco de R$ 50 bilhões.

O assessor-chefe da Casa Civil, Marcelo Siqueira, disse que o governo considera que as propostas das centrais são "positivas", mas ainda fará uma análise de mérito. "O que eles sugerem é razoável, mas deixamos claro que não abarca todo o nível de déficit da Previdência", destacou Siqueira ao final do encontro com os sindicalistas.
Representante da Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB) no grupo de trabalho da Previdência, o sindicalista Juvenal Pedro afirmou que, pela proposta das centrais, a eventual arrecadação com a legalização dos jogos de azar, incluindo os bingos, seria dividida metade para a área da saúde e metade para a Previdência Social.
"Isso deve gerar uma receita de R$ 15 bilhões ao ano, mas a projeção para zerar o déficit é pelo menos daqui a 25 anos", declarou o sindicalista.
O presidente da Força Sindical, deputado Paulo Pereira da Silva, o Paulinho da Força, defendeu ainda o fim da filantropia para entidades como faculdades que têm isenção fiscal, mas cobram mensalidades dos seus alunos. “A Previdência deixa de arrecadar cerca de R$ 11 bilhões com essa filantropia, que é uma verdadeira pilantropia”, disse.
Paulinho ressaltou a necessidade de um Refis para as empresas endividadas com a Previdência é necessária, mas com a devida fiscalização, além de retirar benefícios do setor do agronegócio.
"Não tem como o agronegócio pagar metade das contribuições para a Previdência do que as outras empresas pagam. O maior rombo é na empresa rural", disse.
Outro ponto criticado por ele é a pensão paga a parentes mulheres de militares. "Não dá para admitir que tem filha, neta, tataraneta que continuam recebendo previdência, isso tem que acabar", afirmou.

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