Presidente afirma que nada indica que ataque faça parte de um plano maior.
Segundo ele, atirador de boate gay teve acesso legal às armas do ataque.
O presidente dos EUA, Barack Obama, disse nesta segunda-feira (13) que o massacre na boate gay em Orlando é tratado como terrorismo doméstico e estão sendo apuradas "todas as motivações" do assassino.
Em entrevista na Casa Branca, Obama disse que aparentemente o atirador, identificado como Omar Mateen, foi influenciado por extremistas, mas que não há "provas claras" de que o ataque foi dirigido por extremistas nem que o atirador seja parte de um "plano maior".
Ele afirmou que parece se tratar de um caso de extremismo "feito em casa" – Mateen teria sido "inspirado por várias informações de extremistas disseminadas na internet".
Pouco antes do ataque, o assassino ligou para o serviço de emergência 911 e disse ser leal ao Estado Islâmico. Nesta segunda, o grupo extremista reivindicou a autoria do massacre que deixou 50 pessoas mortas, incluindo o atirador, e 53 feridos.
Críticas à venda de armas
Obama criticou as leis que permitem fácil acesso a armas em seu país. "Leis fracas sobre armas tornam fácil que indivíduos perturbados consigam armas poderosas", afirmou.
O presidente americano disse que, aparentemente, as armas usadas no ataque foram compradas legalmente pelo atirador e observou que os EUA precisam refletir sobre os riscos de serem permissivos em relação ao acesso a armas. No ataque, o atirador usou um rifle AR calibre .223 e uma pistola 9mm semiautomática.
Para o presidente, o massacre foi um ataque a "todos os americanos". "Nossos corações estão com as famílias das vítimas", completou.
Após a entrevista, a Casa Branca exigiu que o Congresso dos Estados Unidos, controlado pela oposição republicana, aprove a legislação que impede os extremistas de terem acesso a armas de guerra.
"Existe um certo bom senso de que o Congresso poderia tornar mais difícil que indivíduos ponham suas mãos em uma arma de guerra", afirmou o porta-voz Josh Earnest, acrescentando que o presidente Obama se sente muito frustrado em relação à falta de ação dos congressistas.
Earnest disse que o Congresso deve aprovar medidas que "fariam nossas comunidades mais seguras e que não prejudicariam os direitos constitucionais dos cidadãos cumpridores da lei".
Investigações
Autoridades dos Estados Unidos investigam nesta segunda-feira (13) se alguém ajudou o atirador que matou 49 pessoas em uma boate gay de Orlando, na Flórida. Para a Polícia Federal dos Estados Unidos (FBI), não há risco de novos ataques.
Policiais e outras autoridades apuram indícios dentro da casa noturna Pulse, onde Omar Mateen realizou o pior ataque a tiros da história do país, e nas ruas interditadas ao seu redor.
O atirador tinha 29 anos, era cidadão americano e filho de imigrantes afegãos. Ele nasceu em Nova York e morava na Flórida. Durante o ataque, foi morto a tiros por policiais que invadiram a boate depois de um cerco de três horas.
Investigadores buscam pistas para saber se alguém ajudou Mateen a planejar o atentado, disse Lee Bentley, procurador da Flórida.
"Existe uma investigação sobre outras pessoas. Estamos trabalhando tão diligentemente quanto possível nisso", afirmou Bentley em uma coletiva de imprensa. "Se alguém mais se envolveu neste crime, será processado."
Possível relação com o EI
Embora o grupo extremista tenha assumido a autoria da ação, isso não significa que necessariamente tenha dirigido o ataque: nada em sua declaração indica uma coordenação entre o atirador e o Estado Islâmico antes do ataque.
O suspeito já havia sido investigado pelo FBI porque havia citado possíveis ligações com terroristas a colegas de trabalho. Mas a polícia concluiu as investigações sem encontrar evidências disso, e Mateen não estava sob observação do FBI.
No domingo (12), o pai do atirador disse que ele não era um radical, mas indicou que Mateen tinha se irritado, há alguns meses, quando viu dois homens se beijando. Sua ex-mulher o descreveu como um homem mentalmente instável e violento.
O massacre reacendeu o debate sobre a melhor maneira de confrontar a militância islâmica violenta, um dos principais temas da campanha presidencial dos EUA. A democrata Hillary Clinton falou em encontrar uma maneira de manter o país seguro sem demonizar os muçulmanos. O republicano Donald Trump disse que o país precisa aumentar a sua resposta militar contra o Estado Islâmico.
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